Levante militar no Equador

Por Gabriela___

Transmissão online pela TeleSUR http://www.telesurtv.net/noticias/canal/senalenvivo.php

Da CartaCapital

Rebelião policial no Equador

Antonio Luiz M. C. Costa

A polícia e as forças armadas se levantaram contra o governo de Rafael Correa no Equador, em protesto contra a aprovação de uma lei que reduz as vantagens econômicas dessas corporações, como medida de corte de gastos públicos. Nos dias anteriores, o presidente cogitava de dissolver o Congresso e convocar eleições antecipadas (medida prevista na Constituição), devido à recusa de parte de seus partidários de apoiar projetos que considera indispensáveis.

Milhares de policiais e militares tomaram quartéis e delegacias de Quito e bloquearam o acesso à cidade, 150 aviadores fecharam o aeroporto e a base aérea.

O presidente foi ao Regimento Quito, o maior da cidade, tentar dialogar, disse que foi o que mais fez pelos soldos policiais e tentou recordar quanto ganhavam antes de seu governo, mas os policiais o chamaram de “mentiroso”. “Senhores, se querem matar o presidente, aqui está. Matem-me se tem vontade, matem-me se têm valor, em vez de estar na multidão, covardemente escondidos”. Em Guayaquil, estradas e aeroporto também foram fechados há saques de bancos e comércios.

As12Às 12:40, o twitter oficial do MST informou que, segundo “companheira da Via Campesina”, Rafael Correa estaria preso no Palácio, mas a informação não foi confirmada por órgãos de imprensa. Às 13:20, o jornal El Universo, de Guayaquil, informou que o comandante das Forças armadas, Ernesto González, assegurou que acata a autoridade do presidente Rafael Correa.

Segundo o mesmo jornal, o presidente está sendo atendido num hospital depois de agredido por policiais com garrafas e gás lacrimogêneo. 

Da Folha

Militares fecham pista de aeroporto de Quito durante protesto contra governo

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS 

Ao menos 150 membros da Força Aérea Equatoriana (FAE) tomaram nesta quinta-feira o aeroporto internacional de Quito para protestar contra uma lei do governo que limitou os benefícios econômicos a militares e policiais. As operações aéreas foram suspensas após o protesto, informou um porta-voz do terminal.

Durante o protesto, os policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo e queimaram pneus após tomar bases em Quito, Guayaquil e outras cidades. Aparententemente, os protestos não parecem ser uma ameaça imediata contra o governo. Não houve informações imediatas sobre feridos. 

“Cerca de 150 efetivos da Força Aérea Equatoriana tomaram a pista do aeroporto Marechal Sucre e também a rua na entrada”, afirmou à rádio Quito o porta-voz da empresa administradora Quiport, Luis Galárraga.

OfuncO funcionário acrescentou que o pessoal está formado em ambas as pistas e que, por motivos de segurança, é impossível dar prosseguimento às operações.

Os agentes também protestam em outros quarteis de Guayaquil (sudoeste) e Cuenca (sul), segundo informes policiais, mas a manifestação mais numerosa acontece na capital, onde ocorreram distúrbios.

O presidente do Equador, Rafael Correa, tentou dialogar com um grupo de manifestantes mas não teve sucesso. “São um grupo de bandidos ingratos”, disse ele a jornalistas após a tentativa frustrada. “Ninguém apoiou tanto a polícia quanto esse governo”, acrescentou.

Correa já havia advertido nesta quinta-feira que não cederia ante os protestos da polícia, que rejeita a lei aprovada pelo Congresso eliminando benefícios aos membros dessa instituição e das Forças Armadas.

“Não darei nenhum passo atrás. Se quiserem, tomem os quarteis, se quiserem deixar a cidadania indefesa e se quiserem trair sua missão de policiais”, afirmou Correa em uma acalorado discurso ante dezenas de militares que tomaram o principal regimento de Quito.

“Se quiserem matar o presidente, aqui estou, matem-no se tiverem vontade, matem-no se tiverem poder, matem-no se tiverem coragem ao invés de fiar covardemente escondido na multidão”, afirmou ainda o presidente durante o discurso exaltado. “Se quiserem destruir a pátria, aí está! Mas o presidente não dará nem um passo atrás”.

CRISE

Correa, estuda na quinta-feira a possibilidade de emitir um decreto dissolvendo a Assembleia Nacional, em função de um conflito interno com seu movimento político que vem freando a promulgação de leis cruciais para seu projeto socialista, disse uma ministra.

A dissolução da Assembleia, que tem maioria governista, é uma possibilidade prevista na Constituição aprovada em 2008, que permite ao presidente adotar a medida e convocar eleições imediatas para a escolha de novas autoridades legislativas e um novo presidente.

“A morte cruzada é um cenário que ninguém deseja, mas é uma possibilidade quando não existem condições para levar adiante o processo de mudanças”, disse a ministra de Política, Doria Solís, na noite de quarta-feira.

Para emitir o decreto, Correa precisará da aprovação prévia da Corte Constitucional, outra função do Estado que vela pela vigência da Constituição.

Solís acrescentou que a decisão final dependerá de uma reunião convocada pela Assembleia Nacional para reconsiderar uma votação sobre reformas legais que visam reduzir as dimensões da máquina pública.

“Estávamos avaliando. Ainda não foi tomada uma decisão. Nossa bancada tem a obrigação de ser coerente com o projeto. Desta maneira não é possível fazer política, e menos ainda um projeto de transformações”, disse a ministra, depois de uma reunião com o presidente, parlamentares e funcionários do governo. 

Luis Nassif

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