Os créditos contratados com recursos livres,totalizaram R$1.017 bilhões em junho, de 1,8% no mês e de 13,2% em 12 meses

http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOM

..Os empréstimos a pessoas físicas, a despeito do arrefecimento na expansão do crédito pessoal e dos financiamentos para aquisição de veículos, mantiveram tendência expansionista, atingindo R$505,7 bilhões, após elevação de 0,9% no mês…..

…..os financiamentos para aquisição de veículos registraram expansão de 3% no mês, mantendo evolução robusta mesmo após o término do incentivo fiscal representado pela redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). A carteira de crédito pessoal cresceu 1,6%, favorecida pela continuidade na expansão dos empréstimos consignados. ……

NOTA PARA A IMPRENSA – 27.7.2010
Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro

I – Evolução dos agregados monetários
A base monetária alcançou saldo médio diário de R$162,1 bilhões em junho, após aumentos de 1,3% no mês e de 18,9% em doze meses, mantendo-se, a exemplo dos demais agregados, dentro do intervalo estabelecido pela programação monetária para o segundo trimestre de 2010. A variação no mês retratou os acréscimos de 1,3% no saldo médio do papel-moeda emitido e de 1,6% nas reservas bancárias.

Os fluxos mensais dos fatores de emissão monetária refletiram os impactos expansionistas resultantes das compras líquidas de divisas pelo Banco Central no mercado interbancário de câmbio, R$3,7 bilhões, e do movimento na conta única do Tesouro Nacional, R$177 milhões. Em contrapartida, no sentido contracionista, destacaram-se as operações com títulos públicos federais, incluindo a atuação do Banco Central no ajuste de liquidez do mercado monetário, R$1,3 bilhão, e os recolhimentos compulsórios, que somaram R$1,7 bilhão.

A média dos saldos diários dos meios de pagamento restritos (M1) atingiu R$234,2 bilhões em junho, registrando incrementos de 1,2% no mês e de 16,9% em doze meses, decorrentes de expansões equivalentes nos saldos do papel-moeda em poder do público e dos depósitos à vista.

Os meios de pagamento no conceito M2, que agrega o M1, os depósitos para investimentos, os depósitos de poupança e os títulos privados, cresceram 1% no mês, totalizando R$1,2 trilhão. O saldo dos depósitos de poupança atingiu R$340,8 bilhões, após expansão mensal de 1,5%, refletindo captações líquidas de R$4,2 bilhões. O saldo dos títulos privados aumentou 0,5%, alcançando R$605,1 bilhões, com captações líquidas de R$900 milhões.

O M3, agregado que compreende o M2, as quotas de fundos de renda fixa e os títulos públicos que lastreiam operações compromissadas entre o público e o setor financeiro, apresentou alta mensal de 1%, somando R$2,3 trilhões, com aumentos de 1,6% nas quotas de fundos, que totalizaram R$1 trilhão, e recuo de 7,1% nas operações compromissadas. O M4, que acrescenta ao M3 os títulos públicos de detentores não financeiros, expandiu-se 1% no mês e 15,8% nos últimos doze meses, alcançando R$2,7 trilhões.

Em reunião de 22.6.2010, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou a programação monetária para o terceiro trimestre de 2010, contemplando estimativas para os principais agregados monetários, conforme tabela abaixo. As projeções são consistentes com cenário de crescimento da renda e trajetória de taxas de juros compatível com a política econômica em curso.

II – Operações de crédito do sistema financeiro

O estoque total de crédito do sistema financeiro, incluídas as operações com recursos livres e direcionados, atingiu R$1.529 bilhões em junho, elevando-se 2% no mês e 19,7% em doze meses. Esse volume passou a representar 45,7 % do PIB, comparativamente a 45,2% em maio e 41,8% em junho de 2009. A expansão do crédito continuou ocorrendo com maior vigor no segmento de recursos direcionados, impulsionado pelo desempenho das carteiras do BNDES e pela continuada expansão dos financiamentos habitacionais.

Os créditos contratados com recursos livres, correspondentes a 66,5% do total da carteira do sistema financeiro, totalizaram R$1.017 bilhões em junho, com incrementos de 1,8% no mês e de 13,2% em doze meses. As operações relativas às empresas somaram R$511,6 bilhões, apresentando acréscimo mensal de 2,6%, com crescimento de 3% nas carteiras com recursos domésticos, impulsionado pela demanda nas modalidades capital de giro e conta garantida. Em sentido inverso, evidenciando efeitos da apreciação cambial e liquidações de contratos, os financiamentos lastreados em moeda estrangeira recuaram 0,8% no mês, declinando para R$51,8 bilhões. Os empréstimos a pessoas físicas, a despeito do arrefecimento na expansão do crédito pessoal e dos financiamentos para aquisição de veículos, mantiveram tendência expansionista, atingindo R$505,7 bilhões, após elevação de 0,9% no mês.

O volume das operações com recursos direcionados situou-se em R$511,6 bilhões, ampliando-se 2,4% no mês e 35,3% em relação a junho de 2009. As carteiras de financiamentos do BNDES, que representaram 61,1% do segmento, totalizaram R$312,9 bilhões, avançando 3,1% no mês e 41,5% em doze meses. Esse desempenho, associado, principalmente, à demanda de recursos para projetos de investimento em infraestrutura, resultou de expansões de 2,1% nas operações concedidas sob a forma direta, saldo de R$168,1 bilhões, e de 4,2% nos financiamentos realizados via repasses de instituições financeiras, volume de R$144,8 bilhões. O saldo dos financiamentos habitacionais cresceu 3,5% no mês, acumulando taxa de expansão de 50,9% em doze meses, ao atingir R$106 bilhões.
A representatividade dos bancos públicos no total das operações de crédito elevou-se de 41,7% em maio para 42,3% em junho. Em decorrência, a participação relativa das instituições privadas nacionais declinou de 40,5% para 40,1%, enquanto a dos bancos estrangeiros passou de 17,8% para 17,6%.

II.1 – Distribuição setorial do crédito

Considerando-se a destinação do crédito de acordo com os setores de atividade econômica, os financiamentos à indústria registraram expansão de 3,5% em junho, totalizando R$323,9 bilhões, destacando-se os ramos de petroquímica, energia e mecânica. Os créditos para o segmento de outros serviços, impulsionados pela maior demanda dos setores de energia e de transportes, somaram R$265,2 bilhões, com elevação mensal de 2,2%. As operações direcionadas ao comércio cresceram 2,7% no mês, com saldo de R$151,5 bilhões, com relevância para as contratações dos segmentos do ramo automotivo.

Os financiamentos habitacionais, compreendidas as operações destinadas a pessoas físicas e cooperativas habitacionais, atingiram saldo de R$111,6 bilhões em junho, com evolução mensal de 3,6%, acumulando expansão de 21,5% no semestre, comparativamente ao crescimento de 8,1% no total de crédito ao setor privado. O crédito rural, refletindo a liquidação de operações de custeio agrícola e de contratos vinculados à aquisição de máquinas e implementos agrícolas, apresentou queda mensal de 0,9%, ao somar R$116,1 bilhões.

A carteira de empréstimos e financiamentos destinados ao setor público alcançou R$63,8 bilhões em junho, revelando acréscimo mensal de 3,4%, com aumento de 4,7% nas operações contratadas pelo governo federal. A dívida bancária relativa aos governos estaduais e municipais somou R$28,3 bilhões, após crescimento de 1,9%, com destaque para os financiamentos às áreas de saneamento básico e habitação popular.
II.2 – Operações com recursos livres – Crédito referencial para taxas de juros

Entre as modalidades compreendidas no crédito referencial para taxa de juros, os financiamentos para aquisição de veículos registraram expansão de 3% no mês, mantendo evolução robusta mesmo após o término do incentivo fiscal representado pela redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). A carteira de crédito pessoal cresceu 1,6%, favorecida pela continuidade na expansão dos empréstimos consignados. Nas operações destinadas ao segmento empresarial, destacou-se o crescimento de 2,3% verificado na modalidade capital de giro. Os financiamentos lastreados em recursos externos apresentaram retração de 0,8%, sob efeito da liquidação antecipada de contratos de repasses externos.

A taxa média de juros do crédito referencial atingiu 34,6% a.a. em junho, com declínios de 0,3 p.p. no mês e de 2 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado mensal refletiu a redução de 1,1 p.p. no custo médio das operações com pessoas físicas, situado em 40,4% a.a. Essa retração refletiu o maior volume de contratações em modalidades de custo mais reduzido, a exemplo do crédito pessoal e dos financiamentos para aquisição de veículos. Nesse contexto, o spread nas operações a pessoas físicas recuou 1 p.p. no mês, acumulando baixa de 7,2 p.p. em doze meses. O custo médio dos créditos às empresas subiu 0,4 p.p. no mês, mas recuou 0,1 p.p. comparativamente a junho de 2009, ao atingir 27,3% a.a. O spread bancário relativo às operações desse segmento aumentou 0,1 p.p. no mês e baixou 1,3 p.p. em doze meses.

A inadimplência do crédito referencial, considerados os atrasos superiores a noventa dias, permaneceu em trajetória declinante, posicionando-se em 5% em junho, com recuo de 0,1 p.p. O percentual correspondente às pessoas físicas atingiu 6,6%, com queda mensal de 0,2 p.p., enquanto nas operações com pessoas jurídicas esse indicador situou-se em 3,6%, registrando decréscimo de 0,1 p.p.

Estatísticas complementares às divulgadas nesta nota podem ser obtidas na página do Banco Central, na internet:
* Sistema Financeiro Nacional – Informações sobre operações bancárias – Taxas de operações de crédito – Dados Consolidados (mensal) (http://www.bcb.gov.br/?TXCREDMES);

* Economia e Finanças – Séries Temporais (http://www.bcb.gov.br/?SERIETEMP).

Redação

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