Novo método de ensino melhora habilidades matemáticas em jovens

Jornal GGN – Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual da Flórida, nos EUA, envolvendo mais de 5.000 estudantes do jardim da infância e primário constatou que a abordagem de ensino tradicional é menos eficaz que em ocasiões quando os alunos apresentam suas próprias estratégias de resolução de problemas. Na prática, o estudo mostrou que as tentativas próprias de aprendizagem geram resultado melhor que as formas direcionadas de ensino.

Segundo os pesquisadores, a chamada “avaliação formativa”, quando os alunos são deixados livres para tentar resolver problemas por conta própria, aumentou o domínio de conceitos fundamentais de matemática. Os resultados corroboram os dados de dois projetos de ensino que avaliaram, anteriormente, as duas formas de aprendizado.

“Testes de campo aleatórios mostraram que os alunos de terceiro ano que eram submetidos ao tipo de aprendizado não convencional estavam bem à frente de outros estudantes ensinados por professores que usam abordagens mais tradicionais”, afirma Laura Lang, uma das pesquisadoras envolvidas no estudo. A técnica foi desenvolvida por pesquisadores do Centro da Flórida para a Pesquisa em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, que recebeu cerca de 2,9 milhões de dólares em fundos para o desenvolvimento do projeto.

Os estudos foram realizados em parceria com 31 escolas e 301 professores divididos em três distritos da Flórida, entre zona urbana e rural. As escolas foram escolhidas aleatoriamente. “No jardim de infância, podemos sugerir que os alunos aprenderam a uma taxa equivalente a um acréscimo de seis semanas de instrução. No primeiro ano, os ganhos foram ainda maiores: dois meses de aulas extra. Era como se nós estendêssemos o ano letivo sem realmente acrescentar nem um dia a mais”, exemplifica Lang.

Ensino otimizado

Segundo os pesquisadores, a nova abordagem permite que os professores possam atender melhor as necessidades educacionais de cada criança, além de evitar reter aqueles que já estão prontos para avançar, otimizando de forma eficiente os que ainda estão com mais dificuldades de aprendizado. Para Lang, esse cenário contrasta “fortemente” com a prática corrente em muitas salas de aula elementares.

“Com base em nossas observações em sala de aula ao longo dos últimos quatro anos, os professores geralmente dependem muito de um livro de matemática para orientar o planejamento de instrução no dia- a-dia, e muitas vezes proporcionam um retorno aos alunos apenas quando as respostas estão corretas. Já na avaliação formativa, além das tarefas de matemática, os professores pedem que o aluno explique seu raciocínio para chegar às respostas. Assim, os professores ficam mais preparados para identificar equívocos, determinar lacunas de compreensão e ajustar o ensino de acordo com a necessidade”, diz a pesquisadora.

Com informações do Phys.org

Redação

13 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Aprender a se dedicar

    Caro Nassif e demais

    Quando vejo notícias sobre educação, me arrepia, não existe e nunca existirá aprendizado sem dedicação.Paulo Freire que o diga.

    Saudações

    Saudações

  2. Todo mundo que já leu Piaget sabe disso…

    Ou Emília Ferrero, ou qualquer pedagogo decente. Crianças nao sao folhas em branco onde um professor deposite conhecimentos, sao seres pensantes que fazem hipóteses sobre os fenômenos com que lidam. Ensinar é diagnosticar que hipóteses os alunos estao fazendo e se as as hipóteses feitas estao atrapalhando. E nesse caso a soluçao nao é “ensinar o certo”, mas sim confrontar as crianças com casos em que as hipóteses delas nao funcionam, e direcioná-las às hipóteses corretas. 

      1. Nao é o mesmo… Para Sócrates, conhecimentos “já estavam lá”

        Nao é uma questao de desencavar um conhecimento prévio, mas sim de que as crianças CONSTROEM o seu conhecimento. 

      2. E eu querendo cobrar

        E eu querendo cobrar royalties

         

        seg, 02/08/2010 – 12:36 — Gão

            Eu acho o sistema aqui completamente invertido, estimulando comodismo do aluno. Me falaram que nos EUA é um pouco diferente, não tem essa história de “Matéria Dada”,o aluno já tem que ir pra aula tendo estudado o asunto daquele dia, não sei se é verdade. Mas acho que é por aí, aqui se o estudante fala que a matéria não foi dada, tem desculpa pra tirar zero e anular a nota, a matéria tem que ser discutida , não dada,  pra mim teira que se inverter todo o processo:

         1) O aluno é informado do assunto da aula seguinte

         2) O aluno estuda/pesquisa por seu livro ou outro material

         3) Antes da aula o aluno faz um pequeno teste obrigatório(talvez em casa mesmo), mas sem nota, se não fizer ou zerar fica com pontos negativos

         4) O professor começa a aula depois de corrigir o teste e ciente das dúvidas,lacunas e conclusões erradas que os alunos têm sobre o assunto. A partir daí ele desenvolve sua “palestra” e cita e corrige as respostas erradas ao longo da aula(sem citar alunos).

          Assim o aluno já termina a aula com muitas duvidas esclarecidas e ja passou por teste e ,digamos , “aula de recuperação”. claro que ele sai dali bem mais preparado para o teste definiotivo.

           Também acho que devemos sair da idade da pedra do esquema livro/caderno/quadro negro, aonde estão video-games educativos ? softwares de física/quimica interativos ? videos da “tv escola como parte do material didático” ? uso da internet de forma corriqueira ? será que estamos em 2010 ou 1800 ?

  3. Reportagem capenga

    Ô reportagenzinha capenga!

    Chuparam o conteúdo de matéria vendida por alguma grande agência e transplantaram como se fosse coisa natural e universal.

    O jornalismo científico brasileiro, quando se atreve a brincar no campo das Humanas, é verdadeiramente indigente.

    Simplesmente faltam informações sobre todos os contextos: o contexto educativo norte-americano que especifica o que são e como são lá as tais “formas direcionadas de ensino”; e o contexto da tal “avaliação formativa”, ou seja, em que ela difere, como e por que modos, das tais “formas direcionadas”.

    O resultado é que o artigo, do jeito como foi empacotado e disparado, não faz outra coisa que naturalizar referências norte-americanas que os leitores desavisados não sabem sequer quais são.

    Aí fica tudo especulativo demais, ou seja, vira mero sensacionalismo sem estofo.

    1. tipo

      “formas direcionadas de ensino”

      É apresentado ao aluno o problema e o método de resolução devidamente explicado pelo professor

      “avaliação formativa”

      É apresentado o problema somente, o aluno que pesquise e encontre o método e demonstre este ao professor.

  4. 10 métodos fáceis de aprender matemática em 1 minuto sem esforço

    Doutora em matemática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, com pós-doutorado pela Université de Paris, Suely Druck é professora da Universidade Federal Fluminense (UFF).

    Idealizadora e atual diretora acadêmica da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas(OBMEP), ela integra o Conselho Técnico-Científico de Educação Básica da Capes, o Comitê de Planejamento em Educação Matemática (ICSU-LAC) e o Conselho Diretor da Sociedade Brasileira de Matemática. Exerceu o cargo de presidente da Sociedade Brasileira de Matemática por dois mandatos.

    Leia abaixo a entrevista de Suely Druck ao Jornal do Professor.

    Jornal do Professor – A matemática é uma disciplina muito temida, motivo de pânico entre muitos alunos. Ela é mesmo difícil? A que se deve essa má fama?

    Suely Druck – Deve ficar claro que o problema com a matemática é universal e não é uma questão só brasileira. Não há nada de errado com nossas crianças, a matemática é a disciplina mais temida em todo o mundo. A matemática se distingue de outras disciplinas por três aspectos, que talvez a tornem mais difícil. Primeiro ela demanda atenção e concentração, o que não é muito fácil com crianças, é preciso aulas interessantes que desafiem a inteligência das crianças e agucem sua curiosidade – isso não está acontecendo em muitas salas de aula. Em segundo lugar, a matemática é sequencial, principalmente do 1º ao 9º ano (1ª a 8ª série), assim um assunto que não foi bem aprendido cria dificuldades para o aprendizado de assuntos posteriores. Em terceiro lugar, a matemática é a única ciência que as crianças têm que compreender sua teoria desde a mais tenra infância: por exemplo, elas devem entender aos seis anos o sistema decimal, senão não vão aprender a contar, que é uma das primeiras atividades matemáticas que as crianças desenvolvem. Por esses três aspectos deve haver atenção especial ao ensiná-la.

    JP – Desde que começou a participar do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), no ano 2000, a situação do Brasil teve uma pequena melhora na área da matemática: o índice de 334 passou para 370 em 2006. Mesmo assim, entre 57 países avaliados, nosso país ocupa a 53ª posição em matemática. Qual a razão desse baixo desempenho?

    SD – Os motivos são vários, a começar pela situação dos professores; em geral mal preparados, mal remunerados e trabalhando em condições que em nada motivam a boa qualidade. Quando me voltei para a questão do ensino escolar, fiquei realmente muito chocada com o isolamento acadêmico que vivem nossos professores. Por outro lado não há um esclarecimento aos jovens de que uma boa formação em matemática é um valor e pode fazer uma enorme diferença em suas vidas. Como optar por carreiras científicas e tecnológicas, se a maioria hoje tem base matemática? Como eles podem ser partícipes do desenvolvimento científico e tecnológico do país sem saber matemática? O país precisa dizer aos seus jovens que precisa que eles estudem matemática, sentir que através da matemática eles podem se inserir num projeto nacional de desenvolvimento já seria uma grande motivação.

    JP – Qual a solução para esse problema?

    SD – Projetos nacionais que impactem e distingam a matemática, como por exemplo a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, que em 2009 teve mais de 19 milhões de alunos inscritos. Qual seria um projeto similar para os professores de matemática? Como estancar o derrame de professores mal formados no mercado escolar? Como motivar bons alunos a seguir o magistério em matemática? Porque as escolas federais são de boa qualidade, e isso não ocorre com grande maioria das escolas municipais e estaduais? Essas e outras perguntas precisam de respostas urgentes. O MEC tem tomado boas iniciativas, mas os resultados ainda vão demorar, em educação quase tudo é a médio ou longo prazo. Acredito que projetos de grande impacto podem acelerar os resultados – existem bons exemplos disso em nosso país.

    JP – A pesquisa acadêmica brasileira na área de matemática tem reconhecimento internacional. A que se pode atribuir isso?

    SD – A pesquisa em matemática no Brasil foi criada com exigências de excelência na formação e atuação de seus pesquisadores; e essa exigência se mantém até hoje – os comitês de matemática nas agências de fomento são conhecidos por seu alto nível de exigência. Isso garantiu e garante até hoje a boa qualidade da pesquisa em matemática no Brasil, que nos levou a ser promovidos ao Grupo IV – o segundo em excelência internacional na área de pesquisa – pela International Math Union. Para mim, foi um privilégio ser a presidente da Sociedade Brasileira de Matemática por ocasião dessa promoção.

    JP – Que tipo de cooperação as universidades e instituições de pesquisa podem oferecer às escolas de ensino fundamental e médio, no sentido de disseminar o conhecimento da matemática?

    SD – Acredito que somente as universidades públicas serão capazes de resolver o problema do ensino da matemática na rede escolar. Elas detêm o conhecimento que precisa ser repassado ao ensino médio e fundamental, e são as únicas instituições em condições para isso. Já existem boas iniciativas em várias dessas universidades – bons cursos de licenciatura e de aprimoramento de professores, mas ainda é um trabalho bastante restrito frente à demanda do país. Os institutos de pesquisa obviamente também detêm o conhecimento matemático, mas por sua própria natureza têm atuação mais restrita nessa área. Por outro lado eles podem colaborar também, principalmente concedendo sua chancela a iniciativas de excelência e colaborando na divulgação da matemática em nível de iniciação científica.

    JP – Como se deve ensinar matemática? Existe um segredo para o ensino desta disciplina ou ela é fácil de ensinada?

    SD – Em primeiríssimo lugar, conhecendo-a profundamente, sua teoria, aplicações e técnicas. Somente assim será possível ensiná-la de modo interessante, desafiador e que desperte a curiosidade das crianças. Um professor deve conhecê-la tão bem que seja capaz de abordar o mesmo tópico de várias maneiras diferentes, para alunos com perfis diferentes. Para as crianças, acredito que conhecimentos pedagógicos são uma boa ferramenta, mas em nível de graduação eles já não têm tanta importância. O segredo de ensinar bem a matemática é conhecê-la muito bem, é gostar de desafiar os alunos, é vibrar quando eles apresentam boas soluções, é gostar de resolver problemas e entender que esse é o papel principal da matemática, é saber para que ela serve no contexto de desenvolvimento científico e como ela pode ser utilizada para o bem estar dos cidadãos, e finalmente o mais importante: é gostar MUITO de matemática.

    JP – Como a senhora avalia o ensino da matemática no Brasil (tanto no ensino básico quanto na graduação)?

    SD – No ensino básico o ensino da matemática é sofrível em geral, exceção feita às escolas federais que fazem um ótimo trabalho e a poucas escolas particulares, fora isso há poucas outras exceções. Infelizmente essa situação vem condenando milhões de jovens brasileiros a não ter nem poder sonhar com um futuro interessante e produtivo para ele e para o nosso país. Na graduação a situação é similar, a grande maioria dos professores de matemática está sendo formada em faculdades particulares em sua maioria de baixa qualidade acadêmica. Já as universidades públicas vêm fazendo um bom trabalho na graduação em matemática. No entanto, não podemos ser pessimistas, essa situação pode ser mudada. É preciso que nos empenhemos com competência e que tenhamos a excelência como meta e valor principal na educação. É também importante que saibamos distinguir aqueles que querem a mudança e que estão dispostos a trabalhar por ela; eles são muitos, mas não são todos.

    JP – Que análise a senhora faz do ensino da matemática em outros países, comparativamente com o Brasil?

    SD – A situação de inferioridade do ensino da matemática no Brasil frente a países que têm boa educação pública vem sendo amplamente divulgada em nossa imprensa, há pouco a acrescentar. Sabemos que a situação é grave e precisa urgentemente ser mudada se tivermos a pretensão de nos incluir dentre os países que oferecem um bom nível de vida a seus cidadãos. Sem matemática não há cidadania.

    1. Bons alunos só escolherao o magistério se forem masoquistas

      Com as condiçoes salariais e de trabalho dos professores, quem pode fugir do magistério foge. 

    2.  
      Parfor/Capes paga, para

       

      Parfor/Capes paga, para docente de pública,  por curso cerca de R$  4.500,00  como bolsa, portanto, limpíssimo, livre de qualquer imposto, e quando há deslocamento:  diárias, passagens, hospedagem e comida. Obviamente, dependendo das amizades ministra quantas disciplinas for possível no ano.

       Na maioria das vezes cada curso é com duas semanas de aulas, quando o degenerado total ainda não é  isso, i.e., achar  ser possível qualificar ensino desse jeito, pois há caso que não havia  nada, e contra o nada qualquer coisa ganha,  mas  o demandado do sistema geral: ter que ficar calado ou apenas elogiar, se não quiser ficar sem esse ganho. Ou seja,  só se pode dizer para todos que isso é fabuloso, permite uma formação maravilhosa e que é trabalho de primeiro mundo.

       

       

  5. pode ser genético

     

     SEM HABILIDADE COM NÚMEROS, Junia Oliveira, O Estado de Minas, 08/06/2010

     

    Fonte: http://wwo.uai.com.br/EM/html/sessao_18/2010/06/08/interna_noticia,id_sessao=18&id_noticia=141062/interna_noticia.shtml

     

    Consta em relatos disto em:                    

    http://www.exkola.com.br/scripts/noticia.php?id=34579041

    http://blog.opovo.com.br/educacao/sem-habilidade-com-numeros/

    http://isaude.net/z9h8, europsicologia e genética decrifram causas e

    consequências da discalculia,  Saúde Pública

    http://vghaase.blogspot.com/, acesso,  ag/10

    http://discalculialnd.blogspot.com/,   acesso,  ag/10

    – Decifrando uma incógnita, http://www.ufmg.br/boletim/bol1698/4.shtml,  acesso,  ag/10

    – Pesquisa dos Laboratórios de Neuropsicologia e de Genética da UFMG pode ajudar a desvendar causas e consequências da discalculia, 7 de junho de 2010

    http://www.ufmg.br/online/arquivos/015678.shtml

    – Neuropsicologia e genética decrifram causas e consequências da discalculia,

    ISaúde.Net, Saúde Pública, http://isaude.net/z9h8, acesso ag/10

     

     Doença que dificulta aprendizado de matemática é alvo de especialistas

     

    http://saude.ig.com.br/minhasaude/doenca+que+dificulta+aprendizado+de+matematica+e+alvo+de+especialistas/n1597074737032.html

     

     

  6. ‘AVANÇO’ PROPOSTO PELOS

    ‘AVANÇO’ PROPOSTO PELOS ESTADOS É POUCO, DIZEM PROFESSORES

    Folha Online, DE BRASÍLIA , 23/09/2013

    www1.folha.uol.com.br/educacao/2013/09/1345980-avanco-proposto-pelos-estados-e-pouco-dizem-professores.shtml, acesso set/13

     

     

    GOVERNADORES SE UNEM POR REAJUSTE MENOR DO PISO DE DOCENTES , Flávia Foreque,  de Brasília,  Folha Online, 23/09/2013

    http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2013/09/1345978-governadores-se-unem-por-reajuste-menor-do-piso-nacional-do-professor.shtml

     

     

     

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador