Mercado chinês leva Ibovespa a fechar em queda de 1,07%

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – As preocupações com o mercado chinês nortearam a bolsa brasileira ao longo do dia, levando o índice a fechar abaixo dos 52 mil pontos pela primeira vez desde o mês de março. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) terminou as operações do dia em queda de 1,07%, aos 51,781 pontos e com um volume negociado de R$ 5,727 bilhões. No mês, o índice acumula queda de 2,45% e, no ano, alta de 3,55%.

“As principais bolsas operaram com sinais mistos nesta quarta-feira. Embora os investidores estejam vendo com otimismo a perspectiva de um empréstimo de curto prazo dos credores para a Grécia, há grande preocupação com a queda livre das ações nas bolsas na China, que já caíram cerca de 30% nas últimas três semanas”, dizem os analistas do BB Investimentos, em relatório. No Ibovespa, mais um vez, a queda foi puxada principalmente por Vale (VALE5, R$ 14,54, queda de -4,03%; VALE3, R$ 17,16, queda de -4,29%), siderúrgicas e Petrobras (PETR4, R$ 11,55, queda de -1,95%, PETR3, R$ 12,98, queda de -1,37%), já que por serem empresas com grande sensibilidade à variação cambial e preço das commodities, acabam tendo as perdas potencializadas.

Nos Estados Unidos os principais índices caíram com a expectativa de aumento de taxa de juros. A ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) divulgada nesta quarta-feira mostrou que os dirigentes do Federal Reserve (o Banco Central norte-americano) vêem a economia progredindo suficientemente, embora os riscos decorrentes de problemas na Grécia e China devam ser considerados.

No câmbio, a cotação do dólar comercial fechou em alta pelo quarto pregão consecutivo, e subiu 1,61%, a R$ 3,234 na venda – o maior valor de fechamento desde 27 de abril, quando a divisa valia R$ 3,241.

Segundo informações da Agência Brasil, o dólar subiu em todo o mundo por causa das preocupações com a China, depois que as medidas postas em prática pelo governo do país não conseguiram conter a queda no mercado de ações. Em apenas um mês, as ações das empresas chinesas perderam cerca de um terço do valor, embora continuem 75% acima do registrado há um ano. Somente hoje, 1,3 mil empresas tiveram a comercialização de ações suspensa na Bolsa de Xangai, o que levou investidores a comprarem dólares.

As tensões em torno das negociações do futuro da economia grega também contribuíram para a alta da moeda norte-americana. Nesta quarta-feira, o país pediu formalmente um novo resgate do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira, fundo que socorre os países da zona do euro. O Conselho Europeu obrigou o governo grego a apresentar uma proposta até amanhã (9), para tentar fechar um acordo até domingo (11).

Além disso, o Banco Central brasileiro vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares). Com isso, repôs ao todo o equivalente a US$ 1,868 bilhão –por volta de 18% do lote de agosto, que corresponde a US$ 10,675 bilhões.

Devido ao feriado estadual em São Paulo, a bolsa brasileira não vai operar nesta quinta-feira. Na agenda de indicadores, os analistas aguardam a primeira prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) e a reunião do Banco da Inglaterra. Na sexta-feira, serão divulgados os números de estoques e vendas no atacado dos Estados Unidos.

 

 

(Com Agência Brasil e Reuters)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

5 Comentários

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  1. Pergunta séria: se a crise na China for grave

    os paises emergentes que receberam investimentos e possuem parcerias com eles, sobrevivem?

    1. Meu amigo, você não está endendendo nada,
      Primeiro, a China tem uma montanha de dólares para bancar o seu câmbio.
      Segundo, quando algo dá errado dentro das regras do mercado, eles entram e dizem: acabou a brincadeira. Daqui para a frente será assim e assim. Entendeu? Não se preocupe, eu sei que é difícil de entender para quem vive no Brasil que sempre está disposto a baixar as calças para o mercado e principalmente os americanos.
      Aqu, amigo, a história é outra.

  2. China x Grécia

     A “quebra” grega, independente do que irá ocorrer em futuro próximo, já está precificada e “paga” , securitizada pelos investidores e donos da divida, o problema de mercado com o Euro, já pagou , e faz tempo , quem apenas irá dançar, são os gregos.

       Já a “bolha” chinesa, é muito maior e mais preocupante, inclusive para o Brasil, pois apesar de poucos investimentos externos no controlado mercado de capitais chineses, esta queda de “manada”, irá demonstrar qual a capacidade de solução que o governo chinês – “segurar o mercado” – irá utilizar.

    1. Eu nao sou economista mas

      Eu nao sou economista mas isso ta me cheirando manipulacao cambial dos EUA. Eles tem a divida publica, assim como o Japao e alguns outros paises desenvolvidos, superior a essa grega. Dai a pergunta, quem sao os credores dessa divida. Nos EUA, diz-se que os cidadaos sao os maiores credores mas isso eh dificil de acreditar. Eles estao imprimindo dinheiro e qdo esse dinheiro comecar a voltar eles fazem guerra nova. O que falta no mundo eh a democratizacao da governanca financeira.

  3. Pode ser que algum idiota não consiga..

    entender parte da notícia, que diz que os investidores chineses estão preferindo comprar dólares do que investir em ações.  Eu explico:  se você for a uma agência do Bank of China (BOC) trocar, oficialmente,  dólares por yuans (moeda chinesa), sempre será abordado por alguém, dentro da própria agência, e sob os olhares de dezenas de câmaras, lhe oferecendo pagar mais  pelos seus dólares.   Entendeu ou quer que eu desenhe?  Só o Xijimping e a torcida do Flamengo não sabem.

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