Economista de Bolsonaro defende “nova CPMF”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Contradição: Enquanto isso, o próprio presidenciável defendeu o contrário de Paulo Guedes nas redes sociais: “Chega de impostos é o nosso lema!”
 

Foto: Reprodução
 
Jornal GGN – O economista Paulo Guedes, já anunciado como o ministro da Fazenda de um possível governo de Jair Bolsonaro (PSL), defendeu recriar um imposto semelhante à antiga CPMF, caso o deputado da extrema direita vença as eleições à Presidência da República.
 
A ideia do economista havia sido aventada ainda no final do governo da então presidente Dilma Rousseff (PT) como uma solução para a crise no Orçamento público, mas a proposta foi abandonada por falta de apoio no Congresso.
 
A proposta, ainda, poderá gerar conflito com o próprio presidenciável Jair Bolsonaro, que em sua rede social defendeu o oposto a eleitores: “Chega de impostos é o nosso lema!”, publicou, no Twitter. 
 
Enquanto Bolsonaro segue internado, o candidato a vice, o general do Exército, Hamilton Mourão, havia também se manifestado contra uma eventual CPMF. Em agenda no interior de São Paulo, em Bauru, Mourão disse que é contra a criação de imposto e que isso seria “dar um tiro no pé”. 
 
Entretanto, disse que o tema deve ser respondido pelo próprio candidato ao Planalto, Jair Bolsonaro, e seu economista cotado a pasta da Fazenda.
 
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, essa “nova CPMF” seria usada para financiar o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), incidindo sobre a movimentação financeira, por meio de uma alíquota única do Imposto de Renda de 20% para pessoas físicas e jurídicas, e aplicar a mesma porcentagem nos tributos de distribuição de lucros e dividendos.
 
As informações foram defendidas por Guedes em um encontro realizado pela GPS Investimentos, junto a uma plateia restrita de investidores. O projeto que teria o nome de Contribuição Previdenciária (CP) teria sido ideia do economista Marcos Cintra, com quem Paulo Guedes afirmou estar trabalhando em conjunto para propostas para uma reforma tributária.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. E a cara nem fica vermelha…

    Hoje, a menor alíquota de IR é de 7,5% e a maior é de 27,5%. Ou seja, com uma alíquota única de 20%, quem ganha menos vai ter um aumento de 12,5 p.p. no imposto e quem ganha mais vai ter uma redução de 7,5 p.p.

  2. Quem manda é o Sr. Paulo

    Quem manda é o Sr. Paulo Guedes. Basta lembrar da votação da famigerada PEC do teto, quando Bolsonaro fez um discurso veemente CONTRA a medida (gravando vídeo que está disponível), e na hora votou A FAVOR, a mando do seu controlador (voto disponível no site da Câmara). É um candidato muito fraco e manipulado, cheio de contradições.

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