Primeiros testes com fosfoetalonamina devem ficar prontos em 7 meses

Da Agência Brasil

A fosfoetanolamina, substância que vem criando polêmica nos últimos meses por ter sido anunciada como cura para o câncer, terá sua primeira fase de testes pré-clínicos – aqueles feitos em cobaias, antes de a substância ser usada em humanos – concluída em sete meses.

O anúncio foi feito hoje pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Celso Pansera, que explicou que os testes serão feitos a partir de duas amostras da molécula. Uma, que será requisitada à Universidade de São Paulo (USP), e outra, que será manufaturada com base na descrição do composto registrado no pedido de patente apresentado ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).Segundo o MCTI, depois da primeira etapa de análises, estão previstas as fases seguintes do estudo em humanos.
 
O composto gerou controvérsia após sua distribuição ter sido aprovada, por decisão judicial, para alguns pacientes em tratamento contra o câncer. No último dia 12, no entanto, o Tribunal de Justiça de São Paulo proibiu o fornecimento da substância, mas os debates em torno da eficácia da substância continuam.

 
“Existe uma polêmica provocada por decisões judiciais no sentido de mandar a Universidade de São Paulo distribuir essa molécula. Não existe informação, por parte da Anvisa, nem de nenhum outro órgão, que certifique o uso desse remédio no Brasil ou no mundo; não há ninguém que tenha certificado essa molécula como remédio de combate a doença”, afirmou hoje o ministro Pansera, em entrevista coletiva.
 
A molécula foi sintetizada pela equipe de pesquisadores chefiada por Gilberto Chierice, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo, em São Carlos, há cerca de 20 anos, e ficou conhecida nas redes sociais como “pilula do câncer”. Isso ocorreu antes de a sbstância ter passado oficialmente pelas etapas de pesquisa exigidas pela legislação, que prevê uma série de estudos antes de um medicamento ser usado por seres humanos.
 
O MCTI já disponibilizou R$ 2 milhões para a síntese da droga e para o início das pesquisas. A estimativa é que, nos próximos anos, sejam gastos, aproximadamente, R$ 10 milhões na pesquisa.
 
Em nota publicada no dia 13 de outubro de 2015, a Universidade de São Paulo informou que “por liminares judiciais”, foi obrigada a fornecer o produto, mas esclareceu que, em respeito aos doentes e seus familiares, informou que a substância não é remédio.
 
Segundo a USP, a fosfoetanolamina foi estudada como um produto químico e não existe demonstração cabal de que tenha ação efetiva contra a doença. “A USP não desenvolveu estudos sobre a ação do produto nos seres vivos, muito menos estudos clínicos controlados em humanos. Não há registro e autorização de uso dessa substância pela Anvisa e, portanto, ela não pode ser classificada como medicamento, tanto que não tem bula”, diz a nota.
 
Em audiência no Senado, em outubro, os donos da patente concordaram em cumprir as exigências científicas para determinar a eficácia da droga e também participam do grupo composto por representantes do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o apoio do Instituto Nacional do Câncer e da Fiocruz.
Redação

8 Comentários

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  1. E a conta?

    Acho que vai ser um aprendizado. Isso aí não vai funcionar (infelizmente), e para esse dinheiro não ser de todo perdido deve-se usar o episódio como um gancho para melhorar a educação científica da nossa sociedade. Se cada maluco que diz ter a cura do Câncer puder fazer esse tipo lobbie na imprensa e no judiciário cientificamente quase analfabetos não vai sobrar dinheiro para  mais nada.

    1. Se gasta muito mais com

      Se gasta muito mais com remédios inúteis que não curam nada, apenas prolongam o sofrimento do doente. 10 milhões é troco de pinga.

      1. Supondo que se gastem

        Supondo que se gastem realmente milhões com remédios inúteis ( o que por sí só já é assunto para uma longa discussão) isso seria motivo então para gastos adicionais com base em opiniões pessoais?

  2. A bem da verdade, a

    A bem da verdade, a fosfoetanolamina já foi testada em humanos, e com sucesso. Basta vermos as declarações de todos que se serviram da química e hoje choram por não poderem prosseguir usando. Até no Conresso uma mulher deu um depoimento chocante, chorando muito, enquanto relatava sua infelicidade antes e sua alegria depois de usar a droga. Vários programas de televisão já levaram pessoas a declararem suas experiências, todas com resultados muito convincentes. Uma diz que vivia dopada de tanto tomar analgésicos para as dores – incluindo morfina -, e que com o produto nunca mais precisou de analgésicos; outra diz que de cadeirante passou a usar muletas, e agora está andando e se locomovendo sem maiores problemas,etc. E não são pessoas sem estudo, ignorantes, que estão dando depoimentos sobre a eficácia do “remédio”. Essas declaarações são importantes, como tem muita importância ninguém ter aparecido na mídia pra pôr desfazer dessas pessoas. 

    O químico, inventor da droga, declara que não tem interesse lucrativo. O que ele deseja é ver as pessoas curadas sem gastar tanto dinheiro, ou que pelo menos possam ter melhor qualidade de vida.

    Tomara que o Brasil não faça com esse episódio o que foi feito com o inventor do BINA, residente em Brasília, que viu sua obra ser patenteada por estrangeiros, que hoje tem o nome de Idntificador de Chamadas. 

    1. Amigo, seu texto so me fez

      Amigo, seu texto so me fez consolidar minha visão sobre a falta geral de de cultura científica….se esquecermos os preconceitos, o seu raciocínio é o mesmo dos que acreditam nas curas milagrosas dos evangélicos após o afastamento dos demônios…basta ligar as TVs na madrugada e conferir.

      1. Curas sao DO CU MEN TA VEIS.

        Curas sao DO CU MEN TA VEIS.  Eh isso que ta faltando nesse caso ainda, mesmo depois de 20 anos.  Comparar confianca no futuro de um remedio com fe evangelica eh, no minimo, ma fe -como tambem foi seu comentario previo. Ela confiar nao pode mas voce desconfiar pode:  isso nao eh ciencia.

  3. Enquanto isso…

    Desde 2011 aguarda-se a aprovaçao da ANVISA, do medicamento JAKAVI  já usado nos Estados Unidos e Europa para evitar a progressão da doença mielofibrose. Para importar, sai por 7.000 dólares ( 56 comprimidos ).Quantas brasileiros já morreram impedidos de usar o medicamento? Com a palavra a AVISA.

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