Governo Bolsonaro gastou R$ 172 milhões com bebedouros e guindastes para Ministério dos Direitos Humanos

Equipe de transição não consegue entender o uso de um guindaste na pasta ou mesmo onde estão tantos bebedouros comprados para o ministério

O grupo de transição (GT) de Direitos Humanos denunciou, nesta quinta-feira (8), uma suspeita significativa de desvio de verbas na pasta, em que dois contratos somam R$ 172 milhões, valor destinado à compra de bebedouros para o ministério e para custear o aluguel de guindastes, na ordem de R$ 6 milhões por mês.

A informação deixou a equipe perplexa. “Até agora não consigo entender como é que o Ministério de Direitos Humanos precisa de guindaste. É um valor absurdo. O governo tem um dever, uma obrigação moral, legal, de justificar esses contratos. Para que que serviram, como é que foram utilizado e para onde foram tantos bebedouros”, questiona o deputado estadual, Emídio de Souza (PT-SP).

Ambos os contratos foram firmados com uma única empresa, sediada em Gama, no Distrito Federal. Chama atenção ainda o fato de empresa ter apenas um sócio, que se declarou motorista de cargas e pessoas, e atuar em segmentos tão distintos.

Os contratos serão encaminhados Tribunal de Contas da União (TCU), uma vez que a equipe de transição garantiu que não permitirá prevaricação no Ministério de Direitos Humanos, cometidas pela gestão anterior.

“Que não há dinheiro para proteção à criança e adolescente, mas há dinheiro para bebedouro e para aluguel de guindaste? Fui prefeito [de Osasco, em São Paulo]. Eu sei o que é locação de de maquinário e sei que está longe, mas muito longe desse valor”, continuou Souza.

Incoerência

A equipe de transição não detalhou qual montante foi destinado para a compra de bebedouros ou o total gasto com aluguel dos guindastes. No entanto, uma pesquisa breve na internet aponta que bebedouros custam, em média, entre R$ 400 e R$ 500. Já a diária de um guindaste custa, em média, R$ 4,8 mil, totalizando o custo de R$ 144 mil por mês.

Camila Bezerra

Jornalista

2 Comentários

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  1. O que falta a esses analistas da Equipe de Transição, é a compreensão da política da pasta. O ministério dos direitos humanos alugou os guindastes para uma ação humana que consistiu em fazer subir o “moral” do mandatário. Tanto foi efetiva que o mandatário reuniu multidões para se dizer imbrochável em altos brados diante do mundo e do riso discreto da primeira dama.
    Dos bebedouros podemos dizer que o mandatário, enquanto cristão e batizado, fez cumprir as escrituras conforme o capítulo 21, versículo 6 do (naturalmente) Apocalipse – ” Disse-me ainda: “Está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem tiver sede, darei de beber gratuitamente da fonte da água da vida.”

  2. O guindaste, hein, precisa-se pensar criativamente, mas bebedouros podem atender a muitas sedes, como as religiosas e as de lucros de fabricantes e/ou revendedores amigos.

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