Inflação, deflação e seus fantasmas

Jornal GGN O índice oficial de inflação, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), desacelerou para 0,46% em maio, acumulando alta de 3,33% no ano e 6,37% nos últimos 12 meses, segundo divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Inflação é a alta generalizada e contínua dos preços. Se o aumento ocorrer em apenas um bem não é inflação. O Brasil teve no passado (década s de 80 e 90) períodos inflacionários bastantes graves quando foram lançados diversos planos econômicos e outras medidas para estabilizar a economia.

Por ser um problema grave para a economia e seus fundamentos e, dado o histórico brasileiro, é um tema que desperta atenção, preocupação e interesse; além de gerar dúvidas.

 

Em um processo inflacionário a moeda perde valor; a pessoa adquire menos bens com a mesma quantidade de dinheiro. Se o aumento do preço for muito grande chama-se de hiperinflação. Neste momento, geralmente a perda do poder de compra da moeda faz com que as pessoas daquela economia deixem de usar sua moeda e a substitui por outra.

O aumento dos preços pode ocorrer quando há um excesso de demanda ou pouca oferta/baixo estoque, ou seja, quando aumenta a procura pelos bens e a oferta dos bens não acompanha este aumento e o volume de dinheiro na economia cresce mais que a produção.

A inflação pode ser causada também pelo aumento dos custos da economia (matéria-prima, insumos, salários, taxas de juros) e as empresas repassam para os preços dos produtos.

Foi adotado em 1999 o regime de metas inflacionárias que deveria ser perseguida com a política monetária. Hoje a meta é de 4,5% com margem de tolerância entre 2,5% e 6,5%. É por isso que a inflação acumulada nos últimos doze meses de 6,37% preocupa, porque está batendo no teto da meta. Obviamente, que está bem longe das taxas registradas  no período de 80 e 90, porque os fundamentos da economia são outros. Mas como saber qual a taxa ideal para uma inflação moderada e tolerável ou qual taxa é considerada hiperinflação. Por isso a autoridade monetária trabalha com metas e utiliza o aumento de juros para retirar o excesso de dinheiro em circulação, desacelerar a economia e fazer com que a demanda diminua.

Deflação

Já a deflação é o processo inverso que ocorre quando há uma queda generalizada e contínua dos preços. Neste processo podem-se adquirir cada vez mais bens com a mesma quantidade de dinheiro; os preços médios caem, isto é, a taxa fica negativa por vários meses.

Ela é diferente da desinflação. Esta última significa uma desaceleração ou redução no ritmo de alta de preços no processo inflacionário.

A deflação é ruim para a economia porque as empresas reduzem os preços para vender o produto como antes e muitas vezes eles ficam abaixo do custo. Desta forma o lucro e faturamento caem. Há queda na produção, redução dos salários, demissão de funcionários e pode levar a empresa à falência. Logo, a deflação também aumenta o desemprego.

E por que os preços caem? Eles caem quando não há demanda. O consumidor pode ficar na expectativa de que o preço continuará em queda e não consumir naquele momento.  Assim, haverá menos compras, os investimentos também cairão e a atividade econômica ficará retraída.

Se há uma expectativa negativa quanto ao futuro da economia as pessoas deixarão de consumidor e aumentarão a poupança. Do lado do governo, menos consumo somado à queda dos preços implica menos arrecadação. Consequentemente, a poupança do governo também cairá.

Neste processo, a autoridade monetária procura baixar os juros e facilitar o credito para estimular a economia. Foi o que aconteceu após a crise de 2008, quando Estados Unidos e Europa tomaram medidas para estimular o consumo e fazer a economia voltar a crescer. O objetivo era gerar inflação. O banco central americano utilizou o programa de recompra de títulos para inundar a economia de dinheiro, na Europa a taxa de juros caiu para 0,25% ao ano e no Japão houve emissão de moeda.

Tanto inflação quanto a deflação são ruins para a economia por isso os bancos centrais trabalham com um teto para a inflação e também um piso – aqui no Brasil é de 2,5%, significa que uma taxa abaixo disso será ruim para o país. 

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador