Produtora de Ivermectina bancou anúncios de defesa do ‘tratamento precoce’ contra a Covid-19 em jornais da grande mídia

A Vitamedic pagou R$ 217.295,05 em anúncio nos jornais Zero Hora e O Globo, além de R$ 78.080,62 para a Folha de S. Paulo

Bolsonaro mostra uma caixinha de Hidroxicloroquina. Foto: Carolina Antunes/PR

Jornal GGN – A farmacêutica Vitamedic, uma das maiores produtoras de Ivermectina no Brasil, pagou cerca de R$ 300 mil para publicação de anúncios em veículos da grande mídia, por meio da Associação Médicos pelo Brasil, em defesa do tratamento precoce contra a Covid-19, que consiste no uso de medicamentos – como a cloroquina, a própria ivermectina, zinco e vitamina D – sem eficácia sobre a doença. A informação, em posse da Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) da Pandemia, foi publicada neste sábado, 17, no jornal Folha de S. Paulo. 

De acordo com a reportagem, a farmacêutica pagou R$ 217.295,05 em anúncio nos jornais Zero Hora e O Globo, além de R$ 78.080,62 para a própria Folha. As peças publicitárias, no entanto, tinham como autor apenas o grupo Médicos pela Vida.

Os dados, enviados à CPI da pandemia, apontam que a Vitamedic aumentou a venda de caixas do medicamento em 1.230%, passando de 5,7 milhões em 2019 para 75,8 milhões em 2020.

Sendo assim, o financiamento da campanha pela farmacêutica pode configurar conflito de interesses, segundo o Código de Ética Médica.

Vale ressaltar, que o tal tratamento precoce sempre foi defendido por Jair Bolsonaro (CPI) no enfrentamento da pandemia, mesmo após manifestações contrárias da comunidade científica. Hoje, esse é um dos temas centrais investigados pela CPI da Pandemia.

Redação

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