Greve dos professores na Bahia, Sem data para acabar

Greve dos professores ultrapassa o 70o dia sem avanço nas negociações e sem que o bom-senso prevaleça

Alunos de escolas públicas estaduais já ultrapassaram 70 dias sem aulas. A greve deflagrada pelos professores em 11/4/2012, para cobrar um reajuste salarial de 22,22%, deixa 1,1 milhão de alunos sem aulas, além de um semestre letivo perdido. A situação não tem data para acabar, já que os professores acampados na Assembleia Legislativa não aceitaram a última proposta do governo para o fim da greve. “Eles propuseram parcelar, em forma de promoção, 7% para novembro, 7% para abril de 2013, e a gente teria que abrir mão de ganho real de 7% e [teríamos] que ficar sem promoção por dois anos”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Rui Oliveira.

Segundo Oliveira, a proposta exclui somente os aposentados e aqueles que estão em estado probatório. “Isso, nós não aceitamos”, declarou, em entrevista ao Jornal da Metrópole, na quarta-feira (20). Enquanto isso, o impasse continua: o governo afirma que não tem dinheiro e não negocia mais. A classe, por sua vez, garante a greve pelo menos até terça-feira (26), planejando manifestações contra o governador Jaques Wagner (PT) na tradicional caminhada de 2 de julho.

“Movimento isolado”
Durante coletiva de imprensa ocorrida na manhã da última quarta-feira, o secretário estadual de Educação, Osvaldo Barreto, disse que o movimento grevista dos professores da rede estadual estava isolado em Salvador e Feira de Santana. “A greve está se enfraquecendo. Acreditamos que, após o São João, um número expressivo de professores voltará às aulas”, afirmou. Para o titular da pasta, que anunciou a montagem de 19 polos de ensino para alunos do Ensino Médio, há aulas em 300 dos 417 municípios baianos. O presidente da APLB disse que a declaração do secretário de Educação sobre a perda de força da greve é mentirosa. “É mentira. Se isso fosse verdade, por que ele estaria tão preocupado? Posso dizer que todas as grandes e médias cidades estão paradas, é um movimento macro”, declarou, embora tenha afirmado não saber o número exato de professores parados na rede estadual de ensino.

“Não sei qual a saída”
Mesmo após o secretário estadual da Fazenda, Luiz Alberto Petitinga, ter diferido do governo, confirmando a existência de saldo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb), o vice-governador, Otto Alencar (PSD), disse à Rádio Metrópole não saber qual a saída para o fim da greve. Alencar garantiu que o governo não pode dar, de vez, os 22,22% de aumento. “Eu não sei qual a saída. A saída é sentar, negociar e colocar acima dos interesses corporativos da APLB o interesse do pessoal, dos pais e dos alunos que precisam das aulas”, alfinetou.

Fonte: http://www.jornaldametropole.com.br/mwg-internal/de5fs23hu73ds/progress?id=c3JWG6zDJP&dl

Redação

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