Como a fórmula Levy-Tombini-Rousseff não resolve

O jogo econômico é muito mais simples e objetivo do que supõe os livros e as teorias econômicas.

Na academia e na imprensa há uma disputa entre linhas econômicas que obedecem muito mais a conceitos ideológicos, disputas de espaço, conquista de reputação, do que à análise objetiva dos fatos econômicos.

É o que ocorre com essa tentativa de caracterizar os erros recentes de política econômica como inerentes ao que chamam de “nova matriz econômica”.

***

Essas interpretações fundam-se em um conjunto de falácias muito mais próximas da fé religiosa do que da razão. Mas como vem embrulhadas em termos técnicos, passa ao incauto a impressão de ter base científica.

***

Há meses e meses venho afirmando que essa ideia de ajuste fiscal rigoroso com taxas de juros elevadas não fecha as contas.

A razão é óbvia:

  1. Fixa-se um superávit primário de 1,2% do PIB. O primário leva em conta apenas receita menos despesa, incluída a conta de juros. Ao mesmo tempo joga-se a Selic nas alturas e tranca-se o crédito.

  2. Os dois movimentos derrubam o PIB (Produto Interno Bruto) e a arrecadação fiscal, tornando mais drástico ainda o corte fiscal para se adequar aos 1,2% do PIB.

  3. Para uma taxa real de juros (descontada a inflação) na faixa de 4 a 5%, não há superávit primário que dê conta de compensar o aumento da dívida via juros.

Mas espalhou-se pelo mercado – a na cabeça da presidente Dilma Rousseff – a convicção de que esse caminho levaria à redução da dívida pública como proporção do PIB, à volta automática do crescimento e à recomposição automática da sua base de apoio político.

***

Ontem a Moody’s – a mais importante das agências de risco – divulgou seu diagnóstico sobre a economia brasileira.

  1. O nível da dívida pública brasileira continuará a subir, porque o ajuste fiscal é apenas uma das variáveis que determina essa relação.

  2. Com o crescimento econômico menor, haverá declínio das receitas fiscais, que será apenas parcialmente compensado pelo corte de gastos.

  3. Com a queda da receita, é improvável que se alcance o superávit primário de 1,2% em 2015 e de 2% em 2016.

  4. Mesmo que alcance as metas de superávit, as altas taxas de juros continuarão a pressionar a dívida pública.

***

Mesmo assim, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) cometeu a imprudência de aumentar em mais 0,5 ponto a taxa Selic, elevando-a a 13,75%.

Não há visão de conjunto, sistêmica, por parte da Fazenda, do Banco Central e da presidente da República. A planilha definitivamente substituiu o bom senso e um mínimo de visão prospectiva.

O Ministro da Fazenda Joaquim Levy mira uma meta de corte sem levar em conta os reflexos sobre a receita. O Copom define uma meta de juros sem levar em conta os impactos sobre a dívida e recessão não é problema dele. A presidente Dilma Rousseff avaliza esse duplo torniquete sem levar em conta os impactos do agravamento da recessão sobre a governabilidade.

***

A economia lembra em muito o jogo de xadrez. Quando se mexe uma peça, muda-se completamente o equilíbrio do tabuleiro. O grande jogador consegue antever o novo equilíbrio oito ou dez jogadas à frente. O neófito não consegue prever o lance seguinte.

Luis Nassif

58 Comentários

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  1. No xadrez político econômico,

    No xadrez político econômico, deve o estadista ter a antevisão. Infelizmente Dilma tem anti-visão.  Ela vê A e bate o pé que é Z. Enfim, um mister Magoo de saia. O Brasil passará por um choque térmico econômico violento em 8 anos, de 2010 a 2018. Será uma prova de fogo para o país. 

  2. A economia real não se move a golpes de tacape!

    O que se verá na sequência dessa trajetória suicida é a depressão da atividade econômica, a deterioração das contas públicas, o aumento ou criação de impostos e, como reação de defesa do tecido social, o rápido crescimento da economia informal e o retorno da inflação galopante e do desemprego, como nos tempos do Sarney, de triste memória.

    Já começo a torcer pela perda rápida do “investiment grade”… 

    Seria, talvez, um recado mais bem dado, melhor ouvido e menos custoso, que o que vai vir das ruas.

     

  3. Fórmula Levy/Tombini/Rousseff

    Se não é o Trio Parada Dura, é o próprio Samba do Crioulo Doido.

    A Dilma que nós elegemos se transfigurou junto com seu regime de emagrecimento.

    Emagreceu, porém, a razoabilidade.

     

  4. Quem é que vai querer investir

    com um cenário desses. Juros selic a quase 14% , juros para investimento/financiamento subindo e perpectiva de recessão com mais desemprego , mais retração no consumo.

    Vão preferir aplicar no rentismo(muito mais segurança de retorno do dinheiro) , ou investir na produção real , cuja expectativa é cada vez mais de queda?

    Será que é tão difícil assim equilibrar esse jogo?

    1. Mas tambem não investiram

      Mas tambem não investiram quando o juros era de um digito, nos dois primeiros anos  do gov. Dilma, o empresariado tinha caixa para investir mas não quis arriscar.

  5. Parece que esse post vai de

    Parece que esse post vai de encontro a outro postado recentemente aqui:

    Falando um pouco sobre juros, por Gunter Zibell

    Eu, como não entendo nada de economia, infelizmente, sou obrigado a analisar o que vejo pelas ruas. E o que vejo ainda é muito estranho. Ontem de manhã fui a um supermercado em Curitiba e quase deixei o carrinho cheio de compras e desisti, porque os poucos caixas que tinham disponíveis estavam atendendo a uma fila de carrinhos entupidos de compras. Se o desemprego está aumentando, por que não contratam gente pra atender aos caixas no supermercado? Fui procurar ingressos pela internet para um filme que queria assistir, e as sessões em 3D IMAX (as mais caras) estavam esgotadas. Parece que a crise ainda não chegou para os cinéfilos. Em contrapartida, fui a uma bicicletaria onde geralmente era necessário pegar uma senha para ser atendido, e, para minha surpresa, fui atendido assim que cheguei. Estava vazia. É muito estranho. Os restaurantes também parece que estão gradativamente ficando vazios. Isso talvez explique o supermercado cheio – as pessoas devem estar comendo em casa porque é mais barato. Efeito da crise, talvez.

    De qualquer forma, parece que tem gente acreditando no Levy:

    Alheios à crise, novos shoppings de Curitiba já projetam a fase de obras

    O Judiciário também parece que está acreditando:

    Proposta de nova Loman aumenta benefícios dos magistrados

    E os jogos olímpicos estão chegando. Penso que, se a crise realmente vier como estão pregando aqui, deve sobrar ingressos para as competições. É esperar pra ver. Cansei de ver previsões catastróficas aqui que até hoje não se concretizaram. Rezo a Deus para que esta quanto ao pacote Levy seja mais uma. 

     

    1. É estranho mesmo.

      há uma tendência bastante estranha mesmo. Talvez seja um momento de ajuste ( onde o supérfluo de famílias e empresas é atacado ) ou é crise mesmo.

      É estranho que sim, os mercados estão cheios, mas os carrinhos tem o essencial. Os restaurantes com que converso sim reportam um queda de 30% no movimento, entretanto tiveram aumentos de custos de energia em 100%. O movimento de carros no litoral e pessoas na praia não está grande neste feriado prolongado. As empresas que visito estão procurando soluções caseiras para resolver seus problemas de manutenção, senão não realizam manutenções até chegar a bonança. Empresas de equipamentos estão amargando pois não vendem.

      O que falta é Confiança.

      Por mais louca que seja esta idéia, a melhor coisa que Dilma poderia fazer é colocar o Lula no lugar do Levy ou do Tombini, e deixar ele fazer o meio campo com indústriais, investidores estrangeiros e principalmente a população.

      Dando certo, é Lula em 2018 ( como foi o FHC no plano Cruzado ).  Não há o que perder, pois se a situação piorar ( pois a população que paga impostos está desconfiada e muito ) Lula não emplacará.

      Outro ponto é dar uma injeção de adrenalina no Cardoso ( pois parece que está em coma ). A Justiça faz o que bem entende, e sempre caminha contra o governo.

      Pontos Polêmicos defendidos pelo congresso e senado, que sejam postos para plebiscito. 

      Dilma, acorda !!!!! O Brasil não é só Petrobras,  que ainda tem muito que limpar e muito para dividir para quem quer trabalhar .

  6. Juros baixos e real depreciado

    Essa é minha receita de leigo. Mas tá visto que em Economia todo mundo é leigo, pois não há ciência econômica.

    Além disso, educação, educação e educação, visando a próxima década. Para o curto prazo, investimentos em infraestrutura, baseado em parcerias público-privada.

     

  7. Brasil, eterno aluno em aulas de economia

    Nenhuma fórmula irá funcionar assim, onde estabelecemos premissas teóricas, submetendo os anseios, usos e costumes de um povo de mais de 200 milhões de habitantes, para cumprir metas numéricas como se fosse prestando um vestibular para alguém chamado “mercado”.

    Em minha opinião o país precisa de três aspectos principais, na prática:

    1.       Aumento da atividade econômica, em geral – Investir / embora haja alguma inflação;

    2.       Direcionamento do consumo para produtos ou serviços dentro do Brasil – Fazer girar o dinheiro em casa / haverá alguma “perda de liberdade” para o consumidor mais abastado, mas tudo atua em favor do equilíbrio das contas públicas e do saldo positivo da balança comercial;

    3.       Chamar ao povo a lutar e cobrar para que isso aconteça, enquanto gradativamente parte desse povo ascende para o item 2 / Haverá engajamento cívico da população no caminho de construir uma nação.

    As teses atuais agem inversamente, na conseqüência, e não nas atividades de base: 1) Fixa-se a meta de inflação e empurra-se a atividade econômica para a recessão; 2) Num clima de aparente liberdade, deixa-se o mercado influenciar as elites para estas continuar direcionando o seu consumo para futilidades importadas, viagens para exterior e até mesmo para levar o seu dinheiro fora; e 3) O povo paga a conta com desemprego, mas, ao invés de se engajar no caminho traçado pela nação, recebe o recado de que ele é acessório e que quem constrói uma nação são as fórmulas teóricas que aqui teimamos em discutir.

    Nem Levy, nem Tombini nem a Presidenta, juntos ou sozinhos, possuem o poder ou a competência para planejar como a riqueza de uma nação deva ser construída, agindo em direção diferente dos anseios populares, de quem acorda todos os dias querendo um futuro melhor para os seus filhos.

    Cinco séculos atrás essa diferença foi claramente definida, ao comparar o navio que trouxe imigrantes ingleses querendo ficar na nova América (hoje EUA), com os navios piratas de portugueses ou espanhóis querendo saquear estes novos territórios, e ainda em nome de Deus. Brasil deve regredir – no conceito – e partir como se fosso hoje o dia da descoberta, partindo para a construção de uma nova nação.

    As nossas elites, paradoxalmente, demonstram tão pouco interesse e competência nesse simples aspecto, que, com ocasião dos 500 anos da descoberta do Brasil, não conseguiram construir e levar um simples navio protótipo de caravela desde Salvador a Porto Seguro (nem com motor).

    Quando olho um espaço, uma morada, uma rua ou uma cidade como sendo minha, não jogo lixo na rua nem permito que outros o façam. Tão simples assim. Na prática, cada vez que um brasileiro ganha um novo real começa a perder essa perspectiva e, a mídia, o mercado e a política orientam para levar esse dinheiro, a família e os sonhos, para fora do Brasil, igual que 500 anos atrás, quando chegou Cabral, o qual, sem saber, arribou no Brasil, mas o seu destino final estava em Miami.

  8. 2018: um ano longe demais

    já cruzamos o portal do que é, de um jeito ou de outro, a crise terminal do lulismo e do seu modo de fazer política, unicamente focado no curto prazo. como consequência produz no longo prazo a ingovernabilidade e a crise econômica.

    2018 se tornou um ano longe demais e já não é mais possível a fuga para a frente. a única saída é aquilo que o lulismo sempre se recusou a fazer: gerir o curto-prazo a partir da perspectiva de um projeto de longo alcance.

    15/03 e 12/04 mostraram que existe um proto-fascismo à solta em busca de base social. um anjo abre suas enormes asas negras sobre o caos. quem consegue vê-lo? o lulismo terá que reinventer a si mesmo. Lula está sendo convocado pela História. ou mudamos, ou será a escuridão.

    .

  9. Por que os juros foram muito
    Por que os juros foram muito altos no governo anterior sob condições econômicas melhores?

    Nao conseguiam antever dificuldades?

    1. Infelizmente, a taxa selic, a

      Infelizmente, a taxa selic, a qual a maioria das pessoas credita o nível de juros no Brasil, é formada muito mais de maneira politica e conjuntural do que tendo em vista um estudo técnico ou pensando em objetivos de longo pazo. Isso é uma das razões de termos historicamente juros bastante altos no Brasil. 

  10. Nassif, suas análises são bem

    Nassif, suas análises são bem simples mas lógicas, principalmente para leigos. Agora, seria interessante postar rotas alternativas para retomar o equilíbrio das contas públicas sem represar preços administrados. Se esta elevação é inevitável para reequilibrar estes mercados, o que vai gerar impacto inflacionário. Se o equilíbrio das contas públicas é inevitável, incluindo o superávit, o que vai reduzir a demanda criada pelo setor público. Se há problemas nos setores vinculados ao escândalo da Lava-Jato, o que vai impactar demanda e produção. Se temos um balanço externo que só fecha com recursos advindos do exterior, o que falta de confiança vai gerar menos recursos. Quais seriam os caminhos alternativos?

    Suportar algum nível inflacionário? Estimular exportação? Elevar juros para atrair investimento externo? 

    Vc poderia abrir e estimular a reflexão sobre alternativas…

  11. Mas qual seria a solução ?

    Mas qual seria a solução ? Nâo é algo fácil.

    O Governo Dilma I entrou em um grande problema ao segurar tarifas públicas e esconder transferências a bancos públicos da dívida pública.

    Agora, no segundo mandato, foi obrigado a soltar os preços que estavam segurados e também a voltar à transparência, sem esconder os passivos nos bancos públicos.

    Talvez uma opção seria o BC não aumentar os juros, pelos menos. Mas, na prática, o BC trabalha com autonomia, a Dilma não o controla e nem o Levy. Tombini não tem força para bancar isso sozinho, é muito fraco.

    No mais e o Nelson Barbosa, o que fez até agora ? Nenhuma medida de desburocratização, de melhoria tributária ou do ambiente de negócios ? Nada.

    Na economia como em outros setores falta o comando de Dilma, este é o grande problema.

  12. Erro na premissa

    Parei de ler o artigo aqui:

    Fixa-se um superávit primário de 1,2% do PIB. O primário leva em conta apenas receita menos despesa, incluída a conta de juros. Ao mesmo tempo joga-se a Selic nas alturas e tranca-se o crédito

    Como a própria definição de superávit primário é que nos cálculos do superávit primário não estão incluídos os gastos com juros e correção monetária, todo o raciocínio abaixo está errado, consequência do erro na premissa inicial.

    1. Para mim está claro que houve

      Para mim está claro que houve equívoco na redação. Luis Nassif, um jornalista especializado em economia há décadas, jamais cometeria, sem trocadilho, erro tão primário. O que quis escrever. suponho, seria:

      O primário(superávit) leva em conta apenas receitas menos despesas, EXCLUÍDA a conta de juros.

       

      1. Você está corretíssimo!

        Isso é tão óbvio que eu sequer tinha reparado no erro de redação, li “excluída” mentalmente, ainda que estivesse escrita outra coisa. Nassif certamente não cometeria um erro conceitual desses.

      2. Algum tempo atrás eu diria

        Algum tempo atrás eu diria que tinha sido meramente um equívoco e teria lido o resto do texto, porque eu “sabia” como o Nassif pensava.

        Hoje, depois deste samba do crioulo doido que viraram os comentários do Nassif sobre a economia, nem sei mais o que esperar.

        Até três meses atrás o Nassif parecia encantado com o conto da fada da confiança. Era pau no Mantega a torto e a direita porque o governo tinha usado o lucro das empresas públicas para fechar as contas de um ano ruim (as famosas pedaladas fiscais).

        Agora, é pau no Levy porque está fazendo exatamente o que ele pregou no ano passado!?

        Não tem outro caminho: o Levy reduziu a meta do superávit e devolveu a confiança e previsibilidade às contas públicas, como pedido.

        Agora que se está vendo que não vai funcionar, apaga-se todo o passado e pau no Levy, como se não tivesse dito exatamente o contrário antes.

        Assim não dá. Não dá pra cobrar coerência do governo se a crítica em si, que é muito mais fácil de fazer, não é coerente.

         

        1. Não era isso que você queria?

          Em tempo:

          Está aqui a tão solicitada credibilidade fiscal, outrora tão demandada pelo próprio Nassif aqui no blog:

          http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,na-base-do-frango-com-legumes,1700489

          Na base do frango com legumes

          THE ECONOMIST

          05 Junho 2015 | 03h 00

          Apesar da economia em marcha à ré e de uma presidente debilitada, governo brasileiro recupera credibilidade fiscal

           

           

          Analistas demonstram mais confiança no trabalho de Joaquim Levy (E) e Alexandre TombiniAnalistas demonstram mais confiança no trabalho de Joaquim Levy (E) e Alexandre Tombini

           

           

           

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          Quem vive em São Paulo diz que os restaurantes da cidade são o equivalente às praias do Rio de Janeiro: sua principal fonte de diversão e uma maneira de escapar do corre-corre da metrópole. Nos últimos tempos, porém, os restaurantes andam mais vazios do que de costume. E os paulistanos, quando comem em casa, agora trocam carne bovina por frango e legumes, que são mais baratos.

           

          Essa mudança de hábitos alimentares foi causada pelo desalento econômico que desde o ano passado contamina o Brasil. A recessão paira no horizonte. A economia encolheu 0,2% nos primeiros três meses de 2015 e 1,6% na comparação com o mesmo período de 2014. O emprego e o salário real estão em queda; os juros e a inflação, em alta. O país parece sem comando: as dimensões do escândalo da Petrobrás e o desânimo com a economia enfraqueceram a presidente Dilma Rousseff.

           

          Apesar disso, o governo tem feito progressos. Em especial, as autoridades brasileiras começam a recuperar a credibilidade que Dilma dilapidou em seu primeiro mandato. Desde o início do ano, a presidente vem dando forte apoio à política de ajuste fiscal conduzida pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. E, desde as eleições de outubro, o Banco Central retomou com seriedade o combate à inflação. O turbulento Congresso brasileiro, atualmente dominado por governistas pouco confiáveis e oposicionistas inflexíveis, não conseguiu, até o momento, atrapalhar esses esforços. “É um Brasil sob nova direção”, diz Marcelo Carvalho, do banco de investimentos BNP Paribas.

           

          A maior prioridade de Levy – reduzir o déficit fiscal a fim de manter o grau de investimento do país – ficou mais perto de ser alcançada na semana passada, quando o Congresso aprovou cortes nos gastos sociais do governo, em especial no que diz respeito ao seguro-desemprego e à concessão de pensões por morte. Isso deve representar uma economia de R$ 8 bilhões (US$ 2,6 bilhões) em 2015. Anteriormente, o governo já cortara R$ 70 bilhões em gastos discricionários previstos para 2015, o maior corte desse tipo na história do País, e elevara impostos, inclusive sobre a comercialização de combustíveis, que devem gerar uma receita de R$ 26 bilhões este ano.

           

          Levy não conseguiu tudo o que queria. O projeto de lei que acaba com a dispendiosa desoneração tributária da folha de pagamentos enfrenta oposição no Congresso. Além disso, os parlamentares incluíram nas medidas que reduzem os gastos sociais uma emenda flexibilizando o chamado fator previdenciário, favorecendo o cálculo das pensões dos trabalhadores que se aposentam mais cedo. Se mantida, essa alteração dobrará os gastos do governo com a Previdência, fazendo com que em menos de uma década eles cheguem, pelas contas de Fabio Klein, da consultoria Tendências, a 15% do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa é que a presidente Dilma Rousseff vete a modificação.

           

          Poucos analistas acreditam que Levy atingirá seus principais objetivos: um superávit primário (antes do pagamento de juros) de 1,2% este ano e de 2% em 2016. O superávit deste ano deve ficar pouco acima da metade do prometido, diz o especialista em contas públicas Mansueto Almeida. Mas isso talvez seja suficiente para satisfazer as agências de avaliação de crédito. As mudanças implementadas por Levy na condução da economia superaram as expectativas, diz Lisa Schineller, da Standard & Poor’s.

           

          Os analistas financeiros estão igualmente bem impressionados com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que não permitiu que a ameaça de recessão minasse o combate à inflação, atualmente acima de 8%. Em 3 de junho, o BC elevou a taxa de juros em 0,5 ponto porcentual, para 13,75%. A intenção de Tombini é fazer com que a inflação caia para 4,5%, no centro da meta fixada pela autoridade monetária, até o ano que vem. Isso pode exigir novas elevações nos juros.

           

          No curto prazo, os esforços de Levy e Tombini farão com que os restaurantes de São Paulo fiquem mais vazios. A situação da economia é ainda pior do que parece à primeira vista. Os investimentos, já baixos para os padrões das economias emergentes, encolheram pelo sétimo trimestre consecutivo nos primeiros três meses de 2015. O consumo das famílias caiu pela primeira vez em ternos anuais desde que o PT chegou ao poder, em 2003. Sem uma redução nas importações, a desaceleração anualizada da economia teria sido ainda maior. As economias obtidas por Levy resultaram sobretudo de aumentos nos impostos, que devem afetar negativamente o desempenho atual da economia, e de cortes nos investimentos, que devem prejudicar seu desempenho futuro.

           

          Restaurar a credibilidade não é o bastante. O Brasil também precisa se livrar dos “gargalos de oferta” mencionados por Christine Lagarde em maio, quando a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) esteve no País. Esses gargalos incluem um sistema tributário que desestimula os investimentos privados, uma infraestrutura inadequada e uma legislação trabalhista arcaica. Os novos gerentes do Brasil mal começaram a lidar com essas questões.

           

          © 2015 THE ECONOMIST NEWSPAPER LIMITED. DIREITOS RESERVADOS. TRADUZIDO POR ALEXANDRE HUBNER, PUBLICADO SOB LICENÇA. O TEXTO ORIGINAL EM INGLÊS ESTÁ EM http://WWW.ECONOMIST.COM.

          1. A Economist está errada

            Pra variar. Confunde credibilidade com recessão, como se uma fosse impossivel sem a outra.

            Pedir credibilidade não é pedir recessão e entregar recessão não é ganhar credibilidade.

            “Os analistas financeiros estão igualmente bem impressionados com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que não permitiu que a ameaça de recessão minasse o combate à inflação, “

            Essa “boa atuação do Banco Central” seria o que, a não ser a alta da Selic. Eles supõe que sem alta da Selic é impossivel combater a inflação, o que é errado. A inflação é um fenomeno multicausal, pode ser combatida de múltiplas formas.

            Mas para eles (Levy e Economista fazem parte da mesma matriz teórica e do mesmo grupo de interesses), é o único remédio que funciona, então quando o Levy faz o que eles acham certo, o Levy ganha a credibilidade com ELES, o que não significa que tenha ganho credibilidade com o mercado REAL (industria, agricultura, trabalhadores, e não só mercado financeiro.

            A arrecadação está em queda, que ajuste fiscal pode ter credibilidade com arrecadação em queda ?

            A dívida está crescendo numa proporção maior que o primário, que credibilidade pode ter uma politica assim?

            O truque aqui é o seguinte. A queda que teremos nos próximos meses na taxa de inflação é sasonal e estrutural, não tem nada a ver com a Selic do BC.

            Sasonal porque a curva de inflação é descendente todo segundo trimestre, assim como o déficit em transações correntes.

            Estrutural pois os choques de preço provocados pelo reajuste das tarifas e do cambio tem necessariamente temporario sobre a taxa de inflação, não se sustenta por mais que 3 meses, 

            Mas a Economist e o Levy vão dizer que foi pela  alta da Selic, e a mídia e seus analistas vão repetir a mesma coisa, e muita gente vai acreditar, pelo jeito.

             

      3. Sim, bem claro.

        Toda a analise dele que segue a esse engano baseia-se no conceito correto, veja:

        “3. Para uma taxa real de juros (descontada a inflação) na faixa de 4 a 5%, não há superávit primário que dê conta de compensar o aumento da dívida via juros.”

        Primario de um lado, juros do outro, bem diferenfciado um do outro.

        Só um engano de digitação mesmo, não uma premissa lógica falha.

    2. É verdade, a definição de

      É verdade, a definição de superavit primária está está errada ao considerar os juros incluídos no cálculo. No entanto, esta falha não prejudica o raciocínio restante, que está consentâneo com as parspectivas futuras, caso mantenha-se esse ajusta sem alterações e correções de rumo.

  13. Crime

    Perguntar não ofende. Desviar recursos públicos, gratuitamente, (via juros da SELIC, por exemplo) para os cofres dos bancos e as contas privadas dos rentistas é crime?  O grupo de funcionários públicos (COPOM) que determina isso está cometendo peculato? Se está, a acusação pelo crime de formação de quadrilha é também cabível?

  14. Você escreveu um livro chamdo

    Você escreveu um livro chamdo “Cabeças de planilha”.

    O Levy e o Tombini não passam de cabeças de planilha. Uns toscos que levarão o Brasil à recessão violenta e o PT provavelemente à derrota em 2018.

    Dependendo do tamanho da recessão que estes dois aloprados criarem, nem o Lula terá chance em 2018.

    As vezes tenho a impressão que a qualidade da escolha do Lula com a Dilma foi a mesma do Joaquim “capitão do mato” Barbosa para o STF.

  15. Visão alternativa e próximos passos

    O Estudo do Autor (IBRE/FGV) é “quase” completo.

    Faltaram:

    1. Mencionar que o tal “Espírito Animal” (ou seja, a Vontade de Investir/o Ímpeto Empreendedor) do Empresário Brasileiro não existe mais.

    As Novas Gerações (Netos dos Ermírio, etc.) encontraram maior Segurança sendo Rentistas, ou atuando como Revendedores dos Produtos Chineses (enquanto a China tinha Câmbio e Mão de Obra baratas).

    2. O Governo errou ao incentivar o Consumo, o que incentivou Setores Oligopolizados como o de Autopeças.

    A ficha caiu agora, o Levy vai abrir o Setor para a Competição (de novo, pois nos Anos 90, os anos das “Carroças” do Collor, já se tentou isso. Claro, que o Oligopólio venceu a Guerra. Prova? Pergunte quantas Fábricas de Vidro Automotivo existem no Brasil…).

    http://www.valor.com.br/brasil/4079108/levy-quer-rever-protecao-setor-de-autopecas

    Levy quer rever proteção a setor de autopeças

    Indagado sobre a nova queda na produção industrial, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (ver Crise da indústria chega ao faturamento) o ministro retrucou: “Vamos virar na produção industrial”. Para ele, a deterioração no setor reflete um período de acomodação, depois que o segmento de automóveis teve “alguns anos de muito apoio governamental e a produção muito mantida pelo credito público”, afirmou.

     

    Razões do PIB fraco: uma visão polêmica

    http://www.valor.com.br/brasil/4079112/razoes-do-pib-fraco-uma-visao-polemica

    Sabe-se que, com exceção dos economistas de corte desenvolvimentista, é difícil encontrar no debate brasileiro alguém que não veja na “nova matriz econômica”, os experimentos conduzidos no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, as razões que provocaram a forte redução no ritmo de expansão da economia do país nos últimos anos.

    A “nova matriz” não apenas derrubou a taxa de crescimento, mas também jogou o Brasil numa crise, cuja saída – que passa pelo ajuste em curso – já está custando caro em termos de atividade e emprego.

    A “nova matriz” não se constituiu apenas de mudanças no arcabouço de política macroeconômica que, com poucas variações, governou o país entre 1999 e 2010. Os juros foram reduzidos na marra, o câmbio foi desvalorizado e depois estabilizado em detrimento do regime flutuante e o Ministério da Fazenda colocou em prática as “pedaladas fiscais” para maquiar a verdadeira situação das contas públicas.

    As transformações, contudo, não ficaram por aí.

    Na área microeconômica, várias políticas, em sua maioria marcadas por um viés intervencionista e antimercado, foram implantadas. Alguns exemplos: a mudança do regime de exploração de petróleo de concessão para partilha (realizada ainda no governo Lula, mas num processo liderado pela então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff); o congelamento dos preços dos combustíveis; a aprovação de lei para que a Petrobras fosse a operadora única na exploração de petróleo da camada pré-sal; a exigência de conteúdo nacional na construção de navios, plataformas e sondas; o gigantismo do BNDES no sistema de crédito; o voluntarismo na renovação das concessões do setor elétrico.

    Para Schymura, gasto social, em vez de “nova matriz”, derrubou PIB

    Direcionamento de investimentos pelo governo costuma ser visto por economistas liberais, observa Luiz Guilherme Schymura, como forte indutor de alocações de capital prejudiciais ao crescimento da economia. Em tese, os burocratas não possuem os incentivos e as punições do mercado para guiar suas decisões.

    Por mais preconceituosa que possa ser essa visão, é forçoso reconhecer que dificilmente Brasília, sob qualquer governo, vá ter condições de promover deliberações de investimento típicas do setor privado, mais afeito ao cálculo de riscos.

    Racionalmente, Schymura, que comanda o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV-Rio, enxerga nas políticas mencionadas temas passíveis de discussão. Ele considera válido alegar que as medidas causaram problemas alocativos, mas também acha que muitas delas são mais complexas do que a narrativa por vezes “simplista de alguns críticos faz parecer”.

    “Para ficar em apenas um exemplo: as mudanças no setor elétrico foram feitas dentro do marco da legalidade em contratos que iriam vencer. Se as empresas do setor tinham a expectativa de renovação nas mesmas bases prevalecentes, isto se devia a uma crença não baseada em qualquer diploma legal.

    Independentemente do mérito das mudanças, não houve, como alegam alguns, mudanças das regras do jogo que teriam assustado os investidores”, argumenta o diretor do Ibre.

    A principal alegação de Schymura, porém, é a de que não existe nenhum estudo sólido, do ponto de vista acadêmico, que avalie o argumento de perda de crescimento em decorrência de uma deterioração alocativa num contexto mais amplo.

    “É verdade que se trata de uma alegação difícil de ser enquadrada e avaliada por investigação cientificamente rigorosa. No entanto, essa constatação não deveria servir para que a tese fosse sacramentada apenas por ser repetida à exaustão”, diz ele.

    Esta coluna discorda da visão de Schymura, um economista de formação liberal que, à frente do Ibre, tem contribuído de forma fundamental para estimular o debate de ideias no país.

    Na visão do titular deste espaço, é um fato que, com o fim do superciclo de commodities que tanto beneficiou o Brasil entre 2003 e 2010, a economia brasileira passaria a crescer num ritmo menor. O que se viu, todavia, desde 2011 foi que, com o desmonte do arcabouço de política macroeconômica que vigorou nos governos Fernando Henrique e Lula, os empresários perderam a confiança para investir.

    Uma explicação relevante, a principal na opinião de Schymura, para explicar a desaceleração é anterior à “nova matriz”: o crescimento contínuo das despesas previdenciárias e de programas sociais como proporção do PIB desde a redemocratização.

    “Num país de baixa poupança doméstica, eles induzem a redução da poupança pública. Desta forma, cai o nível de investimento que, por seu turno, como no caso da infraestrutura, é um fator de contenção do aumento da produtividade. Assim, chega-se a um tipo de equilíbrio econômico, social e político que leva à redução do crescimento potencial da economia.” Segundo Schymura, entre 2000 e 2014, os gastos com o INSS, os programas sociais e o custeio das áreas de educação e saúde cresceram 4,55 pontos percentuais do PIB.

    Trata-se de um argumento interessante, embora falte a essa análise considerar os efeitos da “nova matriz” sobre o “espírito animal” dos empresários.

    “Esse salto da despesa social só não produziu uma queda no crescimento econômico antes do primeiro mandato da presidente Dilma porque condições econômicas excepcionais, ligadas especialmente ao superciclo das commodities, proporcionaram enormes saltos na arrecadação ao longo da década passada”, argumenta o economista.

    Analistas alertaram, no início da década passada, que o país corria o risco de viver uma crise fiscal graças à escalada dos gastos sociais e previdenciários. A profecia nunca se materializou porque, durante o ciclo de commodities, a economia brasileira dobrou a taxa de expansão, gerando um boom nas receitas tributárias e, portanto, adiando o problema fiscal.

    Mas, neste momento, alega Schymura, diversas variáveis externas e domésticas mudaram, “independentemente da vontade e das ações do governo de plantão”, e o impacto sobre o crescimento da elevação contínua (acima do PIB) das despesas sociais e previdenciárias se fez sentir.

    O diretor do Ibre, que tratará do tema na próxima Carta de Conjuntura do Ibre, afirma: “Não parece razoável, portanto, dar tanta ênfase aos alegados desacertos na condução da política econômica como causa importante da perda de ritmo da economia no governo Dilma”.

    Cristiano Romero é editor-executivo e escreve às quartas-feiras

    1. Penso que falta alguma explicação no início do seu comentário

       

      Wong (sexta-feira, 05/06/2015 às 09:41),

      O artigo de Cristiano Romero que você reproduziu e deixou o link foi motivo do post aqui no blog de Luis Nassif em texto do próprio Luis Nassif em que ele critica a passagem em que Cristiano Romero manifesta a opinião própria contrária ao do economista Luiz Guilherme Schimura, o autor do estudo que você menciona no início do texto. Trata-se do post “O uso dos bordões no jornalismo econômico” de quarta-feira, 03/06/2015 às 13:20, e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/o-uso-dos-bordoes-no-jornalismo-economico

      Aliás, a crítica de Luis Nassif só se justifica como uma espécie de abertura do flanco para permitir que Cristiano Romero desse uma resposta com justos argumentos da postura que ele adotou na coluna. Foi como aquela passagem do julgamento da Ação Penal 470 no STF em que alguns ministros deram argumentos toscos contra a possibilidade do recurso como uma gentileza para permitir que o ministro Celso de Mello pudesse expor os seus bons argumentos em favor do recurso.

      Como um aparte faço aqui menção ao meu comentário de domingo 15/09/2013 às 17:24, junto ao post “Celso de Mello é a última tentativa de legitimar o enforcamento” de domingo, 15/09/2013 às 10:13, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele, em que ele já reconhecendo que o caminho de Celso de Mello em favor da possibilidade dos embargos havia sido pavimentado fez um post mais para considerar que o voto favorável de Celso de Mello fora apenas para no segundo julgamento ser duro e assim legitimar as condenações.

      O endereço do post “Celso de Mello é a última tentativa de legitimar o enforcamento” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/celso-de-mello-e-a-ultima-tentativa-de-legitimar-o-enforcamento

      Essa minha chamada não era pertinente, mas é sempre bom acompanhar e divulgar esses momentos em que por gentileza as pessoas favorecem a intervenção de outro correndo o risco de se sair mal na fita. No caso do julgamento da Ação Penal 470, os argumentos pueris dos ministros contra os embargos saltava aos olhos como também saltava aos olhos a crítica frágil de Luis Nassif a Cristiano Romero.

      E se chamei atenção para post sem pertinência vale mencionar aqui uma matéria que foi completamente esquecida pela grande mídia e pelos nossos blogs mesmos os mais progressistas. Não conta ponto porque é notícia divulgada pela direita, mas não custa deixar aqui o link para o post “EM central bankers: guiders, reactors and Mavericks” de 03/02/2014 às 15:49, e que foi publicado no blog Beyondbrics hospedado no site do Financial Times e de autoria de Jonathan Wheatley. O post “EM central bankers: guiders, reactors and Mavericks” pode ser visto no seguinte endereço:

      http://blogs.ft.com/beyond-brics/2014/02/03/em-central-bankers-guiders-reactors-and-mavericks/

      O Alexandre Tombini foi avaliado entre os presidentes dos Bancos Centrais de países emergentes como um presidente de banco central que seguia na liderança. Na verdade eles estavam elogiando o Alexandre Tombini por ter antecipado o aumento de juro diante da elevação do câmbio em decorrência do fim do QE americano. Só que muito mais merecedor de elogios foi o Banco Central garantir para o Brasil durante quatro anos com uma inflação variando entre 5,5 e 6,5%. Na verdade o Banco Central do Brasil tem domínio suficiente da inflação para a deixar onde ele quiser.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 05/06/2015

      1. Focando na Tese (polêmica) do Shymura

        Assim como a Mídia concentra-se em Críticas à Matriz da Dilma, o Nassif concentra-se nas “continhas sistêmicas” decorrentes do aumento da Selic…

        Será que os 3 Patetas são realmente tão idiotas como prega Nassif? (Dilma/Tmbini/Levy)?

        Li o livro “Cartas a Lula” (Bernardo Kucinski).

        Trás um bom resumo das (mesmas) posições do Nassif desde o Lula I.

        O meu comentário não se refere aos méritos (ou discordâncias)  do Romero (Valor) quanto à Tese do Schymura.

        Tem o objetivo de alertar que existe, finalmente, na Praça uma nova Visão (que deverá ser detalhada em breve pelo IBRE/FGV).

        A Matriz da Dilma é criticada.

        Assim como o são as Desonerações.

        E, aí estou com o Schymura.

        Será que já existem Análises sérias?

        Será que deu tempo para produzirem resultados?

        Um lembretinho:

        Nos tais 100 dias de Dilma, ela praticamente, e sem escândalos, promoveu:

        – Realinhamento Tarifário

        – Realinhamento Cambial

        – Realinhamento Fiscal

        Se não tivesse provocado uma Recessão (falando com todas as palavras), estaríamos de volta à Hiperinflação…

        Segue um Artigo que (tenta) demonstar que a Política de Desonerações da Dilma foi abortada precocemente (junta com a Matriz).

        Desoneração da folha ajudou a criar emprego

        Valor Econômico – 19/02/2015

         

        Por Denise Neumann

         

         

         

         

        No momento em que o governo discute onde buscar mais recursos para fazer o quase impossível ajuste equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), uma tese de mestrado recém-defendida sugere que a desoneração da folha de salários teve efeito positivo para o emprego e a remuneração dos trabalhadores nas empresas e setores beneficiados.

        Usando informações sobre 74 mil empresas dos quatro primeiros setores abrangidos pela medida, o estudo indica que em 2012 o número médio de empregados nas firmas desoneradas aumentou 17,1%, enquanto nas empresas do mesmo setor não beneficiadas pela medida a alta foi de 2,9%.

        O trabalho foi defendido pelo brasileiro Clóvis Scherer no Instituto de Estudos Sociais (ISS) de Haia, na Holanda. O objetivo foi avaliar os impactos da polêmica medida sobre o mercado de trabalho (emprego, horas trabalhadas e salários) nos primeiros quatro setores beneficiados – indústria de couro e calçados, de confecções e de parte do setor têxtil, empresas de call center e serviços de tecnologia da informação – no primeiro ano de vigência da nova regra.

        Pela dificuldade de obter informações e pela complexidade, o trabalho não detalhou outros impactos macroeconômicos da mudança de regra nem discutiu o custo-benefício do impacto fiscal.

        A desoneração da folha de salários, nos cálculos da Receita Federal, custou R$ 3,6 bilhões em 2012 em renúncia fiscal. No ano passado, quando a medida já beneficiava 56 setores, a conta chegou a R$ 21,6 bilhões.

        Por essa magnitude, e pela dificuldade de mapear seu custo-benefício, a regra que alterou a forma de contribuição patronal para a Previdência (passou de uma parcela de 20% sobre a folha de salários para percentual entre 1% a 2% do faturamento) tem sido apontada como candidata ao ajuste fiscal.

        Scherer, que trabalha como economista no Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), defende a manutenção da regra com o aprofundamento de estudos e avaliações sobre seu real impacto, macroeconômico, social e fiscal.

        Para identificar se a medida funcionou, Scherer comparou a evolução do emprego, horas trabalhadas e salário real em empresas do mesmo setor, separando as potencialmente beneficiadas pelas medidas (tributação pelo lucro real ou presumido com até 50 empregados) e as não beneficiadas (que recolhem pelo Simples).

        A intenção foi isolar fatores macroeconômicos ou inter-setoriais que poderiam distorcer a comparação, explica Scherer, acrescentando que ele também separou e olhou empresas de tamanho similar, com até 50 empregados em 2011, para tornar as amostras mais comparáveis. A base foi a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2011 e 2012 e foram mantidas na amostra apenas as empresas com dados nos dois anos.

        Outra forma de olhar para os dados – e que reforça a conclusão positiva de Scherer – é constatar que, nos quatro setores estudados, o total de vínculos formais de trabalho passou de 779,3 mil, em 2011, para 827,7 mil em 2012. Desse aumento de 48,4 mil novos vínculos, 31,2 mil (ou 64% do total) foram gerados em empresas sob o regime tributário alcançado pela desoneração.

        Scherer observa que nas grandes firmas o impacto do emprego também foi positivo, mas menos intenso que nas companhias até 50 empregados, o que talvez possa ser explicado pela dúvida dos empresários sobre a continuidade da medida, já que inicialmente ela tinha caráter temporário. Em grandes companhias, uma ampliação mais expressiva exigiria, igualmente, mais investimento.

        Além do emprego ter crescido mais nas empresas desoneradas, o desempenho das horas trabalhadas (9,6 % mais) e do salário real (2,3% a mais) também foi melhor, aponta Scherer. Para identificar se essa não é uma tendência recorrente (o melhor desempenho das companhias fora do Simples), o economista comparou a evolução dos mesmos indicadores entre 2010 e 2011, antes da desoneração. Naquele período o comportamento foi diverso, com o emprego crescendo mais nas empresas que adotam o Simples.

        Como agora os dados da Rais de 2013 já estão disponíveis (e mais setores estavam incluídos na regra), Scherer está ampliando o estudo que virou sua tese de mestrado, escolhida como a melhor dissertação do ano passado no programa de políticas públicas e desenvolvimento do ISS da Holanda. Além de incluir mais setores, ele pretende avançar sobre o impacto da medida na carga tributária das empresas e setores.

        “Políticas públicas são difíceis de serem avaliadas. Os dados que permitem sua concreta avaliação demoram para sair, é uma tarefa que requer tempo”, diz o pesquisador. Ele propõe que o programa de desoneração seja continuamente avaliado. Sua tese, faz questão de apontar, não esgota o tema, mas é uma contribuição ao debate, que precisa ser ampliado com mais fontes de informação.

        Scherer não está convencido, por exemplo, que o valor de renúncia fiscal apontado pela Receita esteja correto. Se a desoneração realmente criou empregos, qual teria sido a arrecadação da Previdência se não houvesse a desoneração, questiona. O valor, diz, talvez seja menor. 

         

         

        1. Discordei de sua introdução, mas concordava com seus comentários

           

          Wong (sexta-feira, 05/06/2015 às 15:26),

          Só para pontuar. A observação que eu fiz em relação ao início do seu comentário é porque achei um pouco brusco como você fez a referência ao trabalho de Luiz Guilherme Schimura. Cheguei a pensar que Luis Nassif ou algum outro comentarista haviam fmencionado o trabalho de Luis Guilherme Schimura.

          Achei o texto de Cristiano Romero merecedor de elogios e não da crítica que Luis Nassif fez. Mereceu o elogio não só por divulgar o trabalho de Luiz Guilherme Schimura, como também porque apresenta a opinião dele contrária. Lá no post “O uso dos bordões no jornalismo econômico” eu centrei minhas críticas mais em manifestações antigas de Cristiano Romero. Agora ao achar correto ele expor a opinião dele não significava que eu concordasse com aquelas ideias dele, tanto assim que nas minhas referências a Cristiano Romero, eu também enfatizei a minha discordância da opinião dele.

          Quanto as políticas econômicas do primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff uma questão que não foi enfocada é que quase todas as medidas tiveram caráter de política fiscal com viés cambial. Todas foram medidas que visavam tornar o produto brasileiro mais competitivo no exterior, ou de outro modo tornar a produção externa menos competitiva no Brasil. Observe que a obrigatoriedade da nova tributação para substituir a incidência na Folha de Pagamento permita que se cobrasse o tributo com a nova incidência e alíquota na importação.

          A redução do preço de energia elétrica também teve a função de reduzir custos para o produto nacional. Infelizmente essa redução não foi repassada para os preços.

          Agora o problema todo da economia no primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff foi o fato que quando o país começou a recuperação esta foi abruptamente estancada como reflexo das manifestações de junho de 2013. Diante da brusca reversão o governo poderia ter desistido da política, mas ele imaginou que se ele forçasse um pouco mais poderia dar continuidade a recuperação. Se o governo tivesse desistido a situação sob o aspecto econômico seria pior, mas sob o aspecto fiscal o governo teria ficado em muito melhor situação. Só que a desistência transferiria para o governo toda a responsabilidade pela recessão. E mesmo dentro do governo haveria vozes que diriam: se não tivéssemos desistido a recuperação poderia ter vindo. E ainda havia a eleição pressionando o governo a atuar incentivando o crescimento.

          Agora a política que o governo adotou no primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff pode ser vista como uma espécie de QE brasileiro. Ela de certo modo permitia que o real desvalorizasse como o QE nos Estados Unidos fizeram com o dólar e como o QE agora na Europa tem desvalorizado o euro.

          Como não deu certo e todo mundo só pensa em criticar o Guido Mantega, a política econômica do primeiro mandato tem sido vista como o pior dos mundos. Eu imagino que no futuro ela será mais bem avaliada.

          Clever Mendes de Oliveira

          BH, 07/06/2015

  16. Olá Nassif,
    peguei esta parte

    Olá Nassif,

    peguei esta parte do seu texto para comentar:

    Essas interpretações fundam-se em um conjunto de falácias muito mais próximas da fé religiosa do que da razão. Mas como vem embrulhadas em termos técnicos, passa ao incauto a impressão de ter base científica.

     

    Comentário:

    Ora, perfeito! Economia, na vida “real”, na “prática”, na concretude do dia-a-dia, não passa disso daí que você disse.

    Alguns podem dizer:

    Mas, esse conjunto de falácias não representa os postulados e princípios da  “ciência econômica” . 

    Eu responderia que, de fato, não representa. Todavia, é o que ocorre. Logo, a “economia” só existe “em tese”. Ela serve, recorrentemente, para passar aquele “ar” de algo “técnico”, científico. Pura balela.

    Tanto é balela que estamos aqui, mais uma vez, vendo o descompasso que ocorre entre órgãos e autarquias nesse país no manejo dos “interesses” econômicos, mas que insistem em dar aquele “ar” de científico.

    Ora, ora, ora, deixemos de ser idiotas. 

    No fundo é isso: manejo de interesses econômicos maiores. E estes interesses não deixam o país evoluir. Vale dizer que este “evoluir” pode ser avaliado de várias formas tais como: melhoria prestação de serviços públicos como saúde, alimentação, educação, moradia, etc.

    E por interesse econômico entendam: quem ganha, quem adquirem os  “valores” escolhidos para terem acesso aos bens produzidos com a divisão internacional do  TRABALHO.

    Uns trabalham. Outros buscam na “ciência” econômica aquele “ar” de justiça distributiva racionalizada como se isso fosse de per si, verdadeiro( mas não é) para enganar os otários de sempre.

     

    Saudações  

     

  17. Observo de comum em muitos

    Observo de comum em muitos comentários ressalvas do tipo: “não entendo de Economia, mas…..”.  E expressões similares.

    Ora, nem os próprios economistas não chegam a um acordo acerca da maioria dos termas, imaginem os simples mortais. Ademais,  a  Economia é essencialmente Política. Nenhum outro ramo do conhecimento sofre tantas influências externas,a começar da Política, como as ditas Ciências Econômicas. Por consequência, não necessariamente necessitamos de títulos acadêmicos para opinar acerca do que influencia nosso dia-a-dia.

    E o que vemos no dia-a-dia atualmente? Desemprego aumentando, retração no consumo, inibição em investimentos, trava no crédito, construção civil em ritmo de queda …..Enfim, um cenário de retração econômica com um renitente elevação de preços. Não ainda a chamada estagflação, mistura indigesta de recessão mais inflação em alta; mas as condições estão dadas. 

    No caso em questão, qualquer cidadão comum percebe a falta de unicidade da Política Econômica do governo. Parece existir dois compartimentos estanques, portanto sem nenhuma intercambiamento. Não custa lembrar que a autonomia do BACEN, mesmo que só em termos funcionais, é limitada. E o limite seria a compatibilidade de suas ações com as provindas das outras áreas, máxime da Fiscal. Dito de outra maneira: o Banco Central não é um “governo” paralelo. 

    Se pegarmos, isoladamente,  as decisões emanadas do Ministério da Fazenda no que tange à Política Fiscal e as do BACEN com relação à Política Monetária, ambas são coerentes: persiste um cenário de inflação alta e as contas públicas precisam de arranjos. Mas não PERTINENTES! E a impertinência vem por conta não só da anulação recíproca, mas dos efeitos deletérios de cada uma sobre as nossas vidas sem que estejamos seguros se o sacrifício vai valer a pena. 

    Do alto das suas tamancas monetaristas, proclamam  os economistas:”o remédio que a gente tem para combater a inflação alta é a taxa de juros”. Sim, claro, evidente, óbvio. O resto que se lasque. A começar pelo nível de emprego. 

    A quem cobrar, então, essa aparente falta de sintonia percebida pelos leigos? Claro que a Chefia do Governo. 

  18. Sou um incauto, Nassif, mas

    Sou um incauto, Nassif, mas nem tanto. O que vejo é que a Dilma jogou a toalha em relação à armadilha dos juros altos, como “unica” forma de combater a inflação. Já que tinha certeza que estimularia o investimento privado ao baixar a celic, os spreads, junto com as desonerações e a energia elétrica mais barata. E isso não aconteceu. Os empresário deixaram a presidenta na mão. 

    Fato é que com a demanda aquecida, se a oferta não aumentasse, cedo ou tarde a inflação sairia do controle. E não adianta entrar em discussões de se os empresários boicotaram a economia, preferindo juntar-se ao rentismo, ou se de fato assustaram-se com o “excesso de Dilma” na economia. Fato é que a presidenta achou que bastava “fazer o certo”. “Um governo para todos”

    Eu particularmente acho que “excesso de governo” na economia nunca foi problema para empresário, principalmente os grandes. A questão é a maneira como o governo ” se excede”. A agenda de crescimento da Dilma do primeiro mandato era fortmente distribuitiva, mais até do que no governo Lula. Foi muito para a cultura concentracionista do empresário brasileiro. E sem estratégia política, que a presidenta não tinha, não poderia dar em outra coisa. Sabotagem pura e simples. É preciso um Lula para fazer pacto social envolvendo a elite brasileria, uma das mais predadoras do mundo

  19. Ao contrário do Nassif que é

    Ao contrário do Nassif que é um jornalista com especialidade na análise econômica, falo aqui como cidadão comum: o plano de Levy-Dilma não é bom. E explico tudo no popular: ao aumentar juros, favorecendo os banqueiros e os poucos credores da impagável dívida pública, o governo provoca desaquecimento no consumo; isto gera redução na arrecadação de impostos e causa também desemprego. É tão óbvio que nem precisa desenhar. Qual foi a fórmula adotada pela era Lula para combater a crise externa, sobretudo a partir do segundo mandato? Fortalecer o mercado de consumo interno, com mais investimentos em setores estratégicos da economia, gerando empregos e criando um movimento positivo que combinou mais investimentos + empregos + arrecadação de impostos. Lula cometeu o erro de não fazer mudanças estruturais, além de não travar a luta ideológica contra a direita – Lula e Dilma apanharam calados durante 12 anos da mídia golpista.

    Mas, voltemos ao ponto: os ajustes levYanos, ainda que não sejam de fato levianos, são, no mínimo, contra os interesses da grande maioria da população. O que o cidadão comum percebe é que os recursos públicos estão escassos: os governantes não dão reajustes aos servidores; não há financiamento barato para a casa própria; os preços na ponta sobem muito mais em função das tarifas públicas e problemas de safra na produção de alimentos. Então, a meta de baixar a inflação como fim em si mesmo, bem ao gosto do receituário neolberal do FMI e do tucanato na versão brasileira, pode matar o doente, literalmente.

    Já que estamos falando de coisas técnicas, a presidenta deveria ser coerente e impor metas e resultados a essa equipe econômica. Se dentro de 6 meses (a contar de janeiro de 2015) não atingisse tais e tais resultados (em matéria de empregos, crescimento do PIB, investimentos, etc), deveria reconhecer que a equipe errou e trocá-la por outra, com outra perspectiva. Porque esse negócio de dizer que somente em 2016 o Brasil vai melhorar é conversa para boi dormir. Com base em quais premissas eles estão dizendo isso? Depois que destruírem o Brasil dos de baixos (porque o dos de cima está preservado com os juros altos), aí qualquer conquistazinha vai parecer que está havendo avanços. Muitos trabalhadores vão se endividar agora com os juros na lua e vão demorar muitos anos para sair dessa armadilha montada contra eles.

  20. O jogo econômico é muito mais

    O jogo econômico é muito mais simples e objetivo do que supõe os livros e as teorias econômicas.

    Na academia e na imprensa há uma disputa entre linhas econômicas que obedecem muito mais a conceitos ideológicos, disputas de espaço, conquista de reputação, do que à análise objetiva dos fatos econômicos.

    É o que ocorre com essa tentativa de caracterizar os erros recentes de política econômica como inerentes ao que chamam de “nova matriz econômica”.
    Essas interpretações fundam-se em um conjunto de falácias muito mais próximas da fé religiosa do que da razão. Mas como vem embrulhadas em termos técnicos, passa ao incauto a impressão de ter base científica.

    Mesmo porque qualquer teoria academica ou profissional economica, nada mais é do que o termometro que mede a febre e não A febre.

    O porque do Brasil não dar certo esta escancarado, explicitamente escancarado, só não ve aqueles que tem algum interesse de que as coisas continuem como sempre, os ingenuos ignorantes e neste embroglio não estão somente interesses economicos, esta enrraizado na alma brasileira, preconceitos, desfaçatez, vampírismo, parasitismo e até crueldade com o sofrimento de quem vive na miséria. A mudança assusta uma classe média mediocre e vulgar que vive apavorada muito mais por paranóia do que por razões justas. Do outro lado mesmo dentre aqueles que vivem na miseria ou estão muito perto dela o preconceito tambem persiste, juntando tudo isto a ignorancia de que se aproveitam os oportunistas para manterem seus privilegios, a mudança factivel e efetiva que estruturasse novas possibilidades continua como utopia. O congresso é a dura realidade que representa este caldo cultural.

    O ultimo a conseguir em cenario macro economico favoravel a manutenção das conexões indispensaveis numa economia estavel foi o LUla.
    É necessario um governo forte que centralize os esforços no intuito de manter as conexões das diversas areas do espectro economico, esta liga foi conseguida baseada num forte apelo popular de que contava o ex-presidente, infelizmente não conseguiu alterar a forma politica de governança, ou não lhe interessou, e a corrupção desmoronou o fragil castelo de cartas baseado apenas no consumo, faltou como sempre uma visão abrangente da realidade e da economia. A china tem a maior população do mundo e um governo forte centralizador, no caso brasileiro encontrar as condições politicas que dê liga, que amalgame os diversos interesses numa mesma direção é o desafio presente e o de sempre. É bom repetir, o caso Lula foi uma excelente oportunidade perdida. Infelizmente repetiram o de sempre e deu no que deu, voltamos com os Levy de sempre.

    “Com essa política, o que o governo conseguiu até agora foi virar a indústria de ponta-cabeça, e não há nenhum sinal de virada com esta alta dos juros”, afirmou Paulo Skaf, presidente da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), em nota divulgada após o anúncio. “O governo brasileiro não precisa mais subir os juros, muito menos aumentar impostos. Precisa, sim, promover forte diminuição de gastos para atingir o equilíbrio fiscal e retomar o crescimento da produção e do emprego”, disse Skaf. “Sem demanda e sem crédito não há razão para um juro tão alto.”

  21. Eu sei que muita gente criticava a politica econômica

    do primeiro mandato da Dilma, mas quando vejo os resultados econômicos frutos do recente apego incondicional da presidente aos mandos e desmandos do Levy, morro de saudades do Mantega.

  22. Não creio que você tenha acertado das outras vezes

     

    Luis Nassif,

    Você poderia trazer para o blog os seus artigos nos jornais na época que se subiu o juro em 1985 (Francisco Dornelles no Ministério da Fazenda e Antonio Carlos Braga Lemgruber no Banco Central), em 1999 (Pedro Malan no Ministério da Fazenda e Armínio Fraga no Banco Central) e em 2003 (Antonio Palocci no Ministério da Fazenda e Henrique Meirelles no Banco Central).

    Eu imagino que postas lado a lado com os seus artigos atuais comentando sobre a política econômica da presidenta Dilma Rousseff que conta com o ministro da Fazenda Joaquim Levy e o presidente do Banco Central Alexandre Tombini alguém venha a dizer que suas “interpretações fundam-se em um conjunto de falácias muito mais próximas da fé religiosa do que da razão”. E se compara o futuro anunciado por você com os dados realmente obtidos se chegará a conclusão que a fé religiosa de antanho era equivocada.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 06/06/2015

  23. Orwell o mundo vai mudar e o Brasil …

    Pelo sim, pelo não e sei que o Nassif fica meio cabreiro quando coloco um artigo como este no seu post, mas não dá para olvidar, 2015.75 está ai, vão tentar de qualquer jeito na minha opinião.

    Então fica o aviso.

    O Nassif escreveu: “Essas interpretações fundam-se em um conjunto de falácias muito mais próximas da fé religiosa do que da razão. Mas como vem embrulhadas em termos técnicos, passa ao incauto a impressão de ter base científica.”

    Como se trata de plano com base Bíblica, a marca da Besta, então está no contexto, vejam os comentários do artigo.

    The “Better Than Cash Alliance” Has An Orwellian Plan

    In the fall of 1910, under the pretense of a duck hunting trip, a group of powerful bankers, political figures, and businessmen met at Jekyll Island, GA to plan the creation of a central bank for the United States. The “game” that this elite group of “hunters” brought back to their ivory towers of Lower Manhattan and Capitol Hill was the blueprint for one of the most destructive financial institutions in modern history, the Federal Reserve.

    One-hundred years later, another group of powerful bankers, political figures, and businessmen have converged to promote a cashless society, an economic system that would compel every man, woman, and child to utilize proprietary, government-monitored electronic systems to make purchases of any kind. This group, which calls itself the Better Than Cash Alliance, is as dangerous as the group of “outdoor enthusiasts” that met at Jekyll Island that fateful early-20th Century November.

    And, just like the Jekyll Island group sold their grand plans based on a lie (they claimed that the Fed would guarantee liquidity in times of financial panics), the Better Than Cash Alliance is selling the idea of a cashless society based on the farce that eliminating cash would stimulate entrepreneurship among the poor. In reality, the elimination of cash would reduce a great many opportunities for entrepreneurship for people of few means.

    Gone would be the informal businesses the working poor often operate: roadside produce stands, street performances, handicraft tables, and day labor. Contrary to the assertions of the BTCA, a cash-free society would limit entrepreneurship to those with the means to incorporate a business, afford the proprietary system required to accept payments, and understand the local, state, and federal tax burden the payment system would create.

    Although they won’t admit it, the 12 central governments that currently support the BTCA (the U.S. is one of them) do so because a cashless society would enable them to track and tax every purchase made with sovereign currency within their borders. In addition to producing new government revenue streams, the payment systems would increase governments’ social engineering capabilities: They would compel consumers to purchase goods and services from tax-paying, licensed organizations.

    Freelance service providers such as barbers, music teachers, and tutors would be forced to either jump through the hoops of incorporation or seek work with licensed businesses (which would inevitably take a cut of their earnings and subject the remainder to payroll taxes). The black market would also be squeezed, escalating the War on Drugs, and subjecting every “sin” and self-defense purchase to government scrutiny. Under the guise of “national security”, of course.

    A number of financial institutions, including, but not limited to, Citi, Visa, and MasterCard, support the BTCA, for obvious reasons. In a cash-free world, these institutions would not only make profits on the front end by selling electronic payment devices and charging a fee for every transaction, but they would also make money on the back end by compelling everyone to deposit all of their earnings and cash holdings into their coffers. The BTCA claims that a cashless society would enable the poor to “participate in the financial system”.

    In reality, it would compel everyone to patronize banks. And, while a cashless society would be a windfall for the banking industry, it would place a heavy burden on the elderly, who often hold large amounts of cash and are hesitant (and, in some cases, incapable) of making electronic financial transactions. Among the numerous social problems the BTCA’s plan for cashless society would create, incidences of elder abuse would certainly increase.

    Inevitably, some people would find a way to circumvent a government-mandated electronic payment system, at least for some purchases. Some would find ways to barter or use non-government-issued crypto or de facto currencies. (Interestingly, some black market circles use liquid Tide laundry detergent as a currency.) For some, the elimination of cash would have little material effect on their lives. But, for most, the BTCA’s agenda is a tremendous threat to their individual and economic liberties.

    Like the Jekyll Island duck hunters, the Better Than Cash Alliance is a cabal of powerful people who are pushing a dangerous agenda that would harm average Americans while increasing the elite group’s power over them. Like Georgia mallards, the BTCA’s plans must be shot down.

  24. A Lanterna na Popa do Roberto Campos Faz-se Luz aos Náufragos…

    “Segundo observa apropriadamente a revista The Economist, as grandes reformas exigem três “C” – compromisso, competência e consenso. Têm faltado aos nossos governantes convicções sólidas para enfrentar a impopularidade de curto prazo de medidas antiinflacionárias; têm faltado competência e coesão às tecnocracias dirigentes; e, com nosso multipartidarismo caótico, raramente se consegue consenso suficiente para mobilizar maiorias parlamentares estáveis. Não se deve entretanto exagerar a importância do “consenso”. Em primeiro lugar, como nota Stephen Haggard, “a essência da democracia é que a formação de políticas é uma atividade competitiva e não consensual”. Em segundo lugar, o consenso pode ser resultado do sucesso criado pela “política de convicção”, como dizia mrs. Thatcher.

    […]

    Não fui perito na arte de chegar ao poder e menos ainda na de ficar no poder. Consolava-me relembrando o dito de Alfred Marshall, o pai da economia neoclássica: “Não se pode ser patriota e popular ao mesmo tempo”.

    […]

    Sempre lutei contra três de nossas deformações culturais: o escapismo, que visa a inculpar demônios externos pelos pecados internos; o antidarwinismo, caracterizado pelo horror à concorrência e o apego corporatista a privilégios estatais; e o anticontratualismo característico das “sociedades frouxas”  (soft societies) a que se referia Gunnar Myrdal, rebeldes às leis e relaxadas nos contratos.

    […]

    Nunca aderi ao”discurso da denúncia” em relação aos agentes externos – imperialismo e capitalismo – pois sempre achei que nossos demônios eram internos. “Descobri o inimigo: somos nós mesmos”, como se diz na fábula de Pogo. E cedo me desiludi do paternalismo governamental. Em nosso assistencialismo demagógico os assistentes se dão melhor que os assistidos. O gasto social no Brasil é uma sucessão de “ralos” burocráticos. Assim o atestam o péssimo estado da educação pública, o desastre no sistema de saúde e as humilhações impostas à clientela da previdência social. Cada vez mais me convenço da terrível verdade do que dizia o liberal mexicano Octavio Paz: “o Estado é um pai terrível”; na melhor das hipóteses, um “ogro filantrópico”.

    […]

    Se tivesse que fazer uma autocrítica, à luz das estórias que contei, diria que fui antes um pregador de ideias do que um operador eficaz, melhor na formulação do que na articulação de políticas – possuído talvez demais da “índole da controvérsia”, e, de menos, da “capacidade de acomodação” necessária ao exercício do poder.

    […]

    A anedota é atribuída ao presidente Pompidou, da França. Há três caminhos para cair na desgraça: o mais rápido é o jogo, o mais agradável são as mulheres, o mais seguro é consultar um economista.

    […]

    Na minha juventude e nos anos maduros os economistas com quem mais convivi foram Eugênio Gudin, o pioneiro e o mais sábio; Octávio Gouveia de Bulhões, o mais criativo; Mário Henrique Simonsen, o de melhor instrumentação técnica; e Antônio Delfim Netto, o de maior intuição política. Fui apenas o mais teimoso.”

  25. DÍVIDA PÚBLICA

    Se nossos congressistas não fizerem a AUDITORIA CIDADÃ DA DÍVIDA, em 2022 100% do orçamento federal será para pagar juros ( de dívidas repletas de ilegalidades, com títulos prescritos e muitas outras falcatruas ).

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=wfeJduCV3y4&index=2&list=FL0ZIkc47Y6xuKUpePXfbm9A align:center]

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=ChmYfkVDFSU&index=4&list=FL0ZIkc47Y6xuKUpePXfbm9A align:center]

    1. Amigo, o próprio gráfico diz,

      Amigo, o próprio gráfico diz, juros + amortizações, então não é só juros. Hà também quitação de títulos, com emissão de outros, ou seja, há também troca ou rolagem da dívida.

  26. Ciência exata

    A economia não cabe numa planilha, mas o jogo de xadrez pode ser considerado simples como uma brincadeira de criança se comparado à complexidade das relações econômicas. Pois é disto que se trata: relações.

    Porém dá sim pra calcular o primário necessário: Se a dívida líquida é de 35% do PIB e o juro real é 5% então o superavit nominal tem que ser de 1,75% >>  Primário/PIB = (Juro/Dívida) x (Dívida/PIB)

    Claro que para se trabalhar com dívida líquida temos que garantir que a remuneração das reservas cubra a inflação + 5%; Ou seja, o câmbio tem que desvalorizar pela inflação mais a diferença de taxas internas e a de aplicação. Senão é melhor definir bem qual deve ser o valor seguro das reservas e usar o excesso para pagar as dívidas mais caras.

    Parei de acreditar que o aumento da selic almeje decisões futuras dos agentes econômicos. Estou convencido de que é a aplicação da velha e já desconhecida correção monetária. Serve só pra corrigir efeitos da inflação passada sobre os saldos dos ativos e passivos financeiros existentes. Só 1/3 da dívida pública paga selic,  mas o efeito do aumento do juro referencial reduz o valor presente dos outros ativos, e portanto da própria dívida pública não indexada na selic. Este rearranjo de preços é o efeito mais concreto da mudança da selic.

    Correção monetária é imposição do credor, o Estado não paga porque quer. Alguém está com poder de cobrar e ser atendido. Evidente que os credores estão com excesso de poder político. Nossa missão é encontrar meios de enquadrá-los ao que seja razoável numa sociedade civilizada.

    O plano não é um plano, parece mais uma tática de despistamento até encontrar fôlego e voltar à luta. Levamos muita pancada depois de bagunçar o correto do setor elétrico; ameaçar colocar juros do mercado, não só selic, num padráo mundial; pagar pra ver se os empresários seriam capazes de usar desoneração de imposto para investir e produzir mais, etc. Acredito que no momento em que o mercado estiver convencido de que voltou a dar as cartas, retornaremos às nossas tramoias por baixo da mesa deles e voltaremos a fazer o Brasil crescer apesar deles.

    1. Tramoias

      Caro Wilson,

      Achei muito interessante seu comentário. Gostaria que você esclarecesse melhor o que você quiz dizer com “retornaremos às nossas tramoias por baixo da mesa deles e voltaremos a fazer o Brasil crescer apesar deles”.

      Você realmente acredita que a Dilma ainda tem tempo de dar a volta por cima, antes de terminar o mandato?

      1. Caro Ferruccio,
         
        falei em

        Caro Ferruccio,

         

        falei em “nossas tramoias” usando de sarcasmo, que acabou predominando no meu último parágrafo. Perdoe a falta de estilo.

        O que quis dizer é que o mercados, ao menos no jogo das opiniões enanadas no mercado financeiro, ajem como donos do pedaço. Só o que receitam é certo, fora disto é “pedalada”, “manobra”, “estelionato eleitoral”, etc. Já que consideram que só é certo o que querem que façamos, então temos que fazer o que desaprovam para termos chance de avançar. É aí que entra a tramoia: enquanto pensam que estamos domesticados fazendo o jogo deles, pagando juros mais correção monetária, economizando para não aumentar a dívida usando nossa soberania nos momentos necessários, concedendo serviços públicos à iniciativa privada, vamos também distribuiundo renda, aumentando o salário mínimo, eliminando o desemprego aberto, e por aí se vai. Se avançamos demais na direção correta, erguem a voz por meio da mídia e nos mandam fazer “ajustes”. Só nos resta fazer com que pensem que os obedecemos.

        Ou seja, vivemos o império da novilíngua.

        Por isto não acredito em plano. Para mim continua um mesmo projeto, que se teve um Mantega tomando medidas contracíclicas, veio depois de um Palloci/Meireles que cuidou justamente de dar uma arrumada no pano verde e abrir caminhos abaixo da mesa. Isto para mim é uma imagem do projeto do governo. E não vejo como poderia ser mais certo.

         

         

  27.  
    JÁ QUE ESTAMOS A REVOGAR A

     

    JÁ QUE ESTAMOS A REVOGAR A REELEIÇÃO…NÃO SERIA O MOMENTO PARA REDISCUTIR A LEI ÁUREA?

    Todo esse arrodeio poderia ser simplificado. Para tal, bastaria uma canetada, pura e simples, reduzindo drásticamente o preço da mão de obra. Depois, requisitava-se rádio e TV para explicar ao país ; “estamos na merda, inteiramente entregues à ganância dos “donos dos meios.” É,…isso mesmo. De todos os meios de produção. Em síntese, dos detentores da bufunfa. Que abrange, deste os donos de terras e cassinos, digo, bancos, aos homens da chamada, “classes produtoras,” industriais, comerciantes, trapaceiros, coxinhas alienados, e etc. e tal.

    Todos, envoltos neste denso nevoero a vadiar de montanha russa. Que importa aos promotores dessa pantomima trágica. Fossem eles, a se lascar. Não! Como sempre, será a maioria do povo que voltará a ser coagida a oferecer mão de obra barata, colaborando para o enriquecimento e a competitividade dos negócios do senhorio. Se tudo correr como imaginam os sábios economistas, depois de repetir a merda de mais um plano econômico, uma nova e breve bonança se estenderá sobre nós (lá neles). Ao cabo, os milagreiros serão laureados e incensados. Como o foram, os do Itamar Franco que acabou sendo vítima de roubo. Quando teve os louros surrupiados pelo desonesto FHC.

    Reconheça-se que, a repetição dessa narrativa, em boa medida, deve ser creditada aos tocadores de berrante…da grande imprensa de Pindorama, e dos trambiques de seus patrões.

    Pois muito bem, ou Plano Levy ou inflação. Escolha!

    O que não é possível, são os salários do tamnho que estão. Ganhos destruindores da confiança dos investidores e, inviabilizadores da competividade patronal. Amém! E que deus seja louvado! E ! Viva a marcha Gay! Ops, desculpem, viva a marcha de Jesus!

    Orlando

     

     

  28. É TUDO TÃO FÁCIL NASSIF, OS EUA E EUROPA QUEBRARAM, E A MOODY’S?

    De fora vemos paredes pintadas e portas esteticamente lindas, mas dentro, temos que no mínimo manter a casa limpa e arrumada e é só quem mora dentro dela pode fazer adequadamente. Fazer um artigo desses baseado em diagnóstico da Moody’s é no mínimo estranho. Nassif durante anos venho ouvindo e lendo comentários econômicos e cada dia deixo de acreditar neles, não que não saibam o que falam e escrevem, mas é que se transformaram em profetas do acontecido numa mesmice só. Tudo na economia de um país tem relação com a geopolítica, a Rússia estava bem, sofreu sanções e agora está mal, é isso que acontece. Aqui no Brasil foi entrave político e desestabilização promovida por parte da Justiça e empenho da grande mídia querendo continuar a gatunar dinheiro público fácil. A conjuntura econômica só está como em música, uma oitava abaixo, mas os acordes sempre serão os mesmos. Vão devagar né pessoal, até as empresas de pesquisas já estão colocando variáveis da “urubologia” e do negativismo constante nos resultados das pesquisas, aja negatividade para ajudar. Isso não é realismo do “economicismo” é uma espécie de “agouração” do já acontecido. Até então ninguém se deu conta que a estrutura da economia mundial modificou com a presença da China como motor da econômico do mundo. O Brasil hoje não é mais coadjuvante e protagonista forte, as vezes as ações não correspondem somente ao cenário interno, mas sim a propósitos externos e até de defesa antecipada e até de correções que são necessárias. Isso não é só chegar assim e fazer, a população tem que ser protegida a qualquer preço proteção total ou parcial e a população tem que enteder que ela faz parte na hora boa e na hora ruim. Se fosse assim era só falar com a população de São Paulo, podem gastar água a vontade só porque não foi ela que não investiu e captção. Não é bem assim tem que propor gastar menos para não haver colápso no fornecimento. Porem que a estrutura econômica governamental necessita de novas formulas é notório, porém de notas tão dissonantes como querem o profetas do caos, os MOODY’SEIROS não. Deixem a mulher trabalhar e colocar o plano em fucionamento, se não der certo, ai sim critica e critica de quem conhece não é critica é feedback. Mas MOODY’S neinguém merece.

    1. A Moody’s está erada?

      Caro Carlos, não adianta reclamar contra a Moody’s, pois os cálculos que ela fez tem grande possibilidade de se provarem certos.

  29. O problema da Dilma é o oito ou oitenta.

    A presidenta foi muito criticada aqui pelo Nassif por causa do Mantega. E agora é criticada por causa do Levy, aparentemente os dois fazem políticas econômicas extremamente opostas. Dilma deveria encontrar um meio termo! É aí que mora o problema, o país não pode mais desonerar, nem favorecer setores da economia. E agora Jose? Eu não entendo de economia, com suas complexidades e termos técnicos (bom economistas parecem não entender também), mas sei bem como administrar as contas aqui de casa. Pagar juros é um péssimo negócio, evito ao máximo. Comprometer a renda com mais do que se pode pagar é suicídio. A presidenta tem uma escolha a fazer, o certo ou o errado? Ela tentou o certo no primeiro mandato e não obteve apoio dos industriais (quando abaixou os juros), nem da mídia e lógico dos bancos. É mas era o certo! Agora ela tem que fazer o certo e o preço será muito maior, se Nassif estiver correto logo o garrote vai apertar no pobre, aí ela perde o apoio que lhe resta. Dilma tem que ir para o sacrifício, não adianta esperar apoio da indústria, falo isso porque quando a presidenta abaixou os juros no primeiro mandato, não vi nenhum apoio entusiasmado, só notas protocolares. Enfim, agora é com a Dilma, por enquanto não vi crise, talvez por morar em uma região rica, que mesmo nos tempos de FHC crescia, mas não tardará uma hora chega.

  30. Muito bom, Nassif. Como disse

    Muito bom, Nassif. Como disse escreveu Piketty, parafraseando outros que o antecederam: a economia é importante demais para ser pensada e discutida apenas por economistas. Joaquim Levy e Alexandre Tombini agem no governo com a cabeça de executivos de instituições financeiras (que eram antes de ser convidados para ocupar cragos na área fazendária do governo); mais grave ainda: eles agem defendo os mesmos interesses de antes, ou seja, os do mercado financeiro. A presidente deveria demitir os três: os ministros da Fazenda e do Planejamento e o Presidente do Banco Central.

    1. Façamos um composição de

      Façamos um composição de valores:

      – juros altos da selic aumenta os gastos do governo; diminui os investimentos e a produção; gera desemprego;

      – sem investimentos, sem produção e com pouca renda no consumo, a arrecadação cai;

      – caindo a arrecadação, com o aumento dos gastos com juros, as contas do governo pioram;

      Eu lembro que quando o LULA pegou o governo as contas estavam todas ruins – externa e interna. Ele levou confiança ao mercado de consumo e de produção; incrementou os recursos do BNDES, fez uma programa de incentivo à produção de navios e petroleiros; aumentou acordos econômicos com diversos países…

      E certo que hoje as coisas no cenário internacional mudaram. Mas o LULA incentivou o mercado consumidor.

      Política de juros altos para conter inflação, com queda de consumo, gera recessão – desde quando o consumo brasileiro é alto? Inflação é contida com aumento da produção.

      Conter gastos, cortando despesas de custeio e de investimentos não resolve o problema central das contas. Houve diminuição da arrecadação no ano anterior; no atual houve recomposição dos impostos antes não cobrados para incentivar o consumo – deveriam ter retirado impostos das pessoas físicas e deixado das empresas. Pelo menos na recomposição não haveria aumento dos preços.

      Ou então, é prudencial conter a expansão da economia numa perspectiva de seca e encarecimento da energia elétrica! Apostemos em Belo Monte em 2016 e na integração das linhas de transmissão com o sudeste brasileiro, aliviando a oferta e permitindo aumento do consumo sem comprometer o sistema.

       

       

       

  31. Por que todos os anos as

    Por que todos os anos as universidades formam milhares de economistas sem lhes dar instrução quanto a forma de geração do dinheiro?

    Sucessivamente, há problemas com a doutrina ensinada, indicando que a ciência da economia deveria estabelecer princípios, com efeito, para objeto de análise superior, porque os ex-alunos não assumem a criação acentuada de fenômenos, e na hora de por a prova seus elementos para observar o modo das propriedades, jogam a culpa da falência do sistema sobre os políticos.

    Estamos de novo na presença da disfunção do “ser” com o objeto sem forma substantiva: o “não ser”; e, claro que, os elementos {isto é, o princípio econômico do dinheiro como objeto de análise contínua do desenvolvimento} – surgem de uma aquisição científica chamada de “investimento”, cuja demonstração oposta pertence a hipótese incorreta da antinomia real com os fenômenos externos.

    O método econômico deduz a função desses agentes à uma formula de divisão de corpos que espallha-se no real: as taxas de juros do investimento externo – ou seja: o devir do dinheiro (inflação, juros, e cortes fiscais).

    Qual nome podemos dar, então, a este absurdo: premissas alheias alienam o Estado por meio de outro estado com consequências primárias? – Estelionato do mercado financeiro, quer dizer, no vazio exterior está a existência da natureza territórial das nações.

    Papel da economia: Sem raciocínios de fundamentos dialéticos do ser capaz de obter conhecimento de medida, do particular para o geral, exprime o direito dos fenômenos sobre a antinomia real!!!

    Livro “As razões de Aristóteles”, página 63 trata da demonstração do que é gerado no ser: “O que é gerado deve sê-lo necessariamente pelo ser ou pelo não-ser, mas tanto um como outro destes são impossíveis: nem, com efeito, o ser pode gerar-se, porque já existe, nem alguma coisa pode gerar-se do não-ser, porque alguma coisa deve sujeitar-se a geração”.

    Aristóteles também está totalmente enganado; o que muda a geração da economia são três distinções das transformações que virão asseverar o princípio de valor do trabalho para sujeitar o PIB (ser a seu tempo) e refutaremos o custo fictício (do dinheiro); pois superaremos a privação das antinomias reais do ser – como veremos oportunamente no emprego sobre diferenças concretas – nos movimentos internos da realidade móvel (sistema).

    As causas juridicas de geração não podem excluir a consideração do dinheiro como conteúdo gerado pelo valor da produção em si mesma, e assim, a própria possibilidade da sociedade constituir direitos civis roubados pelo mercado, o qual nega ao Estado, por outro lado, chegar a mensurar a multiplicidade das coisas que derivam de procedimentos que admitem ao ser (o real) números espaciais, apreendidos por atos finitos com a visão cósmica.

    Digamos que duas coisas há invisíveis flutuando no céu: a ideia, e a forma real da geração de conteúdo (valor). A ideia abstrata não havia encontrado sua forma absoluta. E a forma em que tudo aparece é lhe exterior e expande-se, e é necessário agora torná-la adequada, apropriá-la.

    Senhores advogados, vamos juntos fazer o valor do dinheiro ser um substrato da produção – a forma de conceito da exterioridade não me falta – para acabarmos com a alienação externa dos individuos e a submissão do Estado ao mercado financeiro.

    Ser, seja. Como não-ser já foi alienado!

    Fonte para antinomias reais: http://www.conpedi.org.br/manaus/arquivos/anais/salvador/emmanuel_teofilo_furtado.pdf

     

  32. Fico rindo ao ver os meus que

    Fico rindo ao ver os meus que fizeram de tudo para Lula não voltar, mesmo sabendo do nível escatológico de incompetência dilmesca agora até alimentando os golpistas contra Dilma. 

  33. Objetivos do ajuste

    Não consigo acreditar que a Dilma/Levy/Tombini não soubessem, desde o início, que a conta não iria fechar (reduzir o déficit fiscal e estabilizar a relação dívida bruta/PIB).

    Duvido que a opinião da Moody’s tenha causado surpresa à equipe econômica.

    O economista Mansueto Almeida, especialista em contas públicas, já vinha alertando que dificilmente o objetivo de superávit de 1,2% em 2015 seria alcançado.

    Acredito que a prioridade da equipe econômica seja conseguir manter o grau investimento, mesmo que as “contas não fechem”, como prometido. O trabalho do BC mantendo altas taxas de juros deve acalmar o mercado financeiro e ajudar na manutenção do grau de investimento. A Moody’s, apesar do pessimismo sobre a redução do déficit fiscal, dá indicações que manteria o grau de investimento.

    Acredito que o ajuste fiscal tem outros objetivos, não publicamente declarados.

    O primeiro é aumentar o desemprego, para combater a inflação. Mas não só isso, o objetivo é, através do aumento do desemprego,  reduzir o nível geral dos salários. Como sabemos, os salários têm aumentado consistentemente acima da inflação e da produtividade nos últimos anos, pressionando o custo e a lucratividade das empresas, comprometendo a competitividade da indústria nacional.

    Outro provável objetivo do ajuste é estancar a escalada do gasto do governo com benefícios sociais que, segundo o diretor do Ibre, Luiz Guilherme Schymura , subiram 4,55 pontos percentuais entre 2000 e 2014.

    Pode ser que o ajuste consiga, eventualmente, estabilizar a economia num crescimento pequeno, com redução da participação do salário na renda nacional, aumento da  concentração de renda e redução dos benefícios sociais. 

  34. Que pretensão

    Nos ensina Nassif, “O jogo econômico é muito mais simples e objetivo do que supõe os livros e as teorias econômicas.”  Que pretensão! Só você conhece economia, essa coisa tão simples!

  35. O neófito não vê falhas na matriz econômica….

    O neófito não vê falhas na matriz econômica….

    Já Dilma, parece expectadora do desastre que produziu…

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