Ronaldo Bicalho
Pesquisador na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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Evolução recente e tendências para a formação de preços no mercado mundial de GNL

Por Edmar de Almeida
Do Blog Infopetro

O Comércio mundial de Gás Natural Liquefeito (GNL) experimentou uma enorme expansão nas últimas duas décadas. Esta expansão foi acompanhada por uma evolução importante das formas de precificação e dos tipos de contratos utilizados no comércio de GNL. Tradicionalmente, o comércio de GNL esteve ancorado em contratos de longo-prazo com uma precificação que tentava associar o preço do GNL aos dos combustíveis concorrentes (petróleo ou derivados). Esta forma de comercialização predomina até hoje nos mercados de GNL da Ásia e parte da Europa.

A liberalização dos mercados de gás na América do Norte e em alguns países europeus permitiu o surgimento de novas regras de precificação do gás natural. Com o aumento gradativo da competição gás-gás, alguns mercados de curto-prazo e spots se desenvolveram, viabilizando a utilização de novos indexadores para o comércio do gás natural. Concomitantemente ao surgimento de mercados spot de gás na América do Norte e na Europa, assistimos um rápido desenvolvimento do mercado de GNL na Bacia do Atlântico. A capacidade de regaseificação da Bacia do Atlântico atualmente se aproxima da metade da capacidade mundial. Países como os Estados Unidos e Reino Unido, que havia deixado de importar GNL na década de 1980, voltaram a importar GNL nos anos 2000.

A entrada de países com mercados de gás liberalizados no comércio mundial de GNL induziu a utilização de novas formas de precificação do GNL. Os contratos de importação de GNL por estes países passaram a utilizar como indexadores o preço do gás no mercado spot. Os contratos de importação de GNL para os Estados Unidos utilizaram o preço do gás no mercado spot do Henry Hub e os contratos para o Reino Unido o preço spot do NBP (National Balancing Point). Os contratos de importação de GNL indexados ao Henry Hub e NBP puderam ser desdobrados em contratos de curto-prazo ou de opção no mercado secundário. Ou seja, o fornecedor de GNL para um consumidor nos EUA ou Reino Unido sempre tem a opção de não entregar o GNL e comprar o volume correspondente no mercado spot destes países para entregar ao seu cliente. Desta forma, caso haja interesse de terceiros compradores, é possível revender o GNL contratado nestes mercados, a preços superiores aos dos seus respectivos mercados spot.

Com a possibilidade da flexibilização dos contratos, o comércio de GNL na Bacia do Atlântico se dinamizou significativamente. Países como o Brasil, que buscam uma oferta de gás flexível puderam encontrar no GNL uma solução interessante. A participação dos contratos flexíveis atingiu cerca de 22% do comércio de GNL em 2009 e espera-se que chegue a 30% em 2010 (estimativa da BP Statistics). (…) Continua no Blog Infopetro.

Ronaldo Bicalho

Pesquisador na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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