Projeto de creches que Crivella quer copiar de BH beneficia Odebrecht, por Marcelo Auler

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Propaganda da Parceria Público Privada  feita entre uma empresa do Grupo Odebrecht e a prefeitura de Belo Horizonte.

Propaganda da Parceria Público Privada feita entre uma empresa do Grupo Odebrecht e a prefeitura de Belo Horizonte.

Projeto de creches que Crivella quer copiar de BH beneficia Odebrecht

por Marcelo Auler

O projeto de ensino infantil que Marcelo Crivella, candidato do PRB à Prefeitura do Rio de Janeiro, pretende importar para o município é uma experiência lançada em 2012 em Belo Horizonte, pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB), e vem sendo criticado pelos educadores mineiros, segundo os quais a única beneficiada é a INOVA BH, empresa da Odebrecht Properties. Por este contrato, a prefeitura se comprometeu a pagar uma contrapartida mensal de R$ 3,9 milhões à empresa que construirá e fará toda a manutenção de 51 escolas, sendo 46 Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs) e cinco Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefes).

Ao todo, a valores de hoje não corrigidos, a INOVA BH receberá do governo municipal de BH ao longo dos próximos 20 anos – prazo inicial de duração do contrato – R$ 940 milhões pela construção e manutenção destas escolas, a valores de junho de 2014. Um projeto do Governo Federal garante aos municípios R$ 1,8 milhões para a construção de cada creche.OU seja, com cada mensalidade paga  pela prefeitura de BH, seria possível construir duas creches nos moldes da financiada pela União aos municípios.

Trata-se da Primeira Parceria Público Privada (PPP) na área de Educação do Brasil. Curiosamente, Sérgio Luis Neves, diretor superintendente da Odebrecht que assinou o contrato inicial, em junho de 2012, foi preso na 26ª Fase da Lava Jato – Operação Xepa, em 22 de junho passado.A prisão não tem ligação com este projeto em si. 

Assinatura do diretor-da Odebrecht, Sérgio Luiz Neves, preso na Lava Jato.

Assinatura do diretor-da Odebrecht, Sérgio Luiz Neves, preso na Lava Jato.

Foi na Operação Xepa que a polícia Federal localizou uma lista, em posse do executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa, com nomes de mais de 200 políticos, de 18 diferentes partidos. A lista vem sendo mantida em segredo de Justiça pelo juiz Sérgio Moro.

Segundo os jornalistas Tiago Dantas, Cleide Carvalho e Renato Onofre divulgaram, em 23 de junho passado na reportagem PF apreende planilhas da Odebrecht com valores a políticos, “em uma anotação encontrada com o executivo mostra um suposto controle de doação para a campanha a prefeitura de Belo Horizonte, em 2012. Nela é possível ver três iniciais “ML(PSB)”, “PA(PT)” e “MC (PT)”. “ML” seria o prefeito da capital mineira Márcio Lacerda, que disputava a reeleição naquele ano, já “PA” seria Patrus Ananias, candidato derrotado do PT. E “MC” seria o deputado federal Miguel Corrêa, que seria o candidato a vice na chapa de Lacerda naquela eleição, mas desistiu da eleição para apoiar Ananias.

Em frente de cada inicial, a indicação de valores que podem ter sido repassados a eles. Numa das colunas, denominada de “oficial”, há os valores de 700 para “ML”, 700 para “PA” e 500 para “MC”. Além disso, há uma referência de um segundo repasse a “ML” no valor de 2.300. Os investigadores da Lava-Jato analisam se os repasses foram legais ou não.

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