O incrível mundo paralelo da Operação Lava Jato

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

da CartaCapital

Exclusivo

Meire Poza é pivô de provas ilegais na Lava Jato, indicam documentos

A maior investigação da história pode ter passado por cima da lei em nome da justiça, mostram bastidores da operação

por Henrique Beirangê

CartaCapital teve acesso a um conjunto de trocas de mensagens, vídeos, fotos e documentos que revelam que integrantes da Operação Lava Jato podem ter feito uso de provas ilegais, vazado informações confidenciais, forjado buscas e apreensões e usado uma informante infiltrada irregularmente. São diálogos entre agentes e delegados da Polícia Federal e Meire Poza, contadora e ex-braço direito de Alberto Youssef, principal delator do escândalo de corrupção na Petrobras.

O que será narrado a seguir mostra que, à margem da lei, a força-tarefa pode ter colocado todo o trabalho de três anos de investigação em risco por conta do “justiça a qualquer preço”. Eventualmente, a chamada doutrina jurídica dos frutos da árvore envenenada pode fazer com que todas as provas e missões concluídas sejam questionadas e até invalidadas pela Justiça. Outras operações, entre elas a Castelo de Areia, foram anuladas por supostamente conterem erros de procedimento.

A revista questionou a contadora a respeito dos documentos. Meire ameaçou processar o veículo, caso as conversas e dados fossem divulgados. A contadora publicou um livro faz dois meses expondo sua intimidade com os bastidores da operação, mas não revelou na ocasião todas as conversas e nem explicou à reportagem a omissão de tais fatos.

A revista decidiu tornar pública toda a documentação e revelar os fatos que serão expostos a seguir.

A história que se segue começa a ser contada em meados de 2012, quando a contadora esteve na sede da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Poza, ainda não se sabe o motivo, decide denunciar a existência de um esquema de fraudes em fundos de pensão privados operados em conluio pelo doleiro Alberto Youssef e agentes de vários estados. Um delegado da PF em São Paulo que a recebeu deu de ombros. Nenhum depoimento foi colhido e nada foi feito para apurar as denúncias.

Dois anos mais tarde, quando a investigação da Lava Jato ganhou as ruas, em março de 2014, Meire procurou a PF mais uma vez e desta vez foi ouvida. Ela foi recebida em São Paulo pelo delegado Márcio Anselmo, líder do grupo que investigava lavagem de dinheiro por meio de doleiros a partir de Curitiba. Até aquele momento, a força-tarefa não fazia a mínima ideia onde a Lava Jato iria chegar e sabia-se apenas que era mais uma investigação contra lavagem de dinheiro.

CartaCapital apurou que foi feito um acordo com a contadora: ela forneceria informações dos investigados e vazaria documentações em troco de não ser processada. E há indícios de que isso de fato ocorreu. Embora seu escritório tenha lavado 5,6 milhões de reais de Youssef, Poza nunca foi sequer indiciada. CartaCapital teve acesso a trocas de mensagens, fotos, vídeos e documentos entre Meire e integrantes da força-tarefa que datam de 5 de maio de 2014 a março de 2015.

Um dos diálogos que mais chamam atenção trata da farta documentação escriturária e contábil das empresas de fachada de Youssef. Meire tinha em seu poder caixas de documentos com contratos fictícios da RCI, MO Consultoria, GDF e Empreiteira Rigidez. Companhias que só existiam no papel, mas serviam para Youssef receber propina das maiores construtoras do País.

A força-tarefa não fazia a mínima ideia da existência desses documentos. Era um acervo que identificou que Youssef recebia dinheiro das maiores construtoras do País por serviços que nunca prestou. As caixas foram entregues pela contadora, em março de 2014. No entanto, como a documentação foi entregue de maneira aparentemente ilegal, a força-tarefa precisava “esquentar a documentação” na gíria policial.

Em 5 de maio, o delegado Márcio Anselmo fala com Poza pelo aplicativo de conversas WhatsApp. “Devemos acertar para a prox semana uma viagem a sp para formalizar a apreensão daqueles documentos”. Poza responde: “Te aguardo!!!”. O delegado continua: “Se puder já separe todo o material dos contratos da gfd”.

A busca acabou se dando em 1º de julho de 2014, durante a 5ª fase da Operação Lava Jato. Um indicativo de que a Polícia Federal marcou dia e hora para uma busca e apreensão desnecessária. Uma diligência que deu ensejo ao uso de documentos que municiaram grande parte de tudo o que veio a ser descoberto.

Em um dos diálogos, o delegado indica que buscaria o Ministério Público Federal e que levaria ao conhecimento dos procuradores a relação com a contadora: “Vou conversar c o mpf sobre a sua situação”.

Delegado avisa contadora que iria tratar da situação de Meire Poza com o MPF

Os agentes também já sabiam em maio de 2014 do envolvimento de parlamentares na investigação. Diferente do que foi dito pelos integrantes da força-tarefa, que só tomaram conhecimento da existência de personagens com prerrogativa de foro ao longo da investigação, um dos diálogos revela que Meire e Márcio Anselmo falam do então deputado federal Luís Argolo.

Em 14 de maio, Márcio pergunta para Meire: “vc sabe se o bebe jhonson tinha alguma relação com o precatório do maranhão?”. Bebê Jhonson era como os investigados se referiam ao ex-deputado Luiz Argolo. Ou seja, naquele momento a força-tarefa investigava um deputado federal sem autorização do Supremo Tribunal Federal.

Delegado da PF e Meire Poza conversam sobre a situação do deputado Luiz Argolo

Em 15 de maio, Meire dispara: “O Argolo ameaçou um monte de deputado”. Márcio responde: “Eu descobri pq o boato na semana passada”. O delegado continua: “Eu acho que o argolo, mesmo no sdd, distribuía $$$ para o PP”.

O agente Rodrigo Prado encaminhou esta foto, feita durante ação da Lava Jato, para a contadora

O delegado mostra que a operação visava mais políticos. Márcio pergunta: “Com que outros políticos ele tinha contato?”, a contadora responde: “tem um senador que eu preciso lembrar o nome, tinha o governador da Bahia”. Nos diálogos também há menções à então deputada Aline Correa (PR-CE) e ao senador Cícero Lucena (PSDB-PB).

As conversas não se limitam ao delegado. O agente Rodrigo Prado era quem Meire municiava com informações. A contadora faz gravações escondidas com os investigados da operação, encaminha documentos irregularmente e trocam fotos. Numa delas, o agente mostra uma foto de dentro da viatura com um dos investigados.

Ao que parece, outros integrantes da força-tarefa em Curitiba tinham conhecimento da utilização da contadora na operação, como indica um email encaminhado por Meire ao delegado Eduardo Mauat. Estão em cópia na mensagem o delegado Igor de Paula, a delega Érika Marena, o agente Prado e o delegado Márcio Anselmo, nomes relevantes da força-tarefa dentro da PF em Curitiba.

Tudo isso com o aparente conhecimento do superintende da PF no Paraná, Rosalvo Ferreira Franco, conforme email de 13 de agosto. Em email encaminhado aos delegados e a Meire, que usava o endereço eletrônico [email protected], ele diz estar ciente de uma conversa entre Igor e Meire a respeito da segurança da contadora.

Troca de mensagem entre delegado, superintendente da PF e Meire Poza

No email, a contadora se diz abandonada pela operação e reclama: “Não vou ficar esperando que algo de ruim aconteça comigo ou com a minha filha. Espero que tenham a sensatez de saber que um erro não justifica o outro. Eu mostrei minha cara, mas foram vocês que colocaram minha vida em risco. Isso eu não vou perdoar nunca.”

Todos os detalhes dessas conversas e mais diálogos que expõem a Lava Jato você acompanha na edição especial de CartaCapital que começa a circular na próxima quarta-feira, 20. Todos os documentos, mensagens, áudios e fotos em poder da revista serão encaminhados ao Procurador Geral da República, ao Ministério da Justiça, à direção da Polícia Federal e à Ordem dos Advogados do Brasil. 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

45 Comentários

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  1. Ela era informante da PF, nem

    Ela era informante da PF, nem sei se existe legislação para isso no Brasil, pelo que o texto diz não há. Não acredito que a operação irá ruir, pelo menos não irá acabar até conseguir os seus objetivos políticos.

  2. Só um tolo não perceberia que a Lava Jato é para perseguir o PT

    Começou para impedir a eleição da Dilma e como não conseguiu esta sendo usada para o golpe, eles vão inventar mais alguma para 2018!! Podem escrever!!!

  3. Eta! A máfia criminosa da

    Eta! A máfia criminosa da Lava Jato, esse circo de horrores que a muita gente enganou, foi desbaratada. Se juntarmos o que contém essa reportagem mais o que apurou Marcelo Auler, teremos material mais do que suficiente para que seja usado pela defesa de réus, pedindo a ANULAÇÃO de toda a operação ou parte dela, que agora sabemos ter se baseado em procedimentos de ilegalidade criminosa e flagrante.

    Assim como em relação às chamadas ‘jornadas de junho de 2013’ não foram poucos os que se deixaram enganar pela Lava a Jato, há até poucos meses. Sem falsa modéstia, mas eu NUNCA me enganei quanto aos propósitos dessa operação, à atuação político-partidária e golpista da PF e do MP, assim como do juiz sérgio moro.

  4. A Lava Jato já cumpriu sua

    A Lava Jato já cumpriu sua função que foi de derrubar o governo e “refundar a república” que no caso é essa que bate à nossa parta, comanda pelos impolutos berluscones tupiniquins os intocáveis Cunha, Zé Agripino.

  5. que absurdo, estarrecedor…

    a frieza com que os integrantes dessa força tarefa combinam, traem, torturam, ameaçam, decepcionam e emporcalham todo o poder judiciário brasileiro

  6. Vazadora?!

    Será que foi ela que vazou para a revista? (mais uma vez)

    Apesar da ameaça inicial de processo, só vejo como sendo possível obter esse tipo de informações com um fonte na PF ou dela mesmo. Se existe documento na reportagem que circulou apenas no interior da PF, aí pode-se alegar que não foi ela que vazou, mas do contrário penso que foi ela mesmo.

    Mas o que faria ela se expôr? Sabemos que:

    Sabia que já estava exposta, pois se a reportagem já tinha chegado nela, qualquer um dos gangsters revelados poderia também, e buscando vingança.

    Se estava se sentindo insegura, pode já ter recebido ameaças. Com uma reportagem (mesmo que levasse mais tempo por falta de fonte) o problema aumentaria se não houvesse uma maior proteção.

    Com tudo exposto e contendo algumas provas, pelo menos fica claro a quem interessa atingí-la, o que pode trazer um pouquinho a mais de segurança.

    Força o MP a recebê-la com testemunha e colocar num serviço de proteção. Até para combinar o questinamento da reportagem e proteger o processo tanto quanto possível, que interessa à PF e MP.

    Resumindo, acredito que ela elevou as apostas.

  7. Desta vez a lava jato

    Desta vez a lava jato termina. O Moro disse que até dezembro encerraria esta operação. Entretanto, cabeças vão rolar na polícia federal, MPF caso seja verdade tudo isto. Agora  ficou claro qual era o objetivo da lava jato. Denegrir o Lula e apenar a Dilma e criminalizar o PT estes eram os objetivos desta turma. Que vergonha. E o idiota aqui acreditando no combate a corrupção. Babaca. 

  8. Demissão e exoneraçao para todos os envolvidos

    Se tudo isso é verdadeiro, só tem uma solução: demissão a bem do serviço público de todos os envolvidos, PF, MPF, Juiz, etc.

  9. Isso é só o começo. Virão

    Isso é só o começo. Virão coisas piores. Agentes públicos imbuídos de sentimentos e visões messiânicas são muito mais perigosos que o próprio mal que enseja a “causa”.

    Meu avô iria ao ponto e deixaria a coisa mais direta: “o inferno está cheio de boas intenções”. 

    1. Pode ser que alguns tenham

      Pode ser que alguns tenham visão messianica, ou assim apareçam em público. Mas a maioria deles é mesmo outra coisa. Alias, o Cunha também exibe visões messianicas, como bom pastor-empreendedor. Na verdade, o reino deles não é do céu, nao, eles querem mesmo é o que é de Cesar.

  10. Cada vez mais quem aponta o

    Cada vez mais quem aponta o dedo é que faz irrgularidade…. será que vai ter uma operação para investigar a lava jato

  11. reparem no seguinte…

    com fonte de provas como esta, o MPF está trabalhando denúncias em branco

    provas não surgem da investigação, são combinadas, encomendadas

    1. mensalão foi assim também…

      negociata

      provas para tucanos sendo aplicadas em petistas

      é o que mais acontece quando se trabalha com denúcias em branco

          1. a nossa justiça trabalha ao contrário, gente…

            mesmo com esta podridão, Judiciário só assiste, o que significa que ainda por cima valida

            no caso dos tucanos não, participa, faz plantão e anula

          2. stf

            PITACO DO BORÔ – SE A SUPREMA CORTE BRASILEIRA  É COVARDE COMO DISSE O EX-PRESIDENTE E É FEITA DE BOBA PELO CUNHA , PODEMOS CONCLUIR QUE TEMOS UM SUPREMO DE FRANGO E OS MINISTROS SÃO OS BOBOS DA CORTE!!!

  12. crc não abrir processo

    eo crc concelho regional de contabilidade 0 do estado  e cfc – conselho federal de contabilidade -não vao abrir processo disciplinar.!!!!!

    ou esses tambem ja tucanaram!!!!

  13. o quê?………………questão de tempo e instância, peregrino

    e por falar em tempo, já te mandei pra merda hoje?

    são os mesmos caras, os mesmos corruptos e os mesmos negociadores

  14. Acho que o pessoal tem que

    Acho que o pessoal tem que raciocinar que o maior traíra não é sequer o Moro, mas o Janot. Mais inteligente que o anterior, sr. Gurgel, faz a cara de democrata, sério e isento, mas é o contário de tudo isso. Infelizmente temos uma Imprensa capega, vendida e estelionatária. Essa incrível página só aparecerá daqui mais de uma década, mas não nas mãos de jornalistas, mas de historiadores…

  15. Não creio que será anulada

    Não creio que será anulada por isso, pois o sistema judicial teria que cortar a própria carne muito fundo. Vão dar um jeito jurídico de condenar alguns e livrar outros, tal como foi feito na AP470. 

    Às vezes penso que esse modus operandi é normal na PF e no MP, mas antes era com réus desconhecidos. Vejam que o problema da Satiagraha foi igual. Há muita ilegalidade nas investigações policiais no país e as corregedorias não parecem reagir a isso. É mais do mesmo. 

  16. Pelo menos Curitiba conseguiu aparecer no mapa do Brasil

    Pelo menos, enfim, Curitiba conseguiu aparecer no mapa do Brasil . Tem que agradecer muito à PF e Sergio Moro.

  17. Também acho que vão

    Também acho que vão atormentar mais e mais. Porém se a teoria do fruto podre da árvore vingar e estes conspiradores forem para a cadeia…quem sabe se dias melhores virão.

  18. Táticas da KGB

    Dada a aparente intimidade entre a contadora e o agente da PF, parece que a Força Tarefa é versada nas táticas da KGB, especialmente a da “armadilha de mel”.

  19. Ficou tristinha

      Tá triste, magoada, com medinho – então aprendeu bastante de como a “banda toca”, vc. foi apenas uma humilde tarefeira, util como um lenço de papel ou um “neve “, tipo : para usar e jogar fora.

       É triste a sina dos X-9, “bate – pau “, “dedo – duro “, dos “gansos”, ainda mais quando envolvem-se em areas de muito poder, economico/politico , sempre é um “pequeninho”, não tem retaguarda, não tem apoio, nem amizade, afinal quem trai uma vez, pode trair de novo – pegou o hábito – portanto vai para o “desvio”.

        Não fique tão triste, ninguem irá se condoer com sua situação.

        Lembra do Eriberto França ?

  20. E o Deltan e o Sergio Moro,
    E o Deltan e o Sergio Moro, eles não sabiam de nada?
    Ele não seria o juiz competente pra apurar isso tudo?
    Vai rolar busca, prisão, delação?
    O que que eles vão fazer?
    Quebra o sigilo do meu ip aí Sérgio Moro, eu tenho muito pra dizer.

  21. Missão cumprida

    Já fizeram o estrago político, agora ‘descobrem-se’  irregularidades (que já vinham sendo denunciadas pelos presos e seus advogados há anos) e ah, que pena, vamos ter que anular tudim.

  22. Romeu Tuma Jr revela no livro

    Romeu Tuma Jr revela no livro assassinatos de reputações II que gravou 140 horas com Meire Poza, sendo ela sua princiapal fonte. Coincidentemente aquilo que Poza diz para Tuma é o que tem sido investigado por Moro, inclusive o caso da morte de Celso Daniel. Abaixo trecho do livro.

     

    “Porém, veio à cena um documento que o confirma: a contadora Meire Poza havia
    entregado à PF o papel que comprovava a informação dele: sim, havia um documento
    legítimo referente ao “empréstimo” de R$ 6 milhões por Bumlai para calar a boca do
    empresário de Santo André que chantageava Lula e Dirceu.

    Uma bomba! Pois sim. Esse pedaço de papel, de posse dos federais, é a prova óbvia
    de que nenhum desses escândalos de corrupção era isolado, mas todos eram um só: não
    era só o caso Celso Daniel que seria o objeto da chantagem evitada com o dinheiro. Nem
    o Mensalão, pelo qual Valério, Dirceu e outros foram condenados por corrupção pela
    instância máxima da Justiça, o Supremo Tribunal Federal (STF). Nem o tal Petrolão,
    devassado pela Operação Lava Jato. Não. Tudo isso é um escândalo só – junto e
    misturado, como se diz na gíria da malandragem de baixa extração.

    Meire Poza é a testemunha comum a todos. Ela fez a contabilidade de Waldomiro de
    Oliveira, enrolado na CPI do Cachoeira, protagonista da pré-história dos escândalos do
    PT no governo federal, e envolvido na Lava Jato como o fabricante de notas que garantiam
    a pilhagem via empreiteiras, provocando o funcionamento do fluxo financeiro da
    gatunagem.

    E, ainda mais importante, como contadora de Alberto Youssef, o doleirozinho
    chinfrim de Londrina que virou uma espécie de Arsène Lupin (o ladrão de casaca
    inventado por Maurice Leblanc) petralha, ela teve a oportunidade única de documentar
    um amplo repertório de delitos contra a União, patrocinado pelos dignitários maiorais
    dessa República populista.

    Graças aos vazamentos seletivos execrados pela “zelite” dominante no “pudê”, nós,
    aqui na planície, ficamos sabendo disso tudo. Agora temos a oportunidade de tomar
    conhecimento de ainda muito mais. Após a publicação de Assassinato de reputações – um
    crime de Estado, o autor desse sucesso editorial, Romeu Tuma Junior, passou a atuar
    como uma espécie de ombudsman nacional do crime de colarinho branco. Amigo de
    Tuma pai e, por consequência, do filho homônimo, este escrevinhador lhe deve o imenso
    favor de ter confirmado uma informação dada no livro anterior, nunca contestada nem
    pela Justiça nem na imprensa, de que Luiz Inácio Lula da Silva foi o informante do Dops,
    à época da ditadura conhecido como Barba. Só assim pude entender por que o então
    presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema (hoje do
    ABC) encontrou-se com um agente do Serviço Nacional de Informações (SNI) na
    garçonnière de Alexandre Von Baumgarten, de cuja morte o então chefe do serviço em
    Brasília, general Newton Cruz, foi acusado. Mas essa história, que narrei na abertura de
    meu livro O que sei de Lula (Topbooks, 2011), nada tem a ver com o que aqui nos interessa
    diretamente. E, de fato, não podemos perder o fio da meada.

    O certo é que Tuma Junior foi procurado pela contadora Meire Poza, e ela é a pièce de
    résistance deste livro, que é sequência do primeiro e resulta do relato de muitos cidadãos
    dispostos a não permitir que se enterrem informações importantes, como a das onze
    testemunhas mortas e sepultadas e que poderiam dar informações relevantes no inquérito
    sobre a morte de Celso Daniel, executado, por mais uma coincidência nesta história cheia
    delas, exatamente na jurisdição.

    ……Se não for por insistência do executado nunca justiçado, terá o acaso sido sempre um
    forte aliado da verdade e da justiça. Senão, vejamos: a Operação Lava Jato resulta de uma
    série de coincidências incríveis. A operação, que pôs a República brasileira de pernas para
    o ar e de cabeça para baixo nos últimos dois anos, começou com a investigação de um
    esquema de lavagem de dinheiro num remoto posto de gasolina do Distrito Federal – daí
    sua denominação. O comando da força-tarefa passou a ser exercido em Curitiba, capital
    do Paraná, porque no Estado nasceu, vivia e prosperou o doleiro Alberto Youssef. À
    frente de procuradores e agentes federais, está um juiz preparado para entender o
    complexo emaranhado de fios e fatos que têm a ver com lavagem de dinheiro, Sérgio
    Moro, desde que voltou à primeira instância, finda sua profícua assessoria à ministra
    Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal durante o julgamento do tal do Mensalão.

    Desde que passou a prestar atenção ao que se dispôs a lhe contar Meire Poza, Tuma
    Junior se deu conta de que havia muito mais a revelar do que se conhece pelo noticiário
    diário da devassa do maior escândalo de corrupção da história do Brasil, quiçá da
    humanidade. Este livro foi ao prelo no momento em que o propinoduto da Petrobras foi
    considerado pela Transparência Internacional o segundo maior caso de corrupção do
    mundo, perdendo o primeiro lugar para Viktor Yanukovich, deposto da presidência da
    Ucrânia em fevereiro de 2014 depois de ter sido denunciado por protagonizar um
    cabeludo caso de corrupção. A ONG com sede em Berlim, na Alemanha, levou em conta
    apenas a Petrobras e nisso o subestimou, pois, como registrou em editorial o jornal O
    Estado de S. Paulo em 12 de fevereiro de 2016, “hoje se pode afirmar que a corrupção só
    não é encontrada onde não é procurada”. Isso não é má vontade do Partido da Imprensa
    Golpista (PIG), que, conforme petistas e seus asseclas e aliados, não aceita povo andando
    de avião (quando andava) e saindo da pobreza (à qual a maioria está voltando depois do
    tsunami de fiascos da quarta gestão consecutiva do PT no desgoverno da República). Os
    fatos reproduzem uma avalanche de denúncias e escândalos que não deixam o jornalão
    mentir.
     

    Essa verdade saltará a seus olhos quando chegar à última página deste livro. Nas 140
    horas de gravação com Meire Poza, que Tuma Junior aqui resumiu, o autor ouviu da
    contadora que, na mesma época em que Valério depôs em vão na PF, ela foi à sede dos
    federais na Lapa, em São Paulo, para contar o que sabia – praticamente tudo – do
    esquema de lavagem de dinheiro que, como contou aos agentes da lei, enriquecia não
    traficantes de drogas, mas maganões da República. Nenhum deles lhe deu a mínima
    atenção. Habituada à aritmética dos livros de contabilidade, Meire Poza calculou a exata
    soma de quanto gastou do próprio bolso para denunciar os crimes dos clientes: R$ 23
    mil, como ficará sabendo mais adiante.”

    Assassinato de reputações II

     

    1. Deixa eu entender.

      Um delegado de polícia tem em mãos uma série de denúncias e prefere publicar em livro a apresentá-las à PF ou a que de direito? Putz.

  23. Perguntar não ofende. Certo?
    Perguntar não ofende. Certo? Como essas msgs internas entre membros da PF foram obtidas? Existe uma dissidência interna na PF? Ou seria isso o resultado de um trabalho da ABIN? Rede de intrigas? O delegado Márcio Alselmo não é aquele “aecista” que trocou mensagens via facebook com os demais colegas às vésperas da eleição presidencial de 2014 esculhanbando a Dilma? E que tem uma esposa que trabalha na mesma unidade? Envolvidos naquela investigação de grampo ilegal na sela de Alberto Youssef? Ele, delegado Anselmo, era lotado em São Paulo e foi para o Paraná? Sabia de tudo isso antes de ser transferido? Essa OLV consumiu dinheiro dos contribuintes e agora poderá ser declarada nula por que agentes do Estado agiram como fora-lei? O Paulo Okamoto também não ingressou no STF pedindo a nulidade das investigações da OLJ porque também verificou que as investigações tiveram início de forma ilegal? Agora entendo porque o MPF-PR vinha defendendo com tanta ênfase a validade de provas colhidas de forma ilegal… enquanto isso… Dirceu e o tesoureiro do PT seguem presos sem condenação. Era uma vez uma OLJ… #MoroGate

  24. foi e é dessa republiqueta

    foi e é dessa republiqueta infame do paraná e da lava-jato que se

    criaram todas as tramas para aniquilar um governo popular e o páís….

    quuando esses caras srão punidos?

  25. Votação

    ATENÇÃO:

     

    DIANTE DA GRAVE CRISE PELA QUAL PASSAMOS, peço a todos que leiam este texto e que, caso concordem com ele, COMPARTILHEM COM O MAIOR NÚMERO DE PESSOAS E ENTIDADES POSSÍVEL, pois, somente assim, faremos com que o conteúdo do texto chegue a um número grande de pessoas e venha a contribuir com o esclarecimento acerca dos acontecimentos recentes em nosso país. Obrigado a todos, Fábio Brito.

     

    https://rebeldesilente.wordpress.com/2016/04/16/todo-poder-emana-do-povo-e-a-verdade-nos-libertara/

  26. Votação

    ATENÇÃO:

     

    DIANTE DA GRAVE CRISE PELA QUAL PASSAMOS, peço a todos que leiam este texto e que, caso concordem com ele, COMPARTILHEM COM O MAIOR NÚMERO DE PESSOAS E ENTIDADES POSSÍVEL, pois, somente assim, faremos com que o conteúdo do texto chegue a um número grande de pessoas e venha a contribuir com o esclarecimento acerca dos acontecimentos recentes em nosso país. Obrigado a todos, Fábio Brito.

     

    https://rebeldesilente.wordpress.com/2016/04/16/todo-poder-emana-do-povo-e-a-verdade-nos-libertara/

  27. Parece orquestração deliberada

    Por que não foi formalizada a entrega dos documentos?  Não sabiam que a maçã da branca de neve anularia os derivados? A bruxa  não é hora, nunca esteve interessada em fazer justiça, mas fornecer munição para o espetáculo midiático de destruição do PT, do governo Dilma, e principalmente, de Lula 2018 – e no momento adequado, com o impeachment e a opinião piblicada a seu favor, salvar todo o esquema de corrupção , inclusive os golpistas.  Por que o negócio so apareçe agora? 

  28. Força nas ruas neste domingo

    Sob o sol não há nada novo, fora os detalhes, é só mais do mesmo. Mas tem uma novidade aqui sim, são as pessoas humildes e pobres politizadas e atuantes nas ruas. Hoje, por mais paradoxal que seja, é dia de festa cívica. O Brasil nas ruas barra o golpe.

  29. O que é preciso…

    É preciso que ao menos essa resenha flua para o povo, principalmente os jovens afim de saberem a sordidez que vem sendo essa Operação Java Jato, a forma escrachada e indigna como se comportam seus agentes, que abusam do republicanismo haraquiri que o governo lhes dispensa para humilhar, denegrir, enxovalhar etc as pessoas, expondo e chacoteando-as sem nenhum pudor.

    Agora, quanto aos temores dessa contadora, não vejo motivos para tê-los pois sabia que a detonação de suas bombas geraria consequências

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