Do Estadão
Santos: ‘Antes de ser soldado serei diplomata’
Frase do novo presidente revela a prioridade para negociar com a Venezuela e o Equador
Tânia Monteiro ENVIADA/BOGOTÁ – O Estado de S.Paulo
Sem meias palavras, o novo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse ontem, na solenidade de posse, que sua primeira tarefa será “reconstruir as relações com a Venezuela e o Equador”.
Santos disse que quer respeitar e ser respeitado pelos vizinhos, que “a história nos une”, apesar das “diferenças ideológicas” e que a palavra “guerra” só deve ser falada contra o narcotráfico. “Antes de ser soldado, preciso ser diplomata”, afirmou o novo presidente. No governo do antecessor, Álvaro Uribe, Santos foi ministro da Defesa e um dos líderes do combate à narcoguerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Santos deixou claro, também, que a estratégia de negociação com Venezuela e Equador é “um diálogo franco e direto, de respeito mútuo”. Sobre o prazo para começar o diálogo, ele explicitou: “O mais rápido possível”. E justificou: “Quando os governos disputam, os povos sofrem.”
Antes do discurso solene da posse de Santos, a nova chanceler, Maria Angela Holguín, havia antecipado a estratégia de negociação direta com os vizinhos. Ela disse que, no momento, não havia como pedir ajuda ao Brasil e que a decisão era colocar a Colômbia para reatar o diálogo diretamente com a Venezuela e o Equador.
Fim da violência. A abertura do discurso de Santos foi uma espécie de diálogo com a sociedade colombiana. O novo presidente fez profissão de fé na democracia e disse não querer “um país sem partidos e sem controvérsias ideológicas”.
Ele prometeu manter uma “porta do diálogo aberta” com todos, mas acrescentou que seu governo terá como prioridade a erradicação da violência. “Queremos o diálogo, mas combateremos o sequestro, o narcotráfico e a intimidação.” Outro compromisso de Santos foi com a diminuição da pobreza e a redução do desemprego.
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