Moraes determina investigação de organização criminosa, a partir das apurações sobre atos antidemocráticos

Decano arquivou as investigações dos atos antidemocráticos, mas ordenou a abertura de novas frentes de apuração para verificar a existência de uma "organização criminosa" de fake news

Alexandre de Moraes, ministro do STF. | Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

Jornal GGN – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu o pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, e arquivou as investigações dos atos antidemocráticos, que mirava parlamentares bolsonaristas. O decano, no entanto, abriu novas frentes de apuração para verificar a existência de uma “organização criminosa”, que teria atuado na Secretaria de Comunicação da Presidência. 

Moraes arquivou o inquérito, aberto no ano passado, sobre as manifestações bolsonaristas em frente aos quartéis do Exército em diversas capitais brasileiras, que pediam o fechamento do Congresso, da Suprema Corte, além da edição de uma medida similar ao Ato Institucional 5 (AI-5).  

Segundo o ministro, no entanto, as investigações da Polícia Federal apontam a existência de uma organização virtual, que tem disseminado notícias falsas e discurso de ódio “com a nítida finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito”. 

De acordo com a PF, os líderes políticos desse grupo seriam os próprios filhos de Jair Bolsonaro (sem partido), o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Também fariam parte da organização o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e a presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJC), deputada Bia Kicis (PSL-DF).

O principal elo entre os parlamentares seria as relações com o blogueiro Allan dos Santos, que tem um canal bolsonarista na internet. “A investigação realizada pela Polícia Federal apurou – sem prejuízo da existência de outras estruturas similares, que necessitam de uma análise mais aprofundada – a atuação do blogueiro ALLAN LOPES DOS SANTOS, por meio de CANAL TERÇA LIVRE, mantido pela empresa Terça Livre Produções Ltda, como ponto de referência para a construção do discurso acima indicado e da materialização de suas pretensões”, diz a decisão do ministro. 

“As investigações da Polícia Federal, portanto, trouxeram fortes indícios de que Allan dos Santos atua na condição de um dos organizadores dos diversos ataques à Constituição Federal, aos Poderes de Estado e à Democracia, principalmente, por meios digitais, pregando deliberadamente o fim de instituições democráticas”, escreveu o ministro.

Neste cenário, Moraes abriu inquéritos independentes para investigar as deputadas federais bolsonaristas Paula Belmonte (Cidadania-DF) e Aline Sleutjes (PSL-PR). A PF aponta que Belmonte pode ter simulado gastos para justificar o investimento de R$ 2 milhões em campanha eleitoral. Já Sleutjes é suspeita do uso de verba parlamentar para financiar os atos antidemocráticos.

Com informações da CNN Brasil.

Redação

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