Novos acontecimentos no caso dos banqueiros mortos

Enviado por Stanilaw Calandreli

Uma onda de mortes e um repórter desaparecido- todos relacionados com as investigações em Wall Street.

Do Wall Street on Parade

Por Pam Martens

Em um período de quatro dias, na semana passada, dois executivos atuantes e um recém-aposentado, todos ranqueados no topo nas maiores empresas financeiras, foram encontrados mortos. Ambos, a mídia e a polícia, foram rápidas em rotular as mortes como prováveis suicídios. O que esteve ausente nos relatos foi o fato que todas as três empresas financeiras, onde os executivos trabalhavam, estão sob investigação por fraude financeira potencialmente grave.

As mortes começaram no domingo, 26 de janeiro. A polícia de Londres informou que William Broeksmit , um alto executivo do Deutsche Bank, que se aposentou em 2013, foi encontrado enforcado em sua casa, South Kensington, Londres. Um dia depois que Broeksmit fora declarado morto, um ex- analista de risco, Eric Ben- Artzi, que se tornara um “whistleblower” contra o Deutsche Bank, esteve na Universidade de Auburn, Alabama, esclarecendo suas alegações, de que o banco teria escondido US$ 12 bilhões em perdas com o conhecimento dos seus altos executivos, durante a crise financeira. Dois outros “whistleblowers” também fizeram acusações semelhantes contra o Deutsche Bank.

O Deutsche Bank também está sendo investigado por potencial manipulação nos mercados cambiais – outra ação semelhante aconteceu em 2013 pelo envolvimento dos seus operadores na manipulação da Libor.

Apenas dois dias depois da morte de Broeksmit, na terça-feira, 28 de janeiro, um americano de 39 anos de idade, Gabriel Magee, vice-presidente do JP Morgan em Londres, morre ao cair do telhado do edifico de 33 andares, sede européia do JPMorgan em Canary Wharf. De acordo com o perfil de Magee no LinkedIn, ele estava envolvido na “arquitetura técnica para supervisão do planejamento, desenvolvimento e operação de sistemas de títulos de renda fixa e derivativos de taxa de juros”.

Os pais de Magee, Bill e Nell Magee, não aceitam a história oficial e nem os relatórios da imprensa, e planejam viajar dos Estados Unidos para Londres para saberem a verdade. Um de seus argumentos, que deve incomodar a polícia, é como um empregado obtém acesso ao telhado de um dos prédios mais seguros de Londres?

Nell Magee foi citada no London Evening Standard, dizendo que seu filho era “uma pessoa feliz e que estava feliz com sua vida”. Seus amigos estão igualmente perplexos, afirmando que ele tinha um relacionamento feliz e duradouro com sua namorada.

O JPMorgan está sob a mesma investigação por possível envolvimento na manipulação das taxas de câmbio, como o Deutsche Bank. A empresa, também está sendo investigada pela Subcomissão Permanente de Investigações do Senado dos EUA por envolvimento numa suspeita de má conduta nos mercados de commodities físicas nos EUA e em Londres.

Um dia após a morte de Magee, na quarta-feira, 29 de janeiro de 2014, Michael Dueker, 50, economista-chefe da Russell Investments, foi informado ter morrido pela queda de um barranco com 15 metros de altura no estado de Washington. De novo, a imprensa apresentou o suicídio como a causa provável. (Será que uma pessoa, com título de PhD, realmente tentaria o suicídio saltando de 15 metros de altura?)

De acordo com a biografia oficial de Dueker, antes de ingressar na Russell Investments, ele foi vice-presidente assistente e economista de pesquisa no Federal Reserve Bank of St. Louis de 1991 a 2008. Lá, suas funções foram de editor associado do Journal of Business and Economic Statistics e editor do Monetary Trends, uma publicação mensal do St. Louis Fed.

Bloomberg News cita William Poole, ex-presidente do Fed de St. Louis de 1998-2008, dizendo “Todo mundo respeitava suas capacidades profissionais e seu bom senso”.

De acordo com uma reportagem do New York Times, em novembro do ano passado, a Russell Investments foi uma das várias empresas que receberam intimações dos órgãos reguladores do Estado de Nova York, que estão investigando o esquema de compra de favores envolvendo os fundos de pensão com sedes em Nova Iorque. Nenhuma denúncia de irregularidades foi feita contra a Russell Investments no caso.

O caso de David Bird, o repórter dos mercados de petróleo que havia trabalhado no Wall Street Journal por 20 anos, e desapareceu sem deixar vestígios na tarde de 11 de janeiro, tem algo em comum com as outras três tragédias : seu trabalho envolve um mercado de commodities – petróleo – que está sendo investigado pela Subcomissão Permanente de Investigações do Senado dos EUA por uma possível manipulação. O FBI está envolvido na investigação de Bird.

Bird saiu de sua casa em Long Hill,NJ naquele sábado, dizendo à sua esposa que estava indo para uma caminhada. Um desaparecimento intencional é incompatível com o fato de ele ter saído de casa vestindo uma jaqueta vermelha brilhante e sem o seu remédio de uso diário, imprescindível à sua vida, resultante de um transplante de fígado. Apesar de uma busca contínua desde o seu desaparecimento por centenas de voluntários, pela polícia local e pelo FBI, Bird nunca foi localizado.

Quando uma série de acontecimentos trágicos, envolvendo uma indústria, ocorre dentro de um espaço de 18 dias, a probabilidade estatística de esses eventos serem aleatórios é muito remota. De acordo com alguns relatos da mídia, JPMorgan está realizando uma investigação interna da morte de Gabriel Magee. Sabendo-se que JPMorgan , Deutsche Bank e Russell Investments estão sob investigação, um olhar mais profundo e independente dessas mortes seria necessário.

Redação

5 Comentários

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  1. E pensando..

    E pensar que a “midia”, que deveria informar bem o povo, da poucas e màs informçoes..isso é que é o cumulo do absurdo.

    E a coisa mais “estranha” é que o Governo, seja dos EUA ou de Inglaterra, nao entendem o que esta acontecendo.. mas  por favor.

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