13 filmes para debater diversidade sexual e de gênero

Confira a lista de produções que podem ser pensadas como parte de um processo de formação docente e também como disparador de debates entre adolescentes

Por Dafne Melo do, Centro de Referências em Educação Integral

No início, falava-se em GLS. Depois, retirou-se o “s”, de simpatizante, termo que, na realidade, poderia servir como um terreno confortável para os que não tinham coragem de assumir-se como gay ou lésbica. O “b”, de bissexual, e o “t”, de travesti, logo apareceram e a sigla passou a ser LGBT. Letras que, mais que simples iniciais, visibilizam o que a sociedade quer empurrar para dentro do armário. Ao longo do tempo,  novos grupos passaram a se reivindicar e novas letras apareceram. A sigla ganhou outro “t”, de transgênero, um “i” de intersex e um “q” de queer: LGBTTIQ. Uma sigla tão grande e diversa quanto as identidades e orientações que busca representar.

O vai e vem de letras e conceitos, ao longo dos anos, entretanto, não indicam que esses grupos, ou comunidades, surgiram apenas agora. Eles sempre existiram, mas apenas nos últimos anos conseguiram fazer-se ver e ouvir. Há quem resista. Prova disso foram os recentes debates que ocorreram em diversos municípios em torno às questões vinculadas aos direitos e ao combate à violência e discriminação contra mulheres e à comunidade LGBTTIQ, durante as elaborações e aprovações dos Planos Municipais de Educação.

Saiba + Termos “gênero”, “orientação sexual” e “educação sexual” são retirados do PME de São Paulo

A discussão colocou, de um lado, aqueles que defendem que a escola tem um papel fundamental na educação sexual de crianças e adolescentes; e de outro, os que acreditam que somente a família pode educar nesse sentido – representados, sobretudo, por setores religiosos. Enquanto o primeiro grupo sustenta que é desde cedo que debates relacionados à sexualidade, papeis de gênero e tolerância à diversidade devem ocorrer, o segundo grupo afirma que trazer tais conteúdos para a escola tem o objetivo de estimular que crianças e adolescentes “escolham” ser algo diferente do que são.

Para Maria Helena Vilela, diretora executiva do Instituto Kaplan, temas relacionados à sexualidade sempre estarão presentes na escola, quer ela queira, quer não, ainda que informalmente e nos corredores. “A sexualidade está presente na escola porque ela é um espaço de convívio social, onde as pessoas se mostram, se conhecem, interagem e porque é um espaço de aprendizagem“. Para ela, a comunidade escolar, portanto, “não tem escapatória” e precisa assumir esse desafio.

“Um jovem com um problema sexual ou que sofre por conflitos relacionados à identidade de gêneros ou orientação sexual não vai se concentrar na aula. Se a escola não olha para isso, ela sai perdendo também”, resume. Tratar desses aspectos, adequando os conteúdos a cada etapa do desenvolvimento, também é considerado fundamental dentro da perspectiva da educação integral.

Segundo Maria Helena, para que esse debate possa se dar no espaço escolar, entretanto, duas questões são fundamentais: uma é pensar em qual educação sexual necessitamos e, outra, formar docentes para que possam desempenhar tais funções.

Pensando nos desafios que docentes podem encontrar em sala de aula, e como fazer uma primeira aproximação aos temas relacionados à sexualidade, identidade de gêneros e orientação sexual, o Centro de Referências em Educação Integral selecionou filmes para serem vistos por docentes e equipes escolares. Alguns também podem ser passados em sala de aula, seguindo a orientação da classificação indicativa ao fim de cada resenha.

Clique aqui e veja a materia na integra com os traillers e sinopse do filme. Abaixo lista de filmes escolhidos pelo Centro de Referências em Educação Integral.

1. XXY (Lucía Puezo, 2006)

2. Tomboy (Céline, Sciamma, 2012)

3. De gravata e unha vermelha (Miriam Chnaiderman, 2015)

4. Laurence Anyways (Xavier Dolan, 2012)

5. Transamerica (Duncan Tucker, 2005)

6. Minha Vida em Cor de Rosa (Alan Berliner, 1997)

7. Vestido nuevo (Sergi Pérez, 2008)

8. “Tle Light”, HolySiz (Benoît Pétré, 2014)

9. Contra a corrente (Javier Fuentes-Leon, 2009)

10. Hoje eu quero voltar sozinho (Daniel Ribeiro, 2014)

11. Meninos não choram (Kimberley Pierce, 1999)

12. C.R.A.Z.Y. – Loucos de amor (Jean-Marc Valleé, 2005)

13. Milk – a voz da igualdade (Gus, Van Sant, 2009)

 

Redação

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. “Azul É A Cor Mais Quente” – Palma de Ouro em Cannes.

    Título no Brasil. Lindíssimo, já postei no Multimidia do Dia, tem no youtube na íntegra. O título original é ” La vie d’Adèle – Part 1″ . É longo, mas nem dá pra sentir. Sei de gente que se recusou, gente muito jovem, por nãoquerer ver cenas de sexo explícito, muito menos entre as duas meninas. E uma conhecida minha me disse pra eu me divertir, me excitar – não sacou nada de nada do filme que também já tinha assistido. (Talvez o diretor não consiga fazer a parte 2 ).

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador