Bolsa fecha em baixa pelo quarto pregão consecutivo

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A bolsa de valores terminou suas operações em baixa pelo quarto pregão consecutivo, influenciada pelas incertezas do cenário internacional e pelas preocupações com o quadro fiscal. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou as operações em queda de 2%, aos 45.340 pontos e com um volume negociado de R$ 7,126 bilhões.

As bolsas internacionais fecharam em queda generalizada, por conta da publicação de dados industriais abaixo do esperado na China e nos Estados Unidos e, no cenário doméstico, os riscos quanto a um novo rebaixamento da nota de crédito brasileira e com o quadro fiscal continuam em evidência. Em sessão que durou até a madrugada desta quarta-feira, o Congresso brasileiro manteve boa parte dos vetos presidenciais, mas alguns pontos polêmicos foram mantidos, entre os quais o reajuste para o Judiciário.

Na avaliação dos papéis, a queda foi influenciada, principalmente, pelo desempenho negativo das ações da Vale, da Petrobras e dos bancos (Bradesco, Banco do Brasil e Itaú Unibanco): as ações ordinárias da Vale (VALE3) encerraram em queda de 2,88%, a R$ 18,90. As preferenciais (VALE5) caíram 2,8%, a R$ 14,92. As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) perderam 2,15%, a R$ 6,82. Os papéis ordinários da estatal (PETR3) recuaram 1,08%, a R$ 8,26.

Os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) tiveram baixa de 3,56%, a R$ 15,70. Os do Bradesco (BBDC4) caíram 3,39%, a R$ 21,93. Os do Itaú Unibanco (ITUB4) se desvalorizaram 3,97%, a R$ 26,40.

As perdas do dia também contaram com a participação das empresas de siderurgia: a CSN (CSNA3) registrou a maior queda do índice, de 20,51%, a R$ 4,07. A Usiminas (USIM5) teve a segunda maior desvalorização, de 15,35%, a R$ 3,31.

Mesmo com as intervenções efetuadas pelo Banco Central (BC), o dólar fechou com forte alta e voltou a bater recorde. O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 4,146, com alta de R$ 0,092 (2,28%), na maior cotação da história.

A cotação teve um dia de fortes oscilações. No início do dia, o dólar chegou a operar em queda, atingindo R$ 4,017 na mínima do dia, por volta das 9h30. Nas horas seguintes, porém, reverteu a tendência e passou a disparar, até fechar na máxima do dia. A divisa acumula alta de 14,3% apenas em setembro e de 55,9% em 2015.

A atuação do BC foi insuficiente para segurar a moeda norte-americana. No início da tarde, a autoridade monetária anunciou três leilões no mercado de câmbio: um leilão de rolagem (renovação) de contratos de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro), um leilão de novos contratos de swap, que não era realizado desde abril, e a venda de US$ 2 bilhões das reservas internacionais com compromisso de recompra.

Além de turbulências internas, o cenário internacional contribuiu para a alta do dólar. A China divulgou que a produção industrial do país atingiu, em setembro, o nível mais baixo em seis anos. Ao mesmo tempo, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, declarou que a desaceleração dos países emergentes pode comprometer a recuperação da Europa.

Para quinta-feira, os analistas aguardam a publicação dos números de confiança do consumidor, o relatório trimestral de inflação e a taxa de desemprego no Brasil. No exterior, a agenda indica a publicação dos números do índice de atividade do Federal Reserve de Chicago, novos pedidos de seguro-desemprego, pedidos de bens duráveis e vendas de casas novas nos Estados Unidos; confiança do consumidor e expectativas da Alemanha; total de desempregados na França; índice de atividade industrial e o índice de preços ao consumidor no Japão.

 

 

 

(Com Reuters e Agência Brasil)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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  1. variações em bolsas

    Nassif,

    Fechando hoje nos 45.340 pontos, o Ibovespa deflacionado pelo IPCA acumulado corresponde, respectivamente,  a 26.456 pontos em 01/01/2011 ( nesta data, o índice fechou em 33.456)  e a 33.340 pontos em 01//01/2006 (nesta data, fechou em 69.962 pontos). Em quase cinco anos o Ibovespa encolheu em torno de 27 % (valor atualizado de 26.456 / 33.456 ), e em quase dez anos foi ainda pior, emagreceu 52 % ( valor atualizado de 33.340 / 69.962 ).

    O Dow Jones, por sua vez, estava em 11.577 pontos em 01/01/2011 e fechou hoje a 16. 280 pontos, alta de 40,6%. Só mesmo a chuva de $$$ dos QE, combinada com a desregulação que tudo permite, pode explicar esta alta sem pé nem cabeça.

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