A comparação entre os Impérios

Por EG

Comentário ao post “O declínio da civilização romana”

A comparação só não é boa porque o Império Romano (do Ocidente!) durou mais do que o britânico e, por enquanto, o estadunidense. Eles eram mais espartanos? Menos hedonistas? Para rivalizar com a vitalidade do Império Romano, só o Império Chinês. Que, aliás, renasce de cinzas, mostrando que talvez tudo o que nós no ocidente pensamos sobre “imperialismo” seja um pequeno sonho momentâneo. Mas é interessante que nós ocidentais reflitamos mais sobre o próprio ocidente, que em princípio conhecemos melhor. O Império Romano (do Ocidente!) caiu, mas continuou sendo reivindicado como existente mesmo assim, por seu poder simbólico. Carlos Magno e depois o Sacro Império Romano-Germânico mostram isso. Se além disso pensarmos no “ocidente marginal” que é o Império Romano do Oriente, sua durabililidade é imensa comparada a essas breves civilizações que a modernidade conseguiu estabelecer (sem mencionar que este Império Romano do Oriente guardou tesouros culturais da antiguidade que o ocidente latino desconhecia e só o Renascimento revalorizou – fomentado também pela fuga de intelectuais por ocasião da queda deste longuíssimo império oriental quando Bizâncio caiu). Ficamos muito acostumados a essa simplificação escolar baseada na visão Iluminista de que havia uma Idade Antiga, uma Média (a tal “das trevas”, que os revolucionários franceses cunharam) e uma Moderna (essa é a época em que se queimavam bruxas, para espanto de muitos que pensam que isso era prática medieval ou das trevas, é prática da época das luzes mesmo, ainda que de grupos pouco iluminados) para prestar atenção a esses poderes que poderiam de fato ensinar o que é um império de verdade a essas ainda breves tentativas britânica e neo-britânica. No tema imperialismo, não só Lênin é, nesse sentido, aprendiz, mas também os últimos e os atuais imperadores. (À parte: nem se comenta a pretensão do Império Brasileiro, de certo o único império das Américas – pelo menos no nome).