Fase midiática na questão nuclear do Iran

Observando o pouco visível II

A questão nuclear do Iran (perdão*) tem ido e vindo, quatro anos há, de forma cambiante e, nos últimos dias, assumiu caráter mais midiático, na forma do escândalo quanto ao apedrejamento de uma mulher. Está surgindo também outra lapidação de um homossexual e, observo, outros casos haverão de segui-los, enquanto as forças americanas estiverem imprudentemente distendidas demais para uma intervenção segura, será a fase de preparação da opinião pública.

Há alguns dias, Obama anunciou plano de desocupação do Iraq ue de forma cabal e o que Obama pode decidir limita-se à estrutura de poder em marcha nos EUA, independente de quem esteja na presidência. Hesitação do Barack, nesses assuntos, será a retomada dos republicanos de forma mais raivosa, caso estes sejam brindados com algo semelhante às torres do WTC (não necessariamente ato de terror).

Mas, ao contrário de outras épocas quando os impérios podem se rearranjar de forma mais livre, hoje a China é um entrave ao manobrar altaneiro da águia. Há um paralelo possível entre o que pode ocorrer agora e a crise do Canal de Suez de 1956, quando o imperialismo ‘zumbi’ dos Britânicos foi abatido pela nascente hegemonia americana num evento onde imperialismo, comércio, economia e controle do petróleo participaram como ingredientes para o desenlace. Então, como agora, Israel, implícita ou explicitamente, tem papel relevantíssimo. É inevitável? A China o dirá no preço que apresentar aos EUA, mas há algo no caráter chinês que o acossa a voltar-se para dentro em questões deste vulto. De qualquer forma, a capacidade de Pequim de chamar às falas o tesouro americano nos ‘papéis’ será decisiva.

Até aqui, tudo muito visível…

Mas sobre o aspecto da alma humana, entendida esta como o repositório das experiências mais profundas da psique, a divindade que se revela no deserto (Moisés, Jesus no jejum e Maomé), poderia ser diagnosticada como na iminência de um surto esquizofrênico, dilacerada, pela primeira vez, de forma tripartite. Nas Cruzadas e nas perseguições anti-semitas, apenas duas emanações concorriam.

Tomando aqui a divindade e a ideia religiosa estritamente como manifestações da alma humana, percebe-se uma profunda crise nos alicerces da civilização ocidental, onde um chamado de união advinda da mensagem comum de Abraão não parece surtir qualquer efeito. Pelo menos não por bem…

Receita para a decadência: “Uma casa dividida contra si mesma não subsitirá”

Pedro Salazar

TimeWarnerEl

* Não poder haver, em português, palavras terminadas em ‘n’ assume importância secundária aqui – estética, entre outras.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador