Acordo nos EUA pode ser apenas um respiro para o mundo

Jornal GGN – Um susto generalizado. Até o governo chinês se declarou preocupado. O mundo inteiro com os olhos voltados para Washington, temendo por suas reservas em forma de títulos do tesouro norte-americano. Não era de se estranhar o temor dos mercados após 16 dias de paralisação do governo e até suspeitas de um acordo que não seria fechado.
 
Por 285 votos a 144 no congresso, foram aprovadas as seguintes medidas para evitar uma crise fiscal imediata, de acordo com o jornal inglês Financial Times: volta dos funcionários aos seus postos de trabalho  e remuneração pelo desligamento forçado até 16 de janeiro; uma nova revisão do teto da dívida em até 7 de fevereiro de 2014; negociações bipartidárias para reduzir o déficit orçamentário. Cortes automáticos e Obamacare não entraram em discussão no fechamento do acordo.
 
Respirando mais aliviado, o mercado também se acalmou na última sexta-feira (18). O índice Standard & Poor’s 500 fechou na máxima histórica, com investidores retomando a confiança no mercado após o afastamento da sombra do default nos Estados Unidos. Eles temiam que a paralisação estendida pudesse pesar sobre o crescimento econômico e sobre resultados corporativos.
 
Contudo, o economista Pedro Galdi, da SLW Corretora, diz que o clima de tensão continua e não devemos ficar animados com o que chamou de “solução temporária”. O que os republicanos fizeram foi levar a disputa aos 46 minutos do segundo tempo. Obama não aceitou nenhuma mudança. Perdeu o país, o partido ficou com a imagem arranhada, mas certamente vão bater o pé de novo no começo de janeiro”, alertou.
 
Para Galdi, o que o acordo entre republicanos e democratas fez foi, exclusivamente, “empurrarem a solução com a barriga” por três meses. Existe um prazo para essa negociação definitiva e o temor é que as partes não se entendem. “Vamos ver toda essa turbulência novamente em janeiro. Fazendo uma conta rápida: estima-se que 16 dias de orçamento custarão 0,20% do PIB dos Estados Unidos no quarto semestre, por exemplo”.
 
Também existem rumores de que o Federal Reserve, por conta dos números macroeconômicos piores e ainda não divulgados por conta da paralisação, também esquecerá temporariamente os planos de diminuir seu programa de estímulos, com medo de uma crise ainda maior. “O Fed até queria reduzir o programa, mas a economia também foi afetada com essa paralisação. É pouco provável que consigam fazer isso antes de 2014”, prevê o especialista.
O dólar, segundo as estimativas, deve apresentar uma cotação média entre R$ 2,15 e 2,20, apresentando uma leve queda. Mas apesar disso, deverá ser um tempo de calmaria no mercado mundial, com a Europa começando a respirar, e a China apresentando bons números, no contexto geral.
 
“Os EUA foram quem mais perderam, declarou Obama. E ele tem razão. No entanto, a economia global sempre tem prejuízos em casos como esses, com as incertezas, volatilidade, especulações. Se um papel do tesouro americano perde valor, seria um desastre mundial”, complementa Galdi. A possibilidade do quadro se repetir em janeiro, com a intransigência dos republicanos, não está descartada. Aproveitemos o respiro da temporada.
Redação

3 Comentários

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  1. Responder a algumas perguntas

    Responder a algumas perguntas seria necessário:

    1. Por qual motivo é tão “vantajoso” comprar papéis do Tesouro norte-americano?

    2. Aumento do teto da dívida significa o que, especificamente? Aumento da emissão dos títulos, aumento da emissão de dinheiro pelo Federal Reserve, ambas as coisas ou nenhuma delas?

    3. Por qual motivo as emissões de dólares não reverteram para o consumo, mas para a especulação bancária?

    4. O que é o Federal Reserve e qual o seu papel na balança da economia internacional?

  2. “Os EUA foram quem mais

    “Os EUA foram quem mais perderam, declarou Obama. E ele tem razão”:

    Mal posso esperar pra votar em TODOS os recomendados republicanos na proxima eleicao.

     

     

    Ah, eu tou com uma cara de quem ta brincando, nao estou?  Pois eu nasci republicano.

  3. Preocupante

     

    Preocupante é o fato de que essa é uma crise recorrente, ao se repetir indica que apesar de todo o discurso otimista a economia estadounidense continua em desequilibrio, um país que se encontra em tal situação esta em condições de gastar em dispendiosas intervenções militares que insiste em fazer? Quando o novo limite for atingido será ampliado novamente? Investidores aceitarão financiar essa dívida correndo risco periodicamente?

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