A maior façanha da história da humanidade

 

A comparação entre grandes proezas é extremamente difícil, dadas as diversidades que justificam cada uma delas.

Creio que ida do homem à lua, 50 anos atrás, venha sendo apresentada pelos meios de comunicação como resposta clichê para a pergunta: qual a maior proeza realizada pela humanidade?

Não se pode negar o inusitado de tal ação, nem a mirabolância técnica necessária para tal realização, especialmente em um passado já remoto, considerações que parecem garantir enorme destaque para a proeza.

Apesar disso, e da imensa propaganda em torno do fato – coisa que nos parece natural –, passados 50 anos, a façanha nos parece inútil, apenas um ato de exibicionismo, ainda que retumbante.

 

O grande salto para a humanidade revelado nos passos de Neil Armstrong, acabou não propiciando resultados compatíveis nem com a propaganda imensa, nem com os gastos que justificassem o feito.

 

Penso que a maior proeza da humanidade ocorreu em nossas terras, e mais recentemente que a outra, embora sem tanto alarde.

Penso que a maior façanha de toda a história da humanidade tenha sido a retirada de 36 milhões de pessoas da miséria, deixando-as passar a contar com refeições diárias, satisfação imensa, multiplicada por tantos, um feito épico…

36 milhões de brasileiros haviam sido excluídos de tudo. O mal era antigo, crônico, desses que parece que perdurarão para sempre, por terem sempre existido.

Foi Lula quem deu a essa multidão a possibilidade de se erguer, de se apresentar como gente, e não como farrapos esquálidos a definhar por todas as carências.

E não foi este o crime de Lula? Estaria ele sendo julgado se tivesse, como todos os outros governantes, deixado os desgraçados ao léu?

 

Retirar 36 milhões de pessoas da miséria, permitindo-lhes certa dignidade foi a maior proeza da história, muito mais comovente, humana, profícua que qualquer outra. Jogada à própria sorte, impossibilitada de acessar qualquer recurso, a multidão excluída parecia mesmo indigna e merecedora do destino vil do qual nunca poderia escapar. Tendo sido retirada da miséria a multidão se revelou igual a todos nós, fato que muitos veem como um acinte, e é isto que estará em questão, no tribunal, inconfessavelmente, na quarta-feira.

Lula será julgado por seu grande crime, o de ter revelado que toda aquela multidão aviltada é igual a nós.

 

#Lula #julgamento de Lula

Redação

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