A tensão EUA-Paquistão

Do Correio do Brasil

Hillary entra em cena para acalmar o Paquistão, que ameaça rever acordo com os EUA

Por Redação, com agências internacionais – de Washington

Hillary quer reforçar aliança com os paquistaneses após morte de bin Laden

O Exército paquistanês engoliu em seco a invasão ao território daquele país por forças especiais da Marinha norte-americana, com o objetivo de matar o extremista islâmico Osama bin Laden. Autoridades militares ameaçaram, nesta quinta-feira, reavaliar a cooperação com os Estados Unidos caso realizem mais operações em território do Paquistão.

qual“Qualquer ação similar violando a soberania do Paquistão vai garantir uma revisão do nível de cooperação nas áreas militar e de inteligência com os Estados Unidos’, disse o Exército em comunicado.

Esse foi o primeiro comentário do Exército paquistanês desde o ataque de 2 de maio em que Bin Laden foi morto. O Exército do país também informou que vai realizar uma investigação para saber se houve falhas de inteligência que permitiram ao homem mais procurado do mundo se esconder em solo paquistanês.

Panos quentes

Coube à secretária de Estado, Hillary Clinton, entrar em cena para acalmar os ânimos dos paquistaneses. A relação dos EUA com o Paquistão nem sempre é fácil, mas tem sido produtiva para os dois lados, disse Hillary, nesta quinta-feira, depois que a morte de bin Laden levantou dúvidas sobre a aliança. A descoberta de que o líder da Al Qaeda conseguiu viver durante anos na cidade de Abbottabad, que sedia uma academia militar, ao norte da capital paquistanesa fez muitos nos Estados Unidos se perguntarem se o Paquistão é um aliado confiável contra militantes. Hillary reconheceu que o relacionamento de Washington com Islamabad às vezes é complicado, mas disse ainda ser importante.

– Nem sempre é uma relação fácil, vocês sabem. Mas por outro lado ela é produtiva para os dois países e vamos continuar a cooperar entre nossos governos, nossos militares, nossas agências de aplicação da lei, mas mais importante, entre o povo norte-americano e o paquistanês – disse Hillary em Roma, na véspera de uma reunião da coalizão apoiada pela Otan contra o líder líbio Muammar Gaddafi.

Autoridades paquistanesas dizem estar comprometidas com o combate ao extremismo e que o Paquistão sofreu nas mãos de militantes tanto quanto qualquer outro país. Hillary não quis comentar os detalhes da operação das forças especiais na qual Bin Laden foi morto no Paquistão no domingo. Autoridades dos EUA afirmaram que Bin Laden estava armado, porém mais tarde disseram que não estava, despertando preocupações entre alguns europeus sobre a legalidade do assassinato. Levantes contra governantes autoritários no Oriente Médio e no norte da África mostraram que as ideias de Bin Laden estão sendo rejeitadas, disse Hillary.

– Sua ideologia de ódio e violência felizmente está sendo rejeitada no que estamos vendo no Oriente Médio e no norte da África, já que a maioria das pessoas está protestando pacificamente por um futuro melhor – acrescentou.

Em uma coletiva de imprensa conjunta com Hillary após uma conversa no café da manhã, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, disse também ter discutido sanções contra o governo sírio por causa da repressão violenta aos protestos. Entre as possíveis sanções estão a suspensão das conversas de cooperação com a União Europeia e restrições de viagens de funcionários sírios. Hillary expressou profunda preocupação com a situação na Síria e disse que o presidente Bashar al-Assad deve interromper a violência contra seu próprio povo.

Luis Nassif

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