Mantega perde na discussão sobre superávit

Jornal GGN – A visão do Planalto prevaleceu. Mesmo com toda a sua fundamentação, o ministro da Fazenda Guido Mantega foi “voto vencido”, no assunto superávit. A proposta rejeitada: em acordo com o Banco Central, uma economia de gastos para pagamento de juros da dívida pública acima dos 2% – o que foi considerado por muitos algo “ambicioso” demais.

A presidente Dilma Rousseff defendeu a tese de que tal número “elevado” não seria comprado pelos analistas econômicos. Fecharam, amigavelmente, a meta de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) para o mesmo fim. Em reportagem de hoje do jornal Folha de S.Paulo, fala-se até em correntes do governo que nem desejavam fechar isso, por acreditarem ser um número alto demais.

Algumas promessas de campanha da líder do Executivo também precisarão ser revistas, como o Minha Casa Minha Vida – o compromisso fiscal assumido pelo país inclui também cortes consideráveis na casa dos R$ 7 bilhões também no PAC.

Mesmo com as controvérsias, Mantega declarou que acredita que o governo caminha para a recuperação de sua credibilidade perante a população e também os mercados externos. Para ele, o corte substancial de despesas e previsão de receitas está dentro das expectativas, independente das eleições que se aproximam – e poderiam mudar os rumos desta negociação.

Os temores agora, segundo a reportagem, estão focados na maneira como o governo fará sua máquina gerar com recursos tão reduzidos. O bloqueio orçamentário também atingiu a maior parte dos ministérios.

O ministro da Fazenda também comentou que o 1,9% acertados são austeros e poderão ajudar o governo e o BC a controlarem a inflação – a maior preocupação de Dilma para o momento e também sua grande plataforma para uma reeleição.

Em uma semana, o BC se reúne para rever as taxas de juros, atualmente em 10,5%, para o ano de 2014. A autoridade monetária considerou a decisão do superávit adequada.

Redação

9 Comentários

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  1. Uma pergunta Nassif, com esse

    Uma pergunta Nassif, com esse superavit o risco de rebaixamento da nota do Brasil foi afastado? 

    Minha percepção como leigo é que o PIB ficar entorno de 2,5% ajudou. Todos os urubólogos apostavam em algo entorno de 1,0%, certo?

    De qualquer forma, o que me parece o principal é que o mercado global chantageia todos os países do mundo. Apesar de especialistas sérios como o Delfim e outros, afirmarem que o país não estava vulneravél, os terroristas ganharam a guerra da comunicação fácil, fácil. Ponto para o pig.

    PS: Acho que a Dilma cedeu nessa, pensando em garantir sua reeleição com o emprego e a inflação com bons números, e depois no segundo mandato, tentar mais uma cartada contra o sistema financeiro

  2. “A visão do Planalto

    “A visão do Planalto prevaleceu. Mesmo com toda a sua fundamentação, o ministro da Fazenda Guido Mantega foi “voto vencido”, no assunto superávit.”

    Parabéns Dilma: A inteligência política é política porque age dentro dos limites da política.

    Mas infelizmente, longe dos economistas verem os males sociais que as suas fontes (BACEN/BANCA/MINISTRO) provocam, o que temos como resultado sustentável é a exploração dentro do Estado de um grupo por outro. 

  3. O problema do Brasil não são

    O problema do Brasil não são as metas nem valores %. Portanto, tanto faz para o mercado se será 1,9 ou 3. Nada mudará no mercado.

    O que itneressa são as reformas que não estão sendo feitas.

    1. Retórica alicerçada em números.

      Discordo nesta Athos, os números são importantes fatores de convencimento na retórica do poder.

      Uma meta pequena enfraquece os argumentos.

      “Se você quer ter sucesso

      Seja ousado

      Seja o primeiro

      E seja diferente.”

  4. Relacoes publicas

    Essa noticia parece escrita dentro do Planalto. Nao tem um centimetro de informacao relevante, mas deixa o Mantega bem na foto com o sr. Mercado e a Dilma ainda consegue vender um superavit de 1.9% como se ela tivesse “aliviado”. Realmente, a quem esta elogiando ambos: me engana, que eu gosto!

  5. Reformas , superávit ,

    Reformas , superávit , agências de risco , mercados , credores… Quando é que o país vai se livrar dessa armadilha escorchante , que leva de pagamento de juros mais do que o dobro da soma dos investimentos em educação , saúde , bolsa família , o diabo , e ainda faz a cabeça de inocentes úteis e nem tão inocentes , que o sacrifício vale a pena …Quando é que sai a auditoria da dívida pública ? 

  6. Enviado por Rádio do Moreno
    Enviado por Rádio do Moreno –

    21.02.2014

    |

    10p7m

    FORA DA DISPUTA

    Serra diz que não há descontrole fiscal no Brasil

    SILVIA AMORIM

    Serra contraria análise de Aécio sobre economia. Em palestra, ex-governador de São Paulo diz que não há descontrole fiscal, como afirmou o senador mineiro, Aécio Neves.

    SÃO PAULO – O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) fez ontem análises sobre o quadro econômico brasileiro que se contrapõem ao que tem pregado o pré-candidato tucano à Presidência, o senador Aécio Neves (MG). Em teleconferência para consultores financeiros, ele disse que não vê no Brasil situação econômica “calamitosa” nem “descontrole inflacionário e fiscal”.
    — Eu não vejo que o quadro econômico seja tão calamitoso quanto se divulga. Não significa que estamos bem, mas o que não vejo é que seja tão calamitoso — disse Serra, ao começar a análise da conjuntura econômica.
    Inicialmente, ele avaliou que não há no país um descontrole da inflação, ao contrário do que têm defendido o PSDB e o próprio Aécio desde o ano passado. O tema foi um dos destaques do programa nacional do partido em 2013 e tem sido usado pelo PSDB para tentar desgastar a imagem do atual governo.
    — Há uma perda por ensaio e manobra em relação à inflação, mas não há o risco de descontrole inflacionário — avaliou Serra na palestra.
    O tucano também afirmou que a situação na área fiscal do governo federal não é de descontrole nem de calote:
    — Há perda de manobra na área fiscal, mas não há perspectiva de descontrole na área fiscal e muito menos de calote. Não há isso.
    Em janeiro deste ano, em artigo para o jornal “Folha de S.Paulo”, Aécio afirmou haver no país “um descontrole fiscal generalizado”.
    Mais adiante, Serra citou a projeção de crescimento do PIB para 2014 — que ontem foi rebaixado pelo governo de 3,8% para 2,5%. Num discurso moderado, disse que o índice — que o PSDB tem chamado de “pibinho” — não chega a ser uma “tragédia”.
    — O PIB por habitante, se crescer 2% este ano, em termos per capita, vai ser da ordem de 1,2%. Não é um desempenho negativo. Não chega a ser uma tragédia. Nada brilhante, nada desastroso.
    Serra disse que a presidente Dilma Rousseff tem parcela de culpa pelo pessimismo mundial que ronda a economia brasileira. Segundo o tucano, ela pouco entende de economia e, quando fala sobre o tema, atrapalha, em vez de ajudar.
    Sobre o futuro político, Serra não quis falar. Perguntado sobre temas eleitorais,não respondeu, alegando que a palestra era para tratar de questões econômicas.
    Cresce no PSDB a pressão para que o ex-governador se candidate a deputado federal. Serra e Aécio têm um acordo para que a pré-candidatura do mineiro à Presidência seja lançada em março. Não está certo se, até essa data, José Serra anunciaria seus planos eleitorais.

    Publicado no Globo de hoje.

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