Após encontro de coordenação política, Dilma vai repensar pontos do ajuste fiscal

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Jornais desta terça-feira (24) estamparam que Dilma Rousseff informou ao PT e ao ex-presidente Lula que está disposta a renegociar as medidas provisórias 664 e 665, que reformulam a concessão de benefícios trabalhistas e integram o ajuste fiscal proposto pelo Ministério da Fazenda, mas ainda não há detalhes sobre os pontos que serão alterados. A iniciativa ocorreu após uma reunião entre os atores da coordenação política do governo. Esta, por sua vez, resultou em mudanças na estratégia de condução da crise, a começar pelo afastamento discreto do ministro Aloizio Mercadante.

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Segundo informações de Ilimar Franco, na reunião de coordenação política, os ministros aliados do governo cobraram que o PT assuma o ajuste fiscal. “O PT tem que apoiar para valer. Quando pedimos apoio aos nossos, eles dizem: nem o PT apoia”, reportou o colunista.

“Para garantir o ajuste, o ministro Pepe Vargas recebeu a tarefa de mapear o voto de cada deputado. O Planalto teme surpresas e, por isso, não quer enfrentar a votação lastreado apenas no retrato feito pelos líderes.” O ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil) também foi acionado para fazer o mapeamento do PMDB – tarefa que ele desempenhou quando ministro dos Transportes do governo FHC.

Explicações e aproximação

Publicamente, o discurso do PT é de unidade em torno do ajuste, mas nos corredores de Brasília ventila-se que o projeto vai além de desagradar os parlamentares: na visão de alguns, é o motivo principal de Dilma enfrentar a crise de imagem atual, pois foi a partir das mudanças no rumo da economia que a presidente passou a perder força entre as bases de esquerda que lhe deram o segundo mandato.

“Cerca de 30 deputados e senadores do PT se reuniram com seis ministros, ontem à noite. Carlos Gabas, Nelson Barbosa, Joaquim Levy, Pepe Vargas, Aloizio Mercadante e Miguel Rossetto explicaram, aos petistas, que as MPs 664 e 665 não retiram direitos e benefícios sociais, mas corrigem desvios e focos de corrupção”, adicionou Ilimar. Se o ajuste fuscal fosse aprovado do jeito que está, o governo teria economia de R$ 18 bilhões.

A edição do Estadão sustentou que a necessidade de recuo de Dilma diante das MPs em busca de negociação com sindicatos e movimentos sociais foi discutida na reunião de ontem, no Instituto Lula, com presença de Vagner Freitas (CUT), Paulo Paim (PT), Rui Falão e o ex-presidente da República.

“Ao deixar a sede do Instituto Lula, Paim disse que ficou esperançoso com a conversa. Segundo ele, o ex-presidente se comprometeu a colaborar na negociação com o governo e incluiu outra demanda histórica do movimento sindical, o fim do fator previdenciário, na relação de temas que o governo deveria renegociar”, publicou o jornal.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. Com a sonegação atingindo 500

    Com a sonegação atingindo 500 bilhões de reais em 2014, o que se torna incompreensível para mim é por que não se anuncia nenhuma ação decisiva contra a sonegação. Para cada 3 reais devidos em impostos 1 é sonegado.

    Uma investida contra a sonegação permitiria não só evitar estas medidas de “ajuste” fiscal, como permitiria manter desonerações e até poderia reduzir impostos para setores chave da economia.

    A sonegação alimenta o caixa 2 que é usado para financiar campanhas políticas, muito mais do que a propina.

    Por que não se combate a sonegação, especialmente entre os grandes sonegadores????

    1. Corroborando com seu

      Corroborando com seu raciocínio, esses R$18 bi previstos com o ajuste fiscal não “casam” quase que exatamente como os R$17 bi sonegados pelo Itau na sua fusão com o Unibanco? Por que a condescendência desse governo com Globo, Itau, Bradesco e outros sonegadores já sabidamente apanhados no “pulo”?

  2. Uma coisa é uma coisa…

    Não sejamos ingênuos. É claro que o combate à sonegacão deve ser prioridade devido aos montantes absurdos que a quadrilha dos mais ricos rouba do povo brasileiro. Acontece que os 18.000.000,00 do ajuste começaram a entrar no caixa do governo assim que o ajuste foi decretado e continuarão a alimentá-lo por todo o próximo ano. O dinheiro da sonegacão, para entrar nos cofres públicos, demanda investigações complexas e inquéritos e autuações e direito de defesa e etc, etc, etc. Junte-se a isso, a evidência que os melhores advogados escritórios de direito trabalham para os sonegadores e usam de todos os subterfúgios juridicos e até mesmo atos ilegais para protelarem o trâmite dos processos. Devemos prender e recuperar toda essa grana, porém o prazo dessa ação não casa com a urgência do governo de fechar as contas.

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