Moro e Dallagnol palestram juntos sobre Lava Jato “só para convidados”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O juiz federal Sergio Moro e o procurador da República em Curitiba Deltan Dallagnol participam na terça (24) de um fórum sobre Lava Jato e Mãos Limpas promovido pelo Estadão, “só para convidados”. A discussão ocorrerá com a presença dos juízes italianos Piercamillo Davigo e Gherardo Colombo, diz o jornal. 
 
“O evento é uma associação entre o Estado e o Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP)” e “será mediado pela jornalista Eliane Cantanhêde, colunista do Estado, e pela economista Maria Cristina Pinotti, do CDPP. Terá ainda a participação do diretor de Jornalismo do Estado, João Caminoto, e do economista Affonso Celso Pastore, do CDPP”, afirmou o diário.
 
Por conta do evento, Dallagnol e Moro deram entrevistas dizendo que o diferencial entre a operação Mãos Limpas e a Lava Jato será a participação da opinião pública.
 
“Se houver uma contínua pressão da opinião pública, imagina-se que até nossas lideranças políticas emperradas terão que adotar uma postura reformista”, disse Moro. “O Congresso pode colocar toda a operação abaixo numa madrugada. Basta a aprovação de um projeto de anistia. Por isso, os resultados da Lava Jato dependem primordialmente de como a sociedade vai reagir”, acrescentou o procurador.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

15 Comentários

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  1. REUNIÃO FASCISTA

    Haverá então uma palestra “EXCLUSIVA” para a elite fascista, promovida pelo jornal fascista Estadão?

     

    O evento será conduzido pela jornalixo Cançanhede e terão convidados também fascistas.

     

    Num mundo fascista só fascistas participam.

     

    Façam bom fascismo entre voces fascistas!

  2. REUNIÃO FASCISTA

    Haverá então uma palestra “EXCLUSIVA” para a elite fascista, promovida pelo jornal fascista Estadão?

     

    O evento será conduzido pela jornalixo Cançanhede e terão convidados também fascistas.

     

    Num mundo fascista só fascistas participam.

     

    Façam bom fascismo entre voces fascistas!

  3. A confraria do golpe

    Eh encontro da sociedade do golpe brasileira? Boa parte deles vai estar la. Realmente, vão ter muito o que falar… Agora eu me pergunto se alguém em sã consciência tem interesse em ouvir Deltan Dallagnol… 

  4. E a defesa?

    Só no país da jabuticaba o juiz participa de evento junto com a acusação em processo que ainda não transitou em julgado!

    E a defesa, não foi convidada?

    Ou o juiz também faz parte da acusação?

  5. fascismo Mora
    Acabaram com o país .Ministerio publico e policia federal.
    A empresa que trabalho havia 1000 funcionarios,hj 150.
    Fecha o ano que vem.
    O que nos tivemos de lucro com essa lava jato.
    SOMENTE pobreza em todo país.
    Tô cagando pra esse Mora e Ministério público.

  6. Devem agradecimentos ao Lula.

    Não fosse ele, esses aí continuariam sendo dois burocratas caipiras desconhecidos.

    Agora posam de intelectuais de apostilas e ainda faturam uns trocados com palestras.

  7. um agrupamento com posicionamento

    CDPP: trata-se de um agrupamento de discussões relativamente conhecido em SP, que congrega, em geral, economistas e acadêmicos declaradamente liberais, em sua maioria com vínculos de afinidades com o PSDB, DEM, nessa linhagem. Não impede, todavia,  que um e outro mais ligado a vertente partidária antagônica seja convidado para dar paletras (que fechadas para os associados). 

    Promotor Dallagnol e juíz Moro já podem ser considerados habitués. Não é a primeira vez que marcam presença em conversas e debates promovidos por esta instituição.  

    http://cdpp.org.br/site/pt/home/

  8. Informações que faltam

    A notícia está incompleta em informações. O horário e o local da palestra (São Paulo, Curitiba?) são importantes para caraterizar mais ou menos, sim ou não, a ausência dos dois citados em seus locais de trabalho. Sim, porque parece haver condescendência do Judiciário e da mídia com esses “eventos” que, naturalmente, podem provocar ausência no Judiciário, em pleno dia util. E isso não é bom. Embora nada surprendente, é lamentável o jornal e a colunista serem estimulantes a esse tipo de exibicionismo que muitos, do meio jurídico, condenam..

  9. “Só para convidados”. E daí?

    Botar aspas.  Tipo de recurso que não enobrece o GGN. Se fosse um tablóide sensacionalista ou um oantagonisita até que dava. 

    Por sinal, O viúvo do PCI (hoje PD) Mino Carta volta à carga contra Battisti, na revista Capital. O blog aluzprotegida tem a melhor abordagem do caso, e escreveu um livro na época, detalhadíssimo, muito bom, na miinha opinião, claro, ausente nas mídias…

  10. COMO NA FRANÇA, NA ITÁLIA SE

    COMO NA FRANÇA, NA ITÁLIA SE GARANTE A INDEPENDÊNCIA O JUIZ, SUA IMPARCIALIDADE E O TRAMENTO EQUÂNIME DAS PARTES COM AS SEGUINTES MEDIDAS.

    NA CONTRAMÃO DAS CIVILIZAÇÕES OCIDENTAIS JURIDICAMENTE MAIS DESENVOLVIDAS (UNIÃO EUROPËIA), NADA TEMOS DE PARECIDO

    – aquele que faz a investigação pode em alguma medida ser influenciado por aquilo que descobriu

    – não se pode pôr na cadeia uma pessoa para fazê-la falar. para contar fatos dos outros

    ***

    PROCESSO PENAL ITALIANO:

    1. MP  (Publico Ministerio) faz a investigação

    2. JUIZ DA INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR controla a atividade do MP e decide sobre todas as medidas restritivas como a prisão cautelar, como as interceptações telefônicas, etc

    3. JUIZ DE AUDIÊNCIA PRELIMINAR decide se vai mandar o investigado a julgamento ou arquivar as investigações

    4. JUIZES SENTENCIANTES. Em determinados casos – como nos crimes de corrupção – é um orgão colegiado composto por três JUÍZES

    ***

    ENTREVISTA COM O MAGISTRADO ITALIANO GHERARDO COLOMBO. Destaques e abaixo a matéria completa.

    – NA ITÁLIA HÁ o juiz que conduz a investigação e ele não pode ser o mesmo que julga o processo, existe uma separação. E mesmo esse juiz não pode emitir sozinho a sentença, que tem que ser feita por um colegiado de três pessoas. No Brasil, o juiz Sérgio MORO conduz, sozinho e de forma autocrática, um processo que na Itália envolveria cinco juízes diferentes.

    O MESMO JUIZ não poderia conduzir a investigação e emitir a sentença. Muito menos uma investigação que conduziu e divulgou gravações ilegais.

    GHERARDO COLOMBO também disse que pessoas não poderiam ser presas para forçar delações premiadas.

    – O SISTEMA ITALIANO, prevê que a custódia cautelar seja possível somente para evitar o PERIGO DE FUGA, o PERIGO DE DESTRUIÇÃO DE PROVAS ou PERIGO DE REITERAÇÃO DO CRIME DO MESMO TIPO.

    – NÃO EXISTE NA ITÁLIA um sistema para a corrupção similar ao vosso da DELAÇÃO PREMIADA. Não existe. A delação premiada é um termo que não se pode usar.

    – NÓS FALAMOS de COLABORADORES DE JUSTIÇA no campo da MÁFIA e do TERRORISMO. A MÁFIA e o TERRORISMO são tratados geralmente de um modo muito particular.

    – NÃO SE PODE PÔR NA CADEIA UMA PESSOA PARA FAZÊ-LA FALAR. PARA CONTAR FATOS DOS OUTROS

    – EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS contra quem foram aplicadas a custódia cautelar na ITÁLIA por parte dos magistrados, há uma outra particularidade que, para mim, é importante, e torna impossível fazer paralelos entre Mãos Limpas e Lava Jato. EXISTE UMA DIFERENÇA NOTÁVEL SOBRE O PERFIL DO CONTROLE DOS MAGISTRADOS.

    – NA ITÁLIA existe [ 1 ] o MINISTÉRIO PÚBLICO que faz a investigação.

    – Existe [ 2 ] o JUIZ DA INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR que CONTROLA a atividade do Ministério Público e que emite todos os procedimentos que restringem em qualquer medida a liberdade como a custódia cautelar na cadeia, as interceptações telefônicas e por aí vai.

    – QUANDO A INVESTIGAÇÃO TERMINA, um [ 3 ]  OUTRO JUIZ, um JUIZ PARA A AUDIÊNCIA PRELIMINAR, decide se vai mandar a julgamento o investigado ou mesmo se recusa a abertura do processo. Mas não é ele que condena porque [ 4 ] a condenação só pode ser emitida por um tribunal, que UM JUÍZO DIFERENTE e para os casos de corrupção é o JUÍZO DE UM COLEGIADO, composto por três pessoas

    ***

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/as-licoes-do-juiz-da-maos-limpas-a-seu-colega-brasileiro-sergio-moro-por-kiko-nogueira/

     

    AS LIÇÕES DO JUIZ DA MÃOS LIMPAS A SEU COLEGA BRASILEIRO SERGIO MORO. POR KIKO NOGUEIRA

    O Estadão entrevistou o ex-juiz GHERARDO COLOMBO, um dos protagonistas da Operação Mãos Limpas, referência para a Lava Jato.

    Ele trabalhou na força tarefa do grupo que provocou “um “terremoto político na Itália”.

    EX-MINISTRO DA CORTE DE CASSAÇÃO, o equivalente ao Supremo Tribunal, Colombo dedica-se hoje a dar palestras a jovens estudantes sobre a importância da luta contra a corrupção.

    Suas observações seriam muito úteis a Sergio MORO, caso este, atualmente, não estivesse convencido de que inventou o Direito no mundo.

    P. Vinte e cinco anos depois de Mãos Limpas, um condenado por corrupção vai para a cadeia na Itália? Cumpria pena atrás das grades?

    R. Muitos foram os condenados. Alguns foram para a cadeia. Mas muitos empresários – devo dizer que não sei se o nosso sistema corresponde ao de vocês – fizeram acordos e conseguiram a SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA. E, portanto, não foram para a cadeia. Depois, progressivamente, nosso legisladores – nossos processos e investigações duraram 13 anos – modificaram alguns crimes, como o de falsificação de balanços e o favorecimento administrativo, reduzindo o prazo de prescrição; modificaram os valores das provas, retirando o valor de atos processuais que antes tinham valor como prova, razões pelas quais depois o número de condenações diminuiu bastante.

    P. Quanto caiu o número das condenações caíram na Itália?

    R. É difícil de dizer. Aqui EM MILÃO, posso fazer um cálculo aproximado desse fenômeno. Nós pedimos que fossem julgadas cerca de 3,7 mil pessoas. Dessas, foram absolvidos 20%, cerca de 750. Cerca de 40% dos casos prescreveram, ou seja, cerca de 1.500. Das outras 1,5 mil, cerca de mil fizeram um algum acordo. Esse é um cálculo que faço de memória. Foram condenados cerca de 700 pessoas, sendo que alguns ainda puderam gozar da SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA.

    P. E quantos desses foram condenados a até 3 anos e, portanto, puderam fazer serviços sociais em vez de ir para a cadeia?

    R. Eu creio que uma grande parte. A maioria. Além disso, na Itália, existe a possibilidade para pessoas particularmente idosas de cumprir a pena em PRISÃO DOMICILIAR. Para CÁRCERE foram poucas pessoas. Sobretudo em razão das reformas legislativas que um pouco restringiram os crimes e um pouco reduziram o valor das provas.

    P. O senhor acredita que um acusado de corrupção deve ser mantido em prisão preventiva na cadeia?

    R. Bem, eu pelo que compreendo, e não conheço completamente o sistema processual brasileiro, porém, chegam notícias, e se lê e deve levar em consideração o meu nível de informação sobre o sistema brasileiro. Porém, o nosso sistema, o sistema italiano, prevê que a custódia cautelar seja possível somente para evitar o [ 1 ] perigo de fuga, o [ 2 ] perigo de destruição de provas ou [ 3 ] perigo de reiteração do crime do mesmo tipo.

    Ora, não existe na Itália um sistema para a corrupção similar ao vosso da delação premiada. Não existe. A delação premiada é um termo que não se pode usar. Nós falamos de COLABORES DE JUSTIÇA no CAMPO DA MÁFIA e DO TERRORISMO. A Máfia e o terrorismo são tratados geralmente de um modo muito particular. NÃO SE PODE PÔR NA CADEIA UMA PESSOA PARA FAZÊ-LA FALAR. Ok? PARA CONTAR FATOS DOS OUTROS. Ainda que esse seja uma distinção muito sutil porque, se uma pessoa se torna não confiável ao sistema de corrupção do qual ela provém, então não se justifica mais a custódia cautelar.

    Porque não há mais o risco de reincidência, pois os outros não confiam mais nela e não há perigo de fuga porque já confessou e, geralmente, quem resolve contar o que sabe recebe normalmente uma pena que não é grave. E não há mais risco de destruição de provas, pois a prova já foi feita.

    E em um sistema (DELAÇÃO) no qual não basta que as pessoas sejam corretas mas é sempre necessário esse, para a sentença, para a condenação, é sempre necessário que existam também comprovações do que foi dito, como a prova da passagem do dinheiro por meio financeiro e assim por diante. E isso vale também para a custódia cautelar. Em relação às pessoas contra quem foram aplicadas a custódia cautelar na Itália por parte dos magistrados, há uma outra particularidade que, para mim, é importante, e torna impossível fazer paralelos entre Mãos Limpas e Lava Jato.

    Existe uma diferença notável sobre o perfil do controle dos magistrados. Na ITÁLIA existe o [ 1 ] MINISTÉRIO PÚBLICO que faz a investigação. Existe [ 2 ] o JUIZ DA INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR que CONTROLA A ATIVIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO e QUE EMITE TODOS OS PROCEDIMENTOS QUE RESTRINGEM em QUALQUER MEDIDA A LIBERDADE como a custódia cautelar cadeia, as interceptações telefônicas e por aí vai. Quando a investigação termina, um [ 3 ] OUTRO JUIZ, um juiz para a audiência preliminar, decide se vai mandar a julgamento o investigado ou mesmo se recusa a abertura do processo. Mas não é ele que condena porque a condenação [ 4 ] só pode ser emitida por um tribunal, que UM JUÍZO DIFERENTE e para os casos de corrupção é o juízo de um colegiado, composto por três pessoas.

    E por isso alguns advogados brasileiros dizem que aqui no BRASIL O JUIZ TEM UM PAPEL DE SUPER-HOMEM NO PROCESSO

    Notei que o juiz que fez a investigação no processo contra Lula (Sérgio Moro) era o mesmo que fez a sentença e isso me deixou um pouco surpreso porque aqui na Itália isso não poderia acontecer.

    P. Um sistema assim no Judiciário, como seria julgado pela Corte Europeia de Direitos Humanos?

    R. Eu tenho dificuldade para dizer-lhe. Posso dizer que na Itália, o juiz que faz a investigação, não podia condenar nem mesmo com o Código de Processo Penal que era de 1930. O juiz de então podia somente decidir se aceitava ou não a denúncia. Se decidisse pela abertura do processo, o processo era feito por outro. O articulo 6 da CONVENÇÃO DAS SALVAGUARDA DOS DIREITOS DO HOMEM PARA O CONSELHO EUROPA diz que cada pessoa tem direito que sua causa seja examinada IMPARCIALMENTE, PUBLICAMENTE e em um TEMPO RAZOÁVEL POR UM TRIBUNAL INDEPENDENTE E IMPARCIAL constituído por meio de lei que decidirá etc.

    No caso, se fala somente de um tribunal independente e imparcial. Mas aquele que faz a investigação pode em alguma medida ser influenciado por aquilo que descobriu, tanto que, na Itália, o JUIZ QUE DECIDE NÃO PODE CONHECER O CONTEÚDO DOS ATOS PROCESSUAIS SENÃO POR MEIO DO DEBATE NO TRIBUNAL.

    Quer dizer que O JUIZ DECIDE BASEADO NO QUE ACONTECE DIANTE DELE. Outra coisa que existe em ITÁLIA: UM JUIZ TEM A OBRIGAÇÃO DE ABSTER-SE DE ANTECIPAR UM JUÍZO, ou seja, dizer o que pensa a propósito do processo. Não sei se isso existe. Nós tivemos um grande cuidado além do que estava previsto no Código de Processo Penal na Itália. Durante o curso de MÃOS LIMPAS sempre evitamos de nos exprimir sobre a situação de réus em particular. Falávamos da corrupção, mas sempre evitamos falando sobre a posição dos denunciados, mesmo trabalhando como procurador e não como juiz (na Itália o Ministério Público faz parte da magistratura).

    P. E mesmo durante as entrevistas coletivas?

    R. Eu nunca falei sobre a situação de um acusado, mas somente sobre atos judiciários. Eu pessoalmente evito falar de pessoas que foram meus acusados, mesmo depois do processo. Quando vou às escolas, eu procuro evitar falar de acusados, mesmo depois de passados dez anos, 15 anos. É uma questão que, pelo que me diz respeito, que vai além do texto legal.

    Foto: Moro vê seu ator preferido no cinema: ele mesmo

     

    (…)

    P. Pelo que o senhor me disse, o senhor seria favorável ao uso dos COLABORADORES DE JUSTIÇA NOS CASOS DE CORRUPÇÃO?

    R. Eu tenho muitas reservas com os COLABORADORES DE JUSTIÇA. Para que não se cometam crimes, é preciso que exista entre o cidadão e o Estado a confiança. E, para mim, cooperar – eu prometo uma pena menor se você conta quem são seus comparsas – é uma coisa que, em vez de promover confiança, de algum modo, você a tolhe. Creio que algumas vezes se cometem crimes realmente graves, como no caso da máfia, que dissolve crianças no ácido, e por isso, algumas vezes, é necessário recorrer a instrumentos que, infelizmente, em si não são educativos, que não educam a cidadania.

    Deve ser uma medida (colaboradores de Justiça) LIMITADÍSSIMA e, por isso, eu não a introduziria no campo da corrupção, mas existem muitas pessoas que pensam de modo contrário. Mas, em vez disso, há uma coisa que se precisa fazer aquilo que eu lhe disse antes: um fenômeno tão espalhado como a corrupção na ITÁLIA não pode ser combatido com o processo penal. É necessária outra coisa. Prometer a alguém a redução de pena se fala, essa medida está no processos penal, mas não serve ao processo penal.

    O que é necessário fazer é operar a dois campos, que são a EDUCAÇÃO e a PREVENÇÃO. Na Itália, espero que se for possível, ir adiante do ponto desses pontos de vista. Eu acredito que a situação mudará. Para prevenir a corrupção são necessárias duas coisas: que as empresas adotem procedimentos para todas as suas atividades, pois, quando há um procedimento de modo que tudo deixe traços tudo se torna transparente, pois tudo se torna verificável,  como quem tomou cada decisão, por que a tomou, por quais motivos.

     

    E esse é o segundo ponto de vista: a transparência. E que tudo isso seja público. Do ponto de visto educativo é necessário para acompanhar as pessoas para saber que a corrupção faz mal até para quem a comete, pois desregula as instituições. Evidentemente que nesse meio tempo é necessário descobrir quem participa da corrupção, mas não porque alguém colaborou, mas porque o contexto social no qual as pessoas se encontram se rebela e reage, quem assiste a um crime de corrupção denuncie. No caso de corrupção é difícil que as pessoas aceitem testemunhar.

     

    1. A MÁFIA E SÉRGIO MORO
       
      1.

      A MÁFIA E SÉRGIO MORO

       

      1. MÁFIA. COMO É:

       

      A MÁFIA é uma organização criminosa constituída em pirâmides e redes (cosca)  de execução, proteção e chefias, tendo como característica particular a sua adaptação à sociedade, circunstâncias e tempo.

       

      – Uma dezena de homens de honra (uomini d’onore) formam uma família

       

      – Diversas famílias formam uma circunscrição de atuação estabelecendo territórios (mandamento)

       

      – Diversas circunscrições elegem um chefe (capo)

       

      2. SEUS AGENTES SÃO:

       

      – criminosos comuns  (soldati) arregimentados para a execução de ações delituosas comuns ou violentas. Compõem a “linha de frente” da rede.

       

      – homens de (aparente) honra, insuspeitos (uomini d’onore) não são criminosos comuns mas, ao contrário, sofisticados. São encarregados das relações institucionais e sociais da rede criminosa, revestindo-a de legalidade e insuspeitas, como também em dar proteção à “cosca” (rede mafiosa) e aos seus agentes. Estão infiltrados nos Governos, nos Parlamentos, nas Magistraturas, nos Ministérios Públicos, nas Polícias, nas Igrejas, nas mídias, nas Empresas Privadas e Públicas, nas Organizações Sociais… nem o Vaticano e a administração da Santa Sé se imunizaram a essa infiltração…

      “I’ uomini d’onore è il centro di un piccolo universo”

       

      – dirigentes de circunscrição territorial chefes de comando regional e que escolhem o chefe geral (il capo)

       

      – chefe geral (capo) da organização

       

      3. MORO. Participação no esquema: elementos visíveis de convicção dectados:

       

      – PROTEÇÃO. Aparente legalidade. Força (pública e social) do cargo, insuspeito.

       

      – ATUAÇÃO PROCESSUAL (inadequadas a quem tem a função de julgar) – persecutória, parcial, direcionada, estigmatizante  e política de um lado; de proteção, de outro lado, –  corrosiva, desconectada de (elementares) princípios constitucionais,  de direito material e processual fartamenente noticiada, comentada e analisada.

       

      – COMPORTAMENTO (pessoal) PÚBLICO midiático e social impróprios a um Magistrado como o seu relacionamento, por exemplo, com (a) imprensa comercial simpatizante formadora de opinião; (b) agências e corporações internacionais, tudo à saciedade noticiados e comentados.

       

      – RESULTADO. Consequente desmonte da indústria de base e tecnológica de ponta nacional; desemprego; desnacionalização de empresas, produção e serviços; diminuição da força produtiva do pais e da consequente arrecadação fiscal federal, estadual e municipal; corrupção dos princípios de direito universalmente aceitos. Esse resultado, a quem aproveita?…

       

  11. Será que irão fantasiados de

    Será que irão fantasiados de Batman e Robin ? Afinal um é auxiliar do outro. Ou escada um do outro no tapete  vermelho da fama.

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