Jornal GGN – Depois de ter participado do movimento “BolsoDoria”, posar para fotos junto ao então polêmico candidato à Presidência, ter conquistados redutos eleitorais por anunciar seu apoio a Jair Bolsonaro, o governador eleito João Doria Jr. fez críticas ao mandatário, disse não ser “bolsonarista” e negou ter sido oportunista nas eleições passadas.
“Eu não sou bolsonarista. Eu não criei o ‘BolsoDoria’. O movimento nasceu no interior [de São Paulo], espontaneamente. Mas eu incorporei. (…) E naquela circunstância, na qual enfrentávamos todos os partidos de esquerda juntos, todos faziam campanha contra mim, e numa campanha, qual era o meu caminho senão estar ao lado daqueles que advogavam com Jair Bolsonaro?”, admitiu, contraditoriamente, em entrevista à Globo News, na noite desta quarta (02).
O questionamento surge porque aumenta a suspeita de que Doria será um dos candidatos às eleições presidenciais em 2022. Depois de ter sido prefeito de São Paulo e hoje governador, analistas apontam que o empresário deve querer a disputa em três anos mais. Sem negar a possibilidade, apenas se esquivou: “Não é hora de falar disso, não é momento de discutir eleições de 2022, três anos e meio antes da eleição.”
Se antes o então prefeito e então candidato a governador mostrava-se alinhado às ideias de Bolsonaro, agora, dispara críticas contra o que ele discorda do governo do mandatário do PSL. Uma delas é a indicação do filho Eduardo Bolsonaro à Embaixada do Brasil em Washington (EUA).
“Moralmente, não me parece adequado que o filho de um presidente da República seja indicado para uma embaixada. Isso não é positivo. Você confunde o tema familiar com o diplomático. Ainda que fosse alguém que soubesse o inglês corretamente, que tivesse curso em Harvard, que tivesse vivência, competência, ainda assim, eu diria não”, criticou.
Por outro lado, defende medidas de sua gestão no estado similares às políticas de Bolsonaro, como a bandeira do aumento da segurança contra a criminalidade. Doria diz que São Paulo é hoje “o estado mais seguro do Brasil”. “Se você fala isso [da insegurança] de São Paulo, imagina em outras capitais —não vou me referir a quais—, você certamente teria surtos. São Paulo é o estado mais seguro, São Paulo é a capital mais segura. Melhorou muito”, disse ao se dirigir ao jornalista da Globo News, sem especificar a fonte de onde usou essa informação.
Também se posiciona de maneira similar quando o tema é LGBTs. Foi Doria quem ordenou a retirada de material das escolas que tratava de identidade de gênero, mas negou que o episódio seja comparável à determinação de Crivella no Rio, ao censurar o HQ dos Vingadores pelo beijo entre dois jovens em uma das imagens do livro juvenil.
“Não proibimos, apenas, especificamente, um capítulo dessa cartilha estava em desacordo com o Estatuto da Educação de São Paulo. Mandamos recolher a cartilha. Dialogamos com o professorado, com Tribunal de Justiça, Ministério Público e a Defensoria Pública também. Estabelecemos um texto adicional encartado nessa cartilha e foi redistribuída. Não foi preciso judicializar, tentou se justificar.
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A campanha para 2022 já começou, Doria, Witzel e o próprio Bolsonaro. Eles devem pensar, se Bolsonaro conseguiu porque não eu?
Bolsonarista ele pode até não ser,mas posso afirmar peremptoriamente que ele não passa de um grande espertalhão.Geraldo Alckmin,uma besta quadrada segundo o Papai,que o diga.