Cesta básica mais barata em 12 cidades

arquivo 201305cestabasica.pdf – 8 páginas
Em maio, houve predomínio de retração nos preços dos produtos alimentícios essenciais e
em 12 das 18 capitais onde o DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos – realiza, mensalmente, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica apresentaram este
comportamento.

A predominância de reduções nos preços da cesta não ocorria desde novembro
do ano passado.
As maiores retrações foram apuradas em Manaus (-4,91%), Salvador (-3,76%), e
Belo Horizonte (-3,00%). Altas ocorreram em seis capitais, as mais significativas registradas em
Campo Grande (3,59%), Porto Alegre (3,49%) e Goiânia (3,43%).
Apesar de o preço da cesta paulistana ter diminuído (-0,65%) no ultimo mês, São Paulo
continuou a ser a capital onde se apurou o maior valor para o conjunto de produtos essenciais (R$
342,05). Na sequência aparece Vitória (R$ 325,87), Porto Alegre (R$ 323,17) e Manaus (R$
322,98). Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 240,72), Salvador (R$
257,98) e Campo Grande (R$ 281,40).

Com base no custo apurado para a cesta de São Paulo, e levando em consideração a
determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser capaz de suprir as
despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário,
higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo
necessário. Em maio deste ano, o menor salário pago deveria ser de R$ 2.873,56, ou seja, 4,24
vezes o mínimo em vigor, de R$ 678,00. Em abril, o mínimo necessário era maior, equivalendo a
R$ 2.892,47 ou 4,27 vezes o piso vigente. Em maio de 2012, o valor necessário para atender às
despesas de uma família chegava a R$ 2.383,28, o que representava 3,83 vezes o mínimo de
então (R$ 622,00).

Variações acumuladas
No acumulado dos primeiros cinco meses de 2013, as 18 capitais apresentaram alta nos
preços da cesta básica. As maiores elevações situaram-se em João Pessoa (20,49%), Aracaju
(17,97%) e Natal (17,53%). Os menores aumentos foram verificados em Florianópolis (5,69%),
Belo Horizonte (8,22%) e Porto Alegre (9,78%).
Em doze meses – entre junho de 2012 e maio último – período em que o DIEESE
divulgava a estimativa de preços da cesta básica em 17 capitais, sem os dados de Campo Grande
– MS, os aumentos do custo da cesta básica, embora em desaceleração, ainda se está acima de
10% em todas as regiões. As maiores variações ocorreram em: Fortaleza (26,85%), João Pessoa
(26,84%) e Rio de Janeiro (23,39%). As menores taxas foram verificadas em Salvador (13,03%),
Curitiba (16,68%) e Manaus (18,37%).

TABELA 1 Pesquisa Nacional da Cesta Básica Custo e variação da cesta básica em 18 capitais Brasil – maio de 2013

Cesta x salário mínimo
Devido à predominância de recuo nos preços, em maio, para comprar os gêneros
alimentícios essenciais, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo precisou realizar, na
média das 18 capitais pesquisadas, jornada de 97 horas e 17 minutos, tempo inferior às 98 horas e
05 minutos exigido em abril. Em relação a maio de 2012, a jornada comprometida foi maior, pois
naquele mês eram necessárias 88 horas e 21 minutos.
Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o
desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso
nacional comprometeu, em maio, 48,07% de seus vencimentos para comprar os mesmos produtos
que em março demandavam 48,46%. Em maio de 2012, o comprometimento do salário mínimo
líquido com a compra da cesta equivalia a 43,65%.

Comportamento dos preços
Em maio, os preços da cesta básica foram influenciados principalmente pela queda em
produtos como tomate, óleo de soja, café em pó, carne bovina e açúcar.

No mês, o tomate, produto cujo preço vinha aumentando desde o começo do ano, ficou
mais barato em 14 cidades.
As maiores retrações ocorreram em Natal (-32,60%), Aracaju,
(-29,20%), Belo Horizonte (-26,45) e Recife (-22,69%). As altas foram localizadas em quatro
cidades: Fortaleza (12,09%), Goiânia (11,74%), Porto Alegre (9,94%) e Campo Grande (0,82%).
Embora com variações menores do que em abril, na comparação anual, os preços do tomate
aumentaram em 16 capitais. As altas mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (147,69%),
Florianópolis (116,95%) e Curitiba (111,11%). Os menores aumentos foram apurados em Natal
(21,39%), Manaus (29,46%) e Recife (37,65%). Salvador (-10,94%) foi a única cidade na qual os
preços do tomate diminuíram em relação ao ano passado.

Seguindo o comportamento apresentado no mês passado, o óleo de soja ficou ainda mais
barato em 15 cidades.

Os destaques de queda ficaram por conta de Aracaju (-24,36%), Salvador
(-12,17%) e Belo Horizonte (-10,15%). As altas foram apuradas em três cidades: Florianópolis
(8,33%), Campo Grande (7,54%) e Brasília (1,89%). Na comparação anual os preços do produto
diminuíram em 12 capitais, com as quedas situando-se entre -25,08% em Aracaju e -0,28% em
Belém. A principal alta ocorreu em Manaus (17,65%).

O café ficou mais barato no mês de maio, com os recuos apurados em 13 cidades. Os mais
intensos foram verificados em Salvador (-13,77%), Fortaleza (-4,28%) e Recife (-3,81%). As
altas ocorreram em cinco cidades, a mais significativa em Campo Grande (9,57%). Nas outras
quatro capitais, as elevações no preço do café em pó foram moderadas: Belo Horizonte (0,84%),
Brasília (0,78%), Rio de Janeiro (0,77%) e Belém (0,41%). A produção do café tem ciclo normal
de dois anos, um com safra muito boa, seguido por outro, de baixa, quando os volumes
diminuem, Este ano, apesar de ser de baixa, a produção deve ser expressiva o que pode
influenciar os preços no varejo, da mesma forma que as recorrentes quedas de preço do produto
no mercado internacional. Na comparação anual, os preços do café aumentaram, na comparação
anual, em 14 cidades, sendo os avanços mais significativos em Vitória (18,30%), Fortaleza
(10,71%) e Rio de Janeiro (7,22%). As quedas foram apuradas em Goiana (-6,16%), Salvador
(-2,92%) e Brasília (-1,09%).

O preço da carne bovina, produto de maior peso na composição do valor da cesta básica,
apresentou predominância de queda, diminuindo em 11 das 18 capitais pesquisadas.
As maiores
retrações ocorreram em: Salvador (-11,45%), Florianópolis (-2,78%) e Fortaleza (-2,73%). Os
aumentos ocorreram em sete localidades, com destaque para Aracaju (4,80%), Goiânia (3,27%) e
Manaus (1,93%). Os preços da carne podem refletir as sucessivas quedas verificadas no atacado,
e também a diminuição das exportações no mês. Na comparação anual, houve recuo em seis
localidades e altas em onze, sendo as mais expressivas: Florianópolis (13,65%), Goiânia (7,43%)
e Aracaju (6,85%).

O açúcar barateou em 11 das 18 capitais pesquisadas. As retrações mais expressivas
registraram-se em Aracaju (-18,72%), Recife (-8,04%) e Salvador (-7,14%). Houve aumento em
seis cidades, com destaque para: Campo Grande (13,24%), Brasília (4,68%) e Curitiba (2,75%).
Em Natal, foi registrada estabilidade. Os preços do produto no varejo podem refletir os bons
resultados esperados na produção de açúcar, decorrentes da boa safra da cana, que tem
ocasionado queda no valor das sacas do produto nacionalmente. Os resultados anuais também
refletem essa conjuntura, com os preços do açúcar no varejo recuando em 15 das 17 capitais com
informação disponível. As maiores retrações foram apuradas em: Aracaju (-31,25%), Manaus
(-17,39%) e Belo Horizonte (-16,05%).

O preço do arroz, mantendo o comportamento iniciado em março, também contribuiu para
moderar custo da cesta básica na maioria das capitais pesquisadas. Em maio, foram apuradas oito
reduções,
sendo as mais significativas em Salvador (-13,31%), Belém (-4,26%) e Belo Horizonte5
(-3,95%). Em Porto Alegre, Fortaleza e São Paulo os preços não variaram. Elevações foram
apuradas em sete capitais, com destaque para Campo Grande (7,62%), Aracaju (6,46%) e Natal
(3,69%). No entanto, esse comportamento mais moderado não resultou em redução quando
comparados com maio de 2012, com registro de alta acima de 10% em todas as capitais. Os
destaques são: Belém (40,63%), João Pessoa (29,97%) e Porto Alegre (27,43%).

Entre os produtos com predomínio de alta no mês, o leite in natura foi o destaque, ficando
ainda mais caro em 17 capitais
. As maiores elevações ocorreram em Salvador (11,52%), Porto
Alegre (6,12%) e Natal (5,10%). A única queda foi apurada em Aracaju (-1,14%). Os preços no
varejo estão influenciados pela alta ao produtor, devido à queda de oferta de leite e à maior
demanda das empresas de laticínios. Em relação ao ano passado, o aumento ficou mais intenso,
verificando-se em todas as capitais. Destaque para: Salvador (42,18%), Fortaleza (25,46%) e
João Pessoa (24,89%).

O feijão também ficou mais caro, com aumento em 16 capitais. As maiores elevações
ocorreram em Aracaju (15,10%), Belém (14,13%) e Natal (11,41%). As altas menos
significativas aconteceram no Rio de Janeiro (0,51%), Brasília (0,98%) e Fortaleza (1,36%).
Recuos foram registrados em Vitória (-2,96%) e Florianópolis (-0,78%). Na comparação anual,
houve aumento nas 17 capitais, com as variações mais expressivas em Salvador (40,09%),
Aracaju (37,35%) e Brasília (32,46%). As menores elevações foram apuradas em Belém (4,65%),
Fortaleza (10,39%) e Florianópolis (10,58%). Os preços no varejo ainda são influenciados pela
oferta restrita de feijão e por estoques baixos do produto. Em algumas regiões, ainda se colhe
parte da segunda safra, sendo possível que ocorram reduções nos preços nos próximos meses.
Não são esperadas, porém, grandes quedas, pois a estimativa de oferta total do produto vem
apontando sucessivas baixas.

O preço da farinha subiu em 11 capitais, de forma mais moderada que nos meses
anteriores.
Os destaques são para: Goiânia (5,28%), Campo Grande (4,14%) – cidades onde é
pesquisada a farinha de trigo – e Belém (3,97%), caso em que é acompanhado o preço da farinha
de mandioca. Houve queda em sete cidades, com destaque para Salvador, (-22,20%), Recife
(-6,23%) e Fortaleza (-5,48%). Essa redução pode estar relacionada à colheita da raiz de
mandioca, que permitiu o aumento do processamento e da oferta de farinha.

Tabela 2-Variação mensal do gasto por produto-Maio de 2013

Na comparação anual, no entanto, os preços da farinha aumentaram em todas as 17
capitais. Os maiores aumentos foram para a farinha de mandioca, como ocorreu em Manaus
(171,68%), Aracaju (165,99%) e Belém (154,05%). As menores elevações foram
observadas em Florianópolis (12,35%), Brasília (16,87%) e Belo Horizonte (20,37%), todas
as regiões onde é acompanhado preço da farinha de trigo.

O preço do pão francês ficou mais caro em 11 capitais. As maiores altas ocorreram
em Salvador (3,78%), Natal (3,55%) e Aracaju (3,13%). As retrações foram apuradas em
sete cidades: Goiânia (-3,39%), Recife (-2,00%), e Fortaleza (-0,29%). Na comparação
anual, o pão francês ficou mais caro em 16 localidades, sendo os maiores aumentos
identificados em: Salvador (32,22%), Brasília (19,19%) e São Paulo (19,15%).
São Paulo
Na capital paulista, a cesta básica custou, em maio, R$ 342,05 o que manteve São
Paulo como a cidade mais cara entre as 18 pesquisadas pelo DIEESE. Em relação a abril,
houve queda de 0,65% nos gêneros essenciais. No acumulado do ano, a alta foi de
12,18%. Já na comparação com maio de 2012, o aumento é de 20,57%.

Em maio, oito dos 13 itens que compõem a cesta paulistana apresentaram retração:
tomate (-10,64%), açúcar refinado (-4,55%), óleo de soja (-2,50%), café em pó (-1,18%),
manteiga (-0,76%), farinha de trigo (-0,25%), carne bovina (-0,24%) e pão francês
(-0,12%), os três últimos, com retrações menores do que a cesta. Os preços do arroz não
variaram, e os outros quatro produtos, encareceram no mês: batata (9,92%), feijão
(6,04%), leite in natura (2,17%) e banana (0,33%).
Mantendo o comportamento dos últimos meses, apenas o açúcar refinado
(-11,68%) apresentou recuo nos preços na comparação anual. A batata (95,59%) lidera a
alta de preços, seguido por outros três produtos que registraram variações acima da
encontrada para o total da cesta: tomate (76,70%), farinha de trigo (25,40%) e feijão
(21,22%). Os outros oito itens tiveram alta abaixo do preço médio da cesta: arroz
(20,10%), pão francês (19,15%), leite in natura integral (14,14%), manteiga (10,25%),
banana nanica (6,06%), café em pó (5,13%), carne bovina (4,75%) e óleo de soja (0,65%).

Devido ao barateamento do custo da cesta no mês, o trabalhador paulistano cuja
remuneração equivale ao salário mínimo necessitou cumprir, em maio, 110 horas e 59
minutos para comprar os mesmos produtos que, em abril, exigiam a realização de 111
horas e 43 minutos. Em maio de 2012, o tempo de trabalho necessário para a aquisição da
cesta era de 100 horas e 20 minutos.
Em maio, o custo da cesta, em São Paulo, comprometeu 54,84% do salário
mínimo líquido, isto é, após os descontos previdenciários. Em abril, o percentual exigido
era de 55,20%. Em maio de 2012, a parcela do salário mínimo liquido gasta com os
gêneros alimentícios equivalia a 49,58%.

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