Agência de rating derruba bolsa de valores na sexta-feira

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O rebaixamento de perspectiva de “estável” para “negativo” da nota do Brasil, anunciado pela agência de rating Standard & Poor’s, derrubou o mercado brasileiro nesta sexta-feira (07). E nem mesmo o bom humor das bolsas internacionais foi suficiente para tirar o índice oficial de negociações da bolsa brasileira ao seu menor patamar desde outubro de 2011.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou o dia em baixa de 2,39%, aos 51.618 pontos. A bolsa atingiu 51.427 pontos na mínima, e 52.876 pontos na máxima. O volume de negociação apurado chegou a R$ 8,018 bilhões.

“Os mercados começaram em compasso em espera, mas foram contaminados pela S&P”, explica Pedro Galdi, analista-chefe da corretora SLW. “A nota não mudou, mas baixou a perspectiva de estável para negativo e realizou duras críticas ao governo, citando perda de credibilidade da política monetária e os gastos abusivos. Foi uma mensagem direta. Na verdade, eles reforçaram tudo o que todo mundo está falando, mas parece que o governo não enxerga. Os fundamentos fiscais estão mais fracos e existe uma perda de credibilidade”. A Standard & Poor’s justificou sua decisão ao citar fatores como o menor crescimento econômico do país e um aumneto no volume dos gastos públicos, que podem comprometer o perfil financeiro do Brasil.

Para o analista, outras agências devem repetir o discurso. “Se não rebaixar o rating, apenas a perspectiva, tudo bem. Mas se mexer com o rating, a coisa ganha um contorno mais grave”. A agência norte-americana também rebaixou a perspectiva das estatais Eletrobrás e Petrobras.

“Stop and loss”

A bolsa chegou a romper a barreira de 52 mil pontos ao longo da tarde, o que acabou acionando ordens de stop and loss – operação que tem por objetivo limitar as perdas em uma operação, garantindo que o investidor deixará de perder dinheiro –, e o índice renovou as perdas ao longo da sessão até o fechamento.

O rebaixamento de perspectiva pela  S&P também afetou as negociações no mercado de câmbio. De acordo com informações do serviço Broadcast, da Agência Estado, a moeda à vista negociada no balcão avançou 0,66%, negociada a R$ 2,1360, após operar em alta ao longo de todo o dia. O avanço do dólar em relação a outras moedas também influenciou o desempenho.

A semana que vem terá alguns indicadores importantes a serem acompanhados no Brasil, como a primeira prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) da primeira quadrissemana do mês, e os dados de utilização da capacidade instalada da CNI (Confederação Nacional da Indústria), além da balança comercial semanal e o Boletim Focus, que apresenta as perspectivas de mercado para uma série de indicadores econômicos.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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