“Valeu a pena lutar pela liberdade”, respondeu Dilma

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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A presidente da República homenageou os que lutaram contra a ditadura. Ela deve apresentar respostas de mudanças nos próximos dias
 
 
Jornal GGN – “Nunca mais no Brasil nós vamos ver pessoas que ao manifestarem sua opinião, seja contra quem quer que seja, inclusive a Presidência da República, possam sofrer quaisquer consequências”, disse Dilma Rousseff, em resposta aos atos que pediam o impeachment, no último domingo (15). “Nunca mais isso vai acontecer”, completou.
 
A declaração ocorreu durante a solenidade de sanção do Código de Processo Civil, nesta segunda-feira (16). Dilma aproveitou para homenagear aqueles que lutaram contra o regime de exceção, obtendo o atual avanço democrático e o direito à livre manifestação.
 
“Ontem [domingo], quando eu vi, como ocorreu na sexta-feira, centenas de milhares de cidadãs e cidadãos se manifestando pelas ruas de várias cidades brasileiras, não pude deixar de pensar, e tenho certeza que muitos aqui concordam comigo, valeu a pena lutar pela liberdade, valeu a pena lutar pela democracia, este país está mais forte que nunca”, defendeu a presidente.
 
Durante a coletiva de imprensa, Dilma também afirmou que “a corrupção é uma senhora idosa e não poupa ninguém. Pode estar em todo lugar, inclusive no setor privado”, disse, fazendo referência que a corrupção no governo é anterior à gestão do PT.
 
A presidente defendeu, mais uma vez, a necessidade dos ajustes econômicos, reforçando que o processo é passageiro. “Este caminho [de combate à crise econômica, feito até então], nos níveis em que foram praticados, se esgotou. E devemos iniciar um outro caminho para garantir o emprego e o crescimento econômico. Como não podemos continuar despendendo a mesma quantidade de recursos, nós somos obrigados a fazer alguns ajustes e correções para continuar crescendo. É importante destacar que nós não estamos acabando com nossas políticas”, disse.

 
Dilma Rousseff explicou, como exemplo, a desoneração, da redução dos impostos sobre a cesta básica, que foi mantida: “não iremos jamais alterar este imposto. Mas tivemos de reajustar as alíquotas de desoneração da folha de pagamento. Não é que acabou a desoneração da folha de pagamento, é que o nível de ajuste das alíquotas passou de 1% para 2,5%, e de 2,5% para 4,5%, na nossa proposta obviamente que será debatida no Congresso”.
 
https://www.youtube.com/watch?v=eWE3PksifUE#t=17 width:700 height:394
 
Também disse que o governo precisou fazer ajustes “dentro da nossa exiguidade de recursos”, como no reajuste da tabela do Imposto de Renda, “permitindo uma diminuição do imposto, e a faixa reajustada em 6,5%, e a faixa mais alta em 4,5%”, o que foi possível, explicou Dilma, devido a um diálogo com o Congresso, de uma necessidade do governo de restrição de gastos, mas “também um pleito vindo dos senhores parlamentares e de todos os movimentos sociais organizados”.
 
Por outro lado, insistiu que logo o cenário será outro. “Nós vamos fazer esse esforço ao longo desse ano, mas o Brasil tem todas as condições de sair em menos tempo do que em qualquer outra circunstância. Quando a gente diz que o quanto pior melhor é algo que não se pode aceitar, é o seguinte: vamos brigar depois. Vamos fazer, agora, tudo o que tem de ser feito para o bem do Brasil”, defendeu a presidente.
 
Em outra resposta para os protestos de domingo, a presidente havia anunciado um pacote de combate à corrupção, por intermedio do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. 
 
O objetivo é que o plano seja enviado amanhã (18) ao Congresso, mas o governo também busca formas de ouvir a sociedade, lideranças políticas e movimentos sociais para esse conjunto de medidas. “Quero deixar claro que o governo está inteiramente aberto ao diálogo. O governo, de acordo com a sua coordenação que se reuniu hoje, assume como postura central o diálogo com todas as forças sociais”, disse Cardozo, nesta segunda.
 
Também está na agenda da presidente da República desta terça-feira um encontro com o presidente da OAB Nacional, Marcus Vinícius Furtado Coêlho. Entre outros assuntos, deve entrar em pauta a reforma política.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

21 Comentários

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    1. Distribuir panfletos na decada de 70?

      Não entendi seu comentário, pois distribuir panfletos nas decadas de 60 e 70 seria buscar a prisão seguida de tortura e condenação sem provas, eu mesmo em 1977 fui preso, torturaro e tive entre outras violências os tímpanos rompidos a tapa e sofro até hoje de sequelas pela minha audácia de panfletar fábricas do ABCD paulista em comemoração ao 1º de maio. Em seguida a mobilização em defesa de nossas prisões sairamas ruas das principais cidades brasileiras milhares enfrentando tropa de choque de PMs e o próprio exército (Campinas, Resende, etc) e os panfletos tinham como cabeçalho – Por liberdades Democráticas e Anistia Ampla Geral e Irrestrita, talves você seja muito novo ou então estava ausente da luta travada com as armas da consiência e não das de cacete ou de fogo ou talves fosse um dos portatores dela contra o avanço da Humanidade e contra a barbárie!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

       

  1. Para com isso sra.

    Para com isso sra. presidente. A sra. queria trocar uma ditadura de direita por uma de esquerda.

     Quem lutou pela democracia mesmo foi Ulysses Guimarães,Tancredo Neves e outros.

    1. Tancredo Neves.

      Não entendia nada de política na época de atuação de Tancredo. Mas, pessoas que acompanharam,  cansam de dizer que esse senhor era um político, que ” vivia em cima do muro “.

  2. Vamos com calma !

    Saiu agora mesmo, a “petista” Folha de São Paulo  afirma que ” no universo de 210 mil manifestantes que lotaram a av. Paulista no domingo na contagem do Datafolha, 82% declararam ter votado no tucano Aécio Neves no segundo turno da eleição presidencial de 2014″. Ora, ora, tal informação por si só  já não deveria atenuar pressões e mitigar o desenho de cenários políticos mais sombrios?  Não é uma reedição das jornadas de 2013 e grosso modo não são os mesmos personagens – segundo a pesquisa, 74% participavam pela primeira vez de um protesto de rua. Diante disso, a Presidente está respondendo basicamente aos eleitores que não votaram nela. Esse terceiro turno já está cansando !

     

  3. Nesses ultimos dias…

    … vejo aumentar significamente a popularidade da nossa presidenta Dilma, muitos já a defendem e culpam a oposição e a enganação que a mídia faz do Brasil.

  4. Nem o PIG, OK?

     “Nunca mais no Brasil nós vamos ver pessoas que ao manifestarem sua opinião, seja contra quem quer que seja, inclusive a Presidência da República, possam sofrer quaisquer consequências”, disse Dilma Rousseff…”

  5. A liberdade é base, é

    A liberdade é base, é princípio!

    Conheço pessoas que tinham quase 12 anos quando o PT chegou ao Poder e estudaram através de programas aplicados pelo PT e estão aguardando o Ciência Sem fronteiras e assim mesmo estavam nas ruas neste 15 de março.

    E repetem a cartilha midiática na ponta da lingua, incansáveis como o reinaldo azevedo da veja!

    Aonde levará isso?

    Os crimes são coisas velhas dentro da Humanidade, para cometer certos golpes, os golpistas precisam de pessoas INEXPERIENTES!

    País sem memória, sem juizo de valor é presa fácil para novos golpistas de crimes velhos…

  6. Mauro Iasi
    Um discurso
    Mauro Iasi

    Um discurso lamentável e um espetáculo de servilismo.

    Um dia depois das manifestações da direita a presidente Dilma se apressa em aparecer em um discurso e numa coletiva de imprensa para dizer que as manifestações são democráticas e que está aberta ao diálogo.
    Vamos lembrar que em 2013 fomos tratados como vândalos e terroristas, o ministro da justiça, José Eduardo Cardozo, defendendo legislação que criminalizou e levou para a cadeia os manifestantes.
    Para as demandas dos setores populares, nenhuma resposta, ou pior, a reafirmação que os ajustes são necessários e serão impostos aos trabalhadores, assim como a esperada reforma política será feita pelo Congresso.
    Num ato falho cheio de significado Dilma afirmou que tem concordâncias e discordâncias com o que foi cobrado nas manifestações. Concorda com o combate à corrupção, discorda da crítica ao ajuste. Isto é, concorda com o ato da direita e deu uma banana para o ato governista de sexta feira.
    Uma pessoa disfarçando o nervosismo e tentando parecer o que não é. Apenas uma nota positiva foi a defesa da luta contra a ditadura, mas se perde numa postura de rendição total à defensiva diante da ação das classes dominantes.
    Só posso chegar a uma conclusão: protestar por transporte público, por moradia, contra a violência policial e contra os limites da chamada democracia representava é crime; defender a ditadura militar, a morte dos comunistas, o obscurantismo e a intolerância é uma ato de democracia. Para os primeiros, repressão brutal e cadeia, para os segundos o governo está aberto ao diálogo.
    Lamentável. Um espetáculo de servilismo.

  7. Mentira da presidenta pois

    Mentira da presidenta pois temos presos políticos no Brasil: Igor Mendes no Rio, e foragidos, Sininho e Moa.

    Perseguidos políticos.

    Apenas manifestantes de direita não são reprimidos e criminalizados. Para os de esquerda existe associação criminosa e Lei de Segurança Nacional.

    Repugnante um governo de centro-direita, que criminaliza a esquerda ainda por cima se dizer de esquerda e queimar o filme da esquerda.

  8. Valeu a pena lutar pela

    Valeu a pena lutar pela liberdade, valeu a pena lutar pela democracia.

    “Nós não erramos exatamente contra a ditadura, nós erramos contra a ditadura militar burguesa, mas nós erramos a favor da ditadura do proletáriado. isso ninguém diz, mas tem que dizer faz parte da nossa história”.

    “A luta armada, naquele periodo não estava visando a democracia”.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=1OshZgGf3bE%5D

  9. A Valpalmares lutava pela

    A Valpalmares lutava pela Liberdade?

    Parém de estuprar a verdade!

    Queriam é a Cuba do Sul!

    Eram a favor da ditadura do proletariado e, ainda bem, os totalitários perderam.

     

    1. cuba do sul???

      ainda bem que não conseguiram fundar aqui a Cuba do Sul………..

       

      ouvi falar que a população de Cuba do Norte mingua a cada dia,   visto que lá as familias cubanas almoçam e jantam as criancinhas cubanas.

       

      obrigado militares por nos livrarem do mal. 

  10. os saudosos da redentora…….

    vixe os saudosos da ditabranda, ou redentora baixaram em peso…………..

    vão de retro seguidores do satanáz

  11. Aceitar e permitir que o povo

    Aceitar e permitir que o povo midiotizado  se manifeste e proteste, tudo bem, faz parte da democracia. Mas, aceitar e permitir que a mídia porca, corrupta, sonegadora de impostos, golpista, hipócrita, entreguista e canalha conduza o povo feito gado ao matadouro, deturpe a consciência de incautos cidadãos desprovidos de discernimento por serem diuturnamente bombardeados pela desinformação e deformação moral que a mídia lhes impõe, isso não pode acontecer, o governo não pode ficar omisso frente aos abusos do oligopólio de mídia. Marinhos, Macedo, Saad, Frias, Civita, quem são essas pessoas, que virtude moral, que mandado popular, que leis dão a esse tipo de gente o direito de convocar protestos golpistas contra um governo recém eleito pela maioria da população brasileira?  

  12. Brand Management: “Ditadura do Proletariado” é uma Marca Infeliz

    Aconselho aos Comentaristas mais “à Direita”:

    1. Entendam o que é o Conceito de “Ditadura do Proletariado”.

    A Marca (no Conceito de “Branding”) é infeliz.

    Trata-se de uma “Democracia Absoluta” (coisa dos Utópicos da Época, Dilma inclusa).

    Quanto à Liberdade de Expressão, aconselho que leiam Trostky.

    A partir daí vão entender o “Apego” de Dilma (Pragmático, no sentido de que o “Feitiço sempre se volta contra o Feiticeiro”) à este Direito Fundamental.

    Infelizmente só encontrei o Texto em Inglês.

    Nada que o Google Translator, ou algum Colega Tradutor, não possa resolver…

    https://www.marxists.org/archive/trotsky/1938/08/press.htm

     

  13. falácia

    A maior falácia do esquerdista velho.

    Lutaram para por fim a ditadura militar ? Sim.

    Lutaram para a implantação da ditadura do proletariado ? Sim.

    Lutaram pela democracia ? NÃO !

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