A alta no preço dos alimentos

Existe uma relação imutável no mercado chamada demanda e oferta.

Anteriormente tínhamos os EUA como o grande regulador do mercado na alimentação, quando precisava melhorar ou piorar o preço eles intervinham e aumentavam ou diminuíam a produção de determinado produto. Acontece que esta regulação está próxima do grau máximo a que os EUA podem atingir, pois diferente do que pensam, eles não tem mais terras a abrir ou pivot’s para serem implantados, tudo o que podia ser usado para a agricultura está sendo usado. As área plantadas de milho e soja atingem os recordes históricos da década de 40, portanto na Segunda Guerra. A entrada dos biocombustíveis a partir de milho criou uma situação que em pouco tempo pode se tornar insustentável.

A grande consumidora, China devido a perdas com chuva e seca se alternando ano a ano e aumentando seu consumo de modo assustador (calcula-se em 50 milhões de chineses entrando no mercado consumidor de comida a cada ano) abriga uma maior insegurança quanto a quanto podemos produzir. Os chineses em 2002 importavam perto de 30 milhões de toneladas de soja, hoje se aproximam de 50 e devem comprar mais. Os estoques mundiais estão em patamares mínimos também históricos.

Defendo o equilíbrio entre a produção e meio ambiente e esta solução deve ser rápida e boa para todos. O que pode ocorrer é que os ambientalistas podem perder mais do que pensam se demorar muito na aprovação deste Código Florestal que ai está. Ele não é bonzinho como pregam os ecoxiitas e nem maldoso como fala muitos produtores. Ele é bom, não é o melhor dos mundos, mas satisfaz a gregos e troianos. Se demorar o discurso da falta de comida vai se sobrepor ao da proteção ao meio ambiente e entre uma árvore e um ser humano qual será a opção? Por isto digo, vamos equilibrar os discursos e buscar uma solução boa para homens e árvores.

A reportagem abaixo pode exemplificar o que digo e não é uma crise passageira não.

Da Folha.com

Alto nos preços muda hábitos alimentares no mundo

DA FRANCE PRESSE

O alto preço dos alimentos está mudando os hábitos alimentares da população mundial, em geral para pior, revela uma pesquisa realizada em 17 países, incluindo Brasil, México e Espanha, e divulgada nesta quarta-feira pela ONG Oxfam International.

No total, 53% dos entrevistados responderam que não comem do mesmo modo que há dois anos, devido à atual crise alimentar, e quase quatro a cada 10 pessoas atribuem a mudança em sua dieta à alta nos preços dos alimentos, revela a pesquisa elaborada pela GlobeScan.

No México, por exemplo, 65% dos entrevistados disseram ter mudado seus hábitos alimentares e 54% atribuíram a situação a questões econômicas.

Dos 61% que modificaram seus hábitos alimentares na Guatemala, 48% citaram a elevação dos preços.

No Brasil, dos 34% que mudaram sua dieta, 55% o fizeram por razões econômicas, do mesmo modo que na Espanha, onde sobre 45%, a questão dos preços motivou 46%.

“Nossas dietas estão mudando rapidamente e para muita gente isto é para pior. Uma enorme quantidade de pessoas, especialmente nos países mais pobres, está reduzindo a quantidade ou a qualidade da comida consumida devido ao aumento dos preços dos alimentos”, disse Jeremy Hobbs, diretor-executivo da Oxfam.

A Oxfam pede aos líderes das potências industrializadas e emergentes que “passem à ação para reparar um sistema alimentar falido“.

“Devem regular os mercados de matérias-primas e reformular as políticas dos biocombustíveis para manter os preços dos alimentos sob controle. É preciso investir nos pequenos produtores dos países em desenvolvimento e ajudá-los a se adaptar à mudança climática”, destacou Hobbs.

A pesquisa foi realizada de 6 de abril a 6 de maio, com 16.421 pessoas em 17 países, como parte da campanha lançada recentemente para eliminar a fome no planeta, que tem o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Luis Nassif

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador