A declaração do economista-chefe da Febraban

Por André Paulistano

Da Reuters

Febraban tenta desfazer mal estar com governo sobre spreads

SÃO PAULO, 8 Mai (Reuters) – A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) procurou minimizar nesta terça-feira a repercussão negativa causada na véspera por uma declaração do economista-chefe da entidade sobre a pressão do governo para forçar a queda dos spreads bancários.

Segundo a entidade que representa os grandes bancos privados do país, o relatório assinado pelo economista Rubens Sardenberg baseou-se em dados públicos e na pesquisa sobre expectativas e projeções e opiniões dos analistas, “que não podem ser interpretados como um posicionamento oficial da entidade”.

Um trecho do documento afirmou que “você pode levar um cavalo até a beira do rio, mas não conseguirá obrigá-lo a beber água”, por considerar limitado o potencial do recente ciclo de cortes de juros do Banco Central sobre a expansão do crédito.

Segundo a edição do jornal O Globo desta terça-feira, um interlocutor próximo da presidente Dilma Rousseff teria retrucado que “o cavalo poderia morrer de sede”.

Além disso, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, teria telefonado para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tentando contornar a reação negativa causada pelo relatório.

O episódio voltou a mostrar a desarticulação entre a Febraban e seus bancos sócios desde que o governo deflagrou no mês passado uma ofensiva com os bancos públicos, que cortaram agressivamente as taxas em várias linhas de crédito, num movimento destinado a forçar uma queda dos spreads bancários.

Na época, o presidente da Febraban, Murilo Portugal, foi a Brasília apresentar a Mantega uma lista de pré-condições ao governo antes que os bancos privados seguissem o movimento. A lista incluía assuntos como redução dos depósitos compulsórios.

Um dia depois do encontro, o HSBC anunciou cortes de juros, copiando o que já haviam feito Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Bradesco, Itaú Unibanco e Santander Brasil posteriormente seguiram o movimento que, na prática, desautorizou Portugal.

(Por Aluisio Alves; Edição de Cesar Bianconi)

Luis Nassif

1 Comentário

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  1. Crise brasileira

    O texto abaixo, embora se refira à crise brasileira, os argumentos listados se aplicam a discussão central no mundo atual. Se substituirmos, neste texto, o conflito brasileiro de neoliberais x socialistas  por americanos republicanos conservadores x liberais democratas ou ainda por gregos socialistas x conservadores alemães – genericamente falando o mundo discute atualmente: austeridade x necessidades sociais e exige respostas claras, objetivas, de aplicação prática e convincentes.

     

    Crise brasileira – diagnóstico e recomendações

     

    “Os lugares mais quentes do inferno são destinados àqueles que escolhem a neutralidade em tempos de crise” – Dante Alighieri (1265-1321)

     

    Crise e confronto de ideias, este o Brasil de hoje, milhões de brasileiros nas ruas de ambas as ideologias dominantes: coxinhas e petralhas. Vamos tentar radiografar isto, olhando além de interesses pessoais e políticos. Certamente o foco é a visão de mundo, a economia e posturas politicas.

    Coxinhas acreditam e priorizam a austeridade, colocar as contas do governo sob controle, não gastar mais que arrecadam e deixar os problemas sociais por conta de programas que serão ativados conforme disponibilidade de recursos. Algo como: este é o salario mínimo possível, se os petralhas conseguirem comer é problema deles, não da pra pagar mais. Estes neoliberais ou neocon acreditam na possibilidade de gerenciar as leis econômicas!!! Priorizam, sobretudo, o pagamento aos banqueiros que são nossos credores e financiadores de nosso desenvolvimento, geradores de empregos. Em outras palavras, coxinhas acreditam que o econômico, baseado na credibilidade do Pais, vai avançar sobre o social e todos viverão felizes. Resultado da filosofia dos coxinhas é uma elite de privilegiados, capitaneada pelos banqueiros, e uma multidão de excluídos. Sabe quando os petralhas conseguirão comer – nunca.

     

    Petralhas priorizam o social, descobriram na própria pele, que para gerar trabalho produtivo é preciso estar alimentado, com saúde e educação – o que é uma verdade biológica, ate o automóvel precisa de combustível a priori para rodar.  Entretanto, isto fornecido pelo governo, vale dizer pelos impostos capturados de trabalhadores e empresários, vai gerar um tremendo déficit e inviabilizar o governo que perde credibilidade internacional e reduz os investimentos. Acreditam, sobretudo, que pessoas bem alimentadas, com saúde e educação, vale dizer com o social resolvido o econômico se expande e todos viverão felizes. Sabe quando esta equação vai fechar – nunca.

     

    Nesta bagunça de concepções distintas, os políticos, legitimados por keynesianos ortodoxos, interferem na economia de forma desastrada – se entrometem até sobre compra de plataformas de petróleo de empresas estatais – absurdo dos absurdos – isto não pode dar certo!!! Esperteza de toda sorte, eles descobriram que eleição é um bem econômico com preço no mercado – bombeiam recursos dos prestadores de serviços, dependentes do governo, para suas campanhas eleitorais, deixando um pedaço nos próprios bolsos!!! Aqui coxinhas e petralhas agem de forma semelhante. Não tem Madre Teresa nesta casa de tolerância!!!

    O que podemos aprender disto tudo. Como podemos conciliar visões tão distintas?

     

    Coxinhas estão corretos em manter um orçamento equilibrado. Petralhas, corretíssimos, descobriram o óbvio: todos precisam se alimentar e ter acesso aos sistemas de saúde e educação. 

    Temos que transformar estes 3 setores: nutrição, saúde e educação de despesa orçamentaria em investimento empresarial – através de um novo Pacto Social onde empresários assumem estas responsabilidade sociais e governo reduz a tributação correspondente. A partir dai livre mercado, laisser faire, laissez passer!! Meritocracia, redução de governo, responsabilidade individual, reversão da migração campo-cidade, agricultura, saúde e educação altamente rentáveis, enfim resgatam-se os valores tradicionais que fizeram prospero e rico o mundo ocidental.

    Desta forma economia fica, definitivamente, separada de politica – são como óleo e agua – não se misturam.

     

    Uma palavra de gratidão ao juiz Sergio Moro, ele parece meu irmão mais novo, criado pelos valores tradicionais de meus pais Romeu e Maura. Ele resgata a dignidade de todo o povo brasileiro, podemos andar de cabeça erguida, corrupção é caso de policia, não importa se coxinha ou petralha. Ficaria muito feliz de ver escoltado para a PF um figurão dos diversos partidos políticos – são os 20% que faltam para aprovação total do juiz Moro. Alias a justiça brasileira ainda deve respostas a sociedade: político condenado por corrupção na França, anda livremente no Brasil, dirigentes esportivos condenados no exterior por corrupção, ocupam posição de destaque em instituições esportivas locais. Já que a nossa decadente e humilhada justiça tradicional não consegue resolver – Sergio Moro neles! Este bravo juiz, junto com equipe de procuradores e da PF pode substituir toda uma estrutura de TCU, CGU e demais auditores – nesta roubalheira de décadas, estes inúteis e decadentes órgãos só serviram para dar emprego a burocratas amigos do rei. Isto tudo me envergonha.

     

    Cordialmente

    Ronaldo Campos Carneiro – 27/3/16

    [email protected]
    http://ronaldocarneiro.wordpress.com 
    http://rcarneiro4.blogspot.com.br

     

     

     

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