Anefac aponta aumento dos juros no crédito em junho

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – As taxas de juros de operações de crédito voltaram a subir em junho, segundo pesquisa elaborada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Esta é a décima elevação consecutiva apresentada pelo índice, sendo a sexta apenas em 2014.

No caso do financiamento para pessoa física, a taxa de juros média geral apresentou uma elevação de 0,05  ponto percentual no mês (1,14 ponto percentual no ano), o que corresponde a uma elevação de 0,84% no mês (ou de 1,13% em doze meses), passando de 5,98% ao mês (100,76% ao ano) em maio para 6,03% ao mês (ou 101,90% ao ano) em junho, chegando ao seu maior resultado desde julho de 2012.

Cinco das seis linhas de crédito pesquisadas cinco foram elevadas no mês (juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, empréstimo pessoal – bancos e empréstimo pessoal – financeiras) e uma se manteve estável (CDC – Bancos financiamento de automóveis).

Quanto ao crédito para pessoa jurídica, a taxa de juros média geral avançou 0,03 ponto percentual no mês (0,52 ponto percentual em doze meses), correspondente a uma elevação de 0,88% no mês (1,05% em doze meses), passando de 3,41% ao mês (49,54% ao ano) em maio para 3,44% ao mês (50,06% ao ano) em junho, a maior taxa de juros desde julho de 2012. Das três linhas de crédito pesquisadas, uma foi reduzida (capital de giro) e duas foram elevadas (desconto de duplicatas e conta garantida).

Considerando todas as elevações da taxa básica de juros promovidas pelo Banco Central desde março de 2013, o período de março/2013 a junho/2014 registrou uma elevação da Selic de 3,75 pontos percentuais (elevação de 51,72%) de 7,25% ao ano em janeiro/2013 para 11,00% ao ano em junho/2014.

Neste período a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 13,93 pontos percentuais (elevação de 15,83%), subindo de 87,97% ao ano em março de 2013 para 101,90% ao ano em junho de 2014. Nas operações de crédito para pessoa jurídica, houve uma elevação de 6,48 pontos percentuais (elevação de 14,87%), com o percentual passando de 43,58% ao ano em março de 2013 para 50,06% ao ano em junho de 2014.

Em nota, o diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da entidade, Miguel José Ribeiro de Oliveira, atribui as elevações tanto ao aumento da inadimplência bem como ao cenário econômico nacional com expectativa de piora nos índices de inflação e de crescimento econômico. Segundo o especialista, estes fatores aumentam o risco de crédito – ou seja, há expectativa de aumento nos índices de inadimplência.

Tendo em vista a possibilidade de a autoridade monetária manter a taxa básica de juros estável em 11% em sua próxima reunião, Oliveira avalia que a tendência é de a Selic se manter inalterada no curto prazo. “Por conta disto é provável que as taxas de juros das operações de crédito se mantenham inalteradas neste período, a não ser que, eventualmente, por conta da piora no cenário econômico, a inadimplência venha a ser elevado, o que levaria as instituições financeiras a subir suas taxas de juros mesmo em um ambiente de manutenção da taxa básica de juros”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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