Brasil e EUA conversam sobre Alcântara, cooperação e Venezuela

Visita sobre a continuidade do Golpe2016?
Não acredito que o Secretário de Defesa dos EUA tenha se dado ao trabalho de vir ao Brasil, no fim de um governo decadente e moribundo, às vesperas das eleições presidenciais – que se ocorrerem, é certo que o governo golpista não irá continuar – para tratar somente dos assuntos referentes à Venezuela, à Alcântara e à China. Ele provavelmente veio tratar da continuidade do Golpe2016. Houve um esforço muito grande para derrubar um governo democraricamente eleito em um país com o porte do Brasil, desmantelar empresas e projetos estratégicos (além de políticas que gatantiam nossa independência e soberania) e os espólios da operação só começaram a ser colhidos recentemente. Os agentes do Golpe2016, conseguiram de forma avassaladora, em apenas 2 anos os seguintes feitos: * Desmontar a Petrobras e os projetos do Pré-Sal; * Mudar as regras de exploração do Pre-Sal para facilitar a sua entrega; * Demantelar as grandes empreiteiras; * Paralizar o projeto do submarino nuclear; * Interromper o projeto  do satélite geoestacionário e entrega-lo de mão beijada após concluída sua construção; * Entregar a Embraer a Boeing e inviabilizar com isso o projeto de construção dos caças Gripen em territorio nacional, com compartilhamento total de tecnologia; * Migração da JBS para os EUA, entregando a multinacional brasileira e maior produtora de proteina animal do mundo de graça para os norte-americanos; * Facilitar a privatização de nossos recursos hídricos e a entrega destes ao capital estrangeiro; * Facilitar a venda de território nacional ao capital estrangeiro; * Destruir a CLT e outras políticas públicas que protegiam o trabalhador nas relações de trabalho, gerando mais informalidade, queda da renda do trabalhador e desemprego; * Congelamento de gastos e investimentos (incluindo cortes na Educação, Saúde, Segurança, Ciência e Tecnologia) por 20 anos, para que maior quantidade de recursos sejam destinados ao pagamento de juros da dívida, favorecendo assim o mercado financeiro e grandes especuladores. * Acelerar a desindustrialização do país, favorecer o agronegócio (Agro é Tech, Agro é Pop, Agro é Tudo) e a produção de commodities, fazendo com que o pais volte ao status de colônia de exploração de matéria prima; * Leis e segurança juridica jogadas as favas e instalação de um verdadeiro Estado de exceção; É importante observar que a grande maioria das conquistas golpistas foram atigidas direta ou indiretamente através da atuação da operação Lava Jato, mais especificamente, através da força tarefa de Curitiba. Mas embora estas ações tenham feito o Brasil retroceder mais de uma década em termos sociais, econômicos e geopolíticos, e afetado significativamente a competitividade do país no cenário global, suas consequências são relativamente recentes e o recolhimento da pilhagem pelos golpistas está apenas no início. Permitir que um governo progressista, democratiamente eleito, retorne ao poder agora significa jogar todo o esforço do Golpe2016 fora, possibilitar a reversão de grande parte dos malfeitos e assumir as consequências econômicas, políticas, geopolíticas e jurídicas de um crime desta natureza. Por conta da fragilidade militar e geopolítica do Brasil atualmente, é difícil imaginar que os agentes externos do Golpe2016 sofram retaliações significativas. Já os agentes internos do golpe (incluiem-se aqui a cúpula do governo Temer, alguns parlamentares, integrantes da PF, do MPF e do poder judiciário de diferentes instâncias, e representates da grande mídia), por conta de sua maior exposição e fragilidade, tem muito o que se preocupar, pois podem perder seus empregos/cargos públicos, e responder criminalmente pelos seus atos. Neste sentido, suas ações podem ser caraterizadas como crimes de Lesa-Pátria e com isso suas penas podem ser agravadas significativamente, causando prejuízos catastróficos para seus negócios, suas vidas e respectivas famílias. Desta forma, baseando-se em todas as ações irregulares e crimes cometidos pelos agentes internos do Golpe divulgados largamente pela mídia, é seguro afirmar que os mesmos queimaram todas as pontes de negociação e chegaram a um ponto de não retorno. E como o recuo neste momento pode levar a um resultado desastro para os mesmos, por “questão de sobrevivência” a continuidade e o aprofundamento do Golpe2016 se tornou o único caminho a seguir. Assim, do lado golpista pode-se esperar que cheguem até as últimas consequências para a manutenção das conquisras do golpe, desde o aprofundamento do Estado de exceção e perseguição aos adversários, aceleração da entrega de ativos e patrimônios estratégicos, e até mesmo o cancelamento das eleições, caso o potencial ganhador seja uma ameaça ao projeto golpista (como é o caso do Lula ou qualquer outro candidato verdadeiramente progressista e nacionalista). Como vantagem, os golpistas tem o aparato do Estado, o poder judiciciário, a grande mídia e as forças de repressão. Por outro lado, as forças progressistas tem apoio de dezenas de milhões de brasileiros e brasileiras que compõe parte dos meios de produção, a força de trabalho, a academia e retém o poder do voto. Resta saber até que ponto o lado progressista esta disposto a lutar para defender a soberania do país e os direitos da população, reverter os malfeitos do Golpe, retomar o caminho de bem-estar social, reconstruir nossa democracia e tomar medidas para que a nação brasileira não seja mais submetida a intervalos curtos de governos democráticos fragéis intercalados por períodos de governo ilegítimos consequentes de golpes de Estado. De fato, não é pouca coisa. Segundo o grande jornalista Mino Carta, só vamos conseguir isso com sangue na calçada. Já este humilde internauta acredita que greves gerais bem organizadas por tempo indeterminado, com pautas claras e unificadas contra o Golpe e em defesa da soberania do voto popular seria um bom começo. Séra que as forças progressistas terão capacidade e disposição para barrar o Golpe e fazer prevalecer a soberania popular? A ver…