A L’Occitane e o pensamento dos empresários brasileiros

 
Jornal GGN – George Vidor, em sua coluna no jornal O Globo de segunda-feira (3), fala sobre a resistência encontrada pela marca francesa L’Occitane ao criar um linha de produtos brasileiros. O maior obstáculo dos produtos, fabricados no país, veio justamente dos próprios revendores da marca no Brasil, que tinham a crença de que os consumidores confiam mais na qualidade dos produtos importados.
 
A linha é vendida em 70 lojas e, com a desvalorização do real, o grupo pretende exportá-la para todos os mercados em que atua, incluindo a França.
 
Enviado por Henrique Torres
 
Da coluna de George Vidor, no Globo de segunda-feira (3/11), vem esse exemplo de como são certos empresários brasileiros
 
Do O Globo
 
‘AU BRÉSIL’
 
George Vidor
 
Por incrível que pareça, a maior resistência que a francesa L’Occitane encontrou ao criar uma linha de produtos brasileiros, fabricados no país, foi de alguns revendedores de sua marca aqui mesmo. Ainda prevalece entre nós um antigo preconceito, que leva os brasileiros a confiar mais na qualidade de produtos importados, quando isso não é necessariamente verdadeiro.

 
O grupo francês resolveu criar a linha L’Occitane au Brésil exatamente por apostar na biodiversidade local. Começou com águas de colônia e no fim do ano lançará a água de toalete “Olinda”, cujo nome é uma homenagem simultânea à cidade histórica de Pernambuco e à mulher brasileira. Os desenhos do frasco e da embalagem foram criados por uma conceituada designer pernambucana, que se inspirou no frevo.
 
A linha L’Occitane au Brésil já é vendida por 70 lojas, mas a tendência é que se incorpore cada vez mais às que se dedicam à linha importada L’Occitane en Provence. Com o câmbio favorável, a exportação entrou na pauta do grupo, e para todos os mercados (inclusive a França). Estados Unidos e Japão são os maiores compradores de produtos L’Occitane no mundo. O Brasil é o sétimo mercado, respondendo por cerca de 6% do faturamento global de € 1 bilhão ao ano — o equivalente a R$ 4,5 bilhões. Para efeito de comparação, o grupo L’Oreal, também francês, fatura € 22 bilhões por ano.
 
L’Occitane, fundada em 1975, tem hoje uma grande fábrica na Provence, em Manosque, de onde saem cerca de 95% de sua produção. O fundador permanece como sócio e diretor técnico da companhia, que foi adquirida por uma família em 1995, quando a empresa faturava € 10 milhões anuais. No Brasil, a L’Occitane é dirigida por Nicolas Geiger, um dos filhos do atual controlador. Nicolas só entrou para o grupo há quatro anos, exatamente quando veio para o Brasil assumir os negócios da empresa. É de seu escritório no bairro Chácara Santo Antônio, Zona Sul de São Paulo, que comanda uma rede de franqueados que já passa de 170 pontos de venda. Nicolas ainda se surpreende com as dificuldades para tocar um negócio no Brasil, mas seus amigos europeus o consideram um homem de sorte por morar aqui.
Redação

8 Comentários

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    1. pelé & cia. pior para a Europa

      Verdade Athos e não só o Pelé não jogou na Europa. Pelé pertenceu a uma geração impar, que não se compara em lugar algum no Mundo. Grandes craques desfilaram pelo Brasil e não jogaram por outros times , as vezes, como o próprio Pelé, nem dentro do país. Quem viu, viu, quem não viu, nunca vai entender . Um Cruzeiro de Dirceu, Um Santos de Pelé, Um Botafogo de Garrincha,um Palmeiras de Ademir , um Fluminense de Rivellino ( Corinthians estava meio estragadinho aquele tempo), ou mais para a frente , o Flamengo de Zico . Eles nunca jogaram na Europa (exceto zico), ou melhor, Nunca atuaram em times da Europa, mas já fizeram europeus os aplaudirem em pé em jogos pela Europa

    2. Bom deve ser o Neymar que deu

      Bom deve ser o Neymar que deu o drible da vaca no Santos e na RFB, e quanto foi cutucado pelo fisco espanhol, deu chilique no jogo da Copa América.

  1. Todo o jogo é muito de falsas

    Todo o jogo é muito de falsas verdades. Digamos que há uma empresa francesa que ganha rios de dinheiro no Brasil, bem cara, que faz publicidade em cima de produtos com a marca Brasil e ingredientes nativos. Adquirem uma pequena quantidade do ingrediente de extrativismo sustentado de uma  comunidade pobre,  usam a marca social da cooperativa como publicidade do seu bem fazer, pagam trocados a esta cooperativa adquirindo dela a materia prima que não é suficiente nem para uma gota em tonelada produzida.

    A dificuldade maior das empresas hoje em dia é enganar e fazer cara de bom moço. 

    Aliás, acho que não existe mais dificuldade nenhuma nisso. 

  2. Chique, né?

    Eu fico surpreso ao ver que ainda tem quem se surpreenda. Tem que fazer “sucesso” lá fora pra depois os colonizados de “bom gosto” daqui levarem a sério… Sempre foi assim.

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