As armadilhas de publicar sem checar

Por Waldyr Kopezky

O que dá repercutir agência internacional de notícias sem verificar.

Nassif, eu já falei que a mídia mundial é pior que o PIG – mais concentrada, tendenciosa e tacanha. olha isso que saiu no portal do IG (da France Presse):

“Rei da Arábia Saudita anuncia direito de voto às mulheres” – como, se só há UMA eleição municipal para um parlamento (Shura) que é somente consultivo, metade é nomeada pelo sultão e NÃO possui nada de poderes legislativos? Ah, outro detalhe: chamado de “reformista” pelos entrevistados da France Presse (todos isentos, claro), o sultão/rei/ditador Abdullah ainda não liberou as mulheres para dirigir carros no país…E a agência disse que a Arábia Saudita tinha sido “poupada” da “Primavera árabe”! Claro que foi baixaram o “guatambu” nas primeiras mobilizações feitas pela internet e rastrearam seus IPs para localizar e deter os idealizadores do Dia da Fúria (mas eles não lembraram de citar isso, é um detalhezinho insignificante). O absurdo abaixo.

Ah, o G1 também deu:

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/09/arabia-saudita-libera-voto-e-e…
Sobre os protestos que “nunca existiram”, ou dos quais os sauditas foram “poupados”:
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/03/11/policia-tenta-impedir-prote…
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticia/TRES+MANIFESTANTES+FICAM+F…
http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/ara…
http://ultimosegundo.ig.com.br/revoltamundoarabe/arabia+saudita+ameaca+u…

Meu Deus, o que é isso…Nos portais brasileiros nem dá pra saber se é parcimônia ou incompetência.

Do iG

Rei da Arábia Saudita anuncia direito de voto às mulheres

Em meio à revoltas no mundo árabe, governo anuncia que sauditas poderão concorrer e votar nas eleições municipais a partir de 2015

Foto: AP

Foto de 29/4/2011 mostra saudita na tradicional dança Arda, ou dança da Guerra, durante o Festival de Janadriyah perto de Riad, Arábia Saudita

“Como nos recusamos a marginalizar as mulheres na sociedade em todos os papéis que estão de acordo com a sharia (código de leis do islamismo), decidimos envolvê-las como membros do Conselho da Shura”, afirmou, fazendo referência ao órgão que funciona como uma espécie de Parlamento, embora sem poderes legislativos. “As mulheres poderão concorrer como candidatas nas eleições municipais e até terão o direito de votar.”

A eleição municipal é a única realizada na Arábia Saudita , um país conservador onde as mulheres não têm permissão para dirigir ou viajar para o exterior desacompanhadas. A mudança não afetará a votação deste ano, marcada para quinta-feira, quando estarão em disputa metade das 285 cadeiras da Shura – a outra metade é nomeada pelo governo.

Em meio às revoluções que derrubaram líderes na Tunísia e no Egito, no início deste ano ativistas convocaram protestos também na Arábia Saudita.

Mas os tumultos não chegaram a ganhar repercussão no país principalmente porque o governo se apressou em anunciar benefícios sociais para a população.

De acordo com o jornal The New York Times, o reino está gastando US$ 130 milhões (cerca de R$ 205,5 milhões) para aumentar salários, construir moradias e financiar organizações religiosas, entre outras despesas que têm efetivamente neutralizado a oposição.

Assim, as reservas monetárias do rei, que aumentaram outros US$ 214 bilhões com os lucros que o país obteve do petróleo no ano passado, formam uma proteção para a família real contra os pedidos de mudança que tomam conta da região.

Repercussão

O governo dos EUA elogiou o anúncio do rei saudita. “Essas reformas reconhecem as contribuições significativas das mulheres na Arábia Saudita à sua sociedade, e oferecerão novas formas de participar das decisões que afetam suas vidas e comunidades”, disse em comunicado o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Tommy Vietor.

“Os anúncios representam um importante passo para ampliar os direitos das mulheres na Arábia Saudita, e apoiamos o rei Abdullah e o povo da Arábia Saudita em seus esforços para realizar estas e outras reformas”, disse.

*Com EFE

Luis Nassif

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