A reação dos Dark Webs: McAfee lançará dispositivo de privacidade “NSA Killer”

Do blog de Stanilaw Calandreli

SHTFplan.com

4 de outubro de 2013

Seus tentáculos estão por toda parte.

Se estiveres conectado à internet, há quase 100% de chance de a Agência de Segurança Nacional dos EUA estar te monitorando.

Então como o cidadão comum pode evitar esse controle da rede?

De acordo com John McAfee, desenvolvedor do conhecido software antivírus que leva seu sobrenome, a resposta é simples:

Descentralização.

Ao invés de conectarmos a um servidor (integrado ao governo), nós o ignoramos e conectamos diretamente a outros usuários em um ambiente ponto a ponto (peer-to-peer) usando uma arquitetura de rede distribuída.

Ele esteve trabalhando no dispositivo, chamado D- Central, por vários anos, e recentemente acelerou seu desenvolvimento à luz das revelações que a NSA esteve grampeando as interações digitais e as correspondências pessoais de praticamente todo cidadão americano.

O “NSA Killer” tornará difícil, ou até impossível para o NSA grampear as comunicações pessoais como faz hoje, porque o dispositivo funciona como uma “dark web” (leia sobre dark web ou deep web no final do texto) permitindo que o indivíduo obscureça completamente sua identidade.

McAfee afirma que com o D-Central, não haverá maneira de o governo descobrir, “quem você é ou onde você está”.

O aparelho, que McAfee pretende vender por menos de US$ 100,00, se comunicará com smartphones , tablets e notebooks para criar uma rede descentralizada que não pode ser acessada pelas agências governamentais . No caso, seria uma pequena rede privada, que atuaria como uma “dark web”, onde os usuários se comunicam e compartilham arquivos em particular.

O dispositivo teria um alcance, sem fio, de cerca de três quarteirões e todos aqueles dentro desse espaço seriam capazes de se comunicar uns com os outros.

No momento, ele disse que o projeto está pronto e está à procura de parceiros para participar com o hardware. Um protótipo, para mostrar ao público, é esperado dentro de seis meses, de formato arredondado e sem display. Isto, obviamente, se o projeto não for abatido pelos reguladores antes de ser lançado.

Fonte: Tech Spot via The Daily Crux

Deep web: saiba o que acontece na parte obscura da internet

Por Leonardo Pereira – em 06/12/2012 às 07h30

http://olhardigital.uol.com.br/noticia/deep-web-saiba-o-que-acontece-na-parte-obscura-da-internet/31120

Sempre que perguntamos a vocês sobre o que gostariam de ler aqui no Olhar Digital, boa parte diz se interessar por um assunto bem escabroso, que costuma ser evitado devido ao que vem acompanhado dele. É a chamada “deep web”, a camada da internet que não pode ser acessada através de uma simples “googlada”. Pois nós resolvemos fuçar lá para entender melhor esse universo e informá-los sobre o que é, o que tem de bom e, também, o que tem de ruim.

Quando se diz que na internet é possível aprender como construir bombas, comprar drogas e documentos falsificados, entre outras coisas, geralmente é sobre a deep web que estão falando; assim como é lá também que surgem organizações como Wikileaks e Anonymous, e são essas pessoas que discutem a web como um organismo livre e democrático. Portanto, é uma via de duas mãos, em que a todo momento você pode tropeçar numa pedrinha e cair do lado contrário.

A deep web é considerada a camada real da rede mundial de computadores, comumente explicada em analogia a um iceberg: a internet indexada, que pode ser encontrada pelos sistemas de busca, seria apenas a ponta superficial, a “surface web”. Todo o resto é a deep web – não à toa o nome que, em inglês, significa algo como rede profunda. “Essa parte de baixo do iceberg existe por causa das deficiências da parte de cima, por causa do uso comercial excessivo da parte de cima. As pessoas se cansam”, diz Jaime Orts Y Lugo, presidente da Issa (Associação de Segurança em Sistemas da Informação). Tem quem diga que a camada inferior é 5 mil vezes maior que a superior, mas não há consenso e uma corrente acredita justamente no contrário.

O que é?

Em grande parte, a deep web existe, assim como a própria internet, graças à força militar dos Estados Unidos. Neste caso, graças ao Laboratório de Pesquisas da Marinha do país, que desenvolveu o The Onion Routing para tratar de propostas de pesquisa, design e análise de sistemas anônimos de comunicação. A segunda geração desse projeto foi liberada para uso não-governamental, apelidada de TOR e, desde então, vem evoluindo… Em 2006, TOR deixou de ser um acrônimo de The Onion Router para se transformar em ONG, a Tor Project, uma rede de túneis escondidos na internet em que todos ficam quase invisíveis. Onion, em inglês, significa cebola, e é bem isso que a rede parece, porque às vezes é necessário atravessar várias camadas para se chegar ao conteúdo desejado.

Grupos pró-liberdade de expressão são os maiores defensores do Tor, já que pela rede Onion é possível conversar anonimamente e, teoricamente, sem ser interceptado, dando voz a todos, passando por quem luta contra regimes ditatoriais, empregados insatisfeitos, vítimas que queiram denunciar seus algozes… todos. A ONG já teve apoio da Electronic Frontier Foundation, da Human Rights Watch e até da National Christian Foundation, mas também recebeu dinheiro de empresas, como o Google, e de órgãos oficiais – o governo dos EUA, aliás, é um dos principais investidores.

Ao acessar um site normalmente, seu computador se conecta a um servidor que consegue identificar o IP; com o Tor isso não acontece, pois, antes que sua requisição chegue ao servidor, entra em cena uma rede anônima de computadores que fazem pontes criptografadas até o site desejado. Por isso, é possível identificar o IP que chegou ao destinatário, mas não a máquina anterior, nem a anterior, nem a anterior etc. Chegar no usuário, então, é praticamente impossível.

Também há serviços de hospedagem e armazenagem invisívieis. Assim, o dono da página está seguro se não quiser ser encontrado.

Como chegar lá?

No site Tor Project você encontra ferramentas pelas quais qualquer é possível ter contato com a rede Onion, inclusive um compilado de produtos que inclui a versão portátil do Fiferox já configurada para o acesso anônimo e que sequer exige instalação (clique aqui para baixar o pacote). Tanta preocupação com segurança faz com que a navegação seja muito lenta; nós conversamos com um programador que usa a rede e ele explicou que isso ocorre principalmente por conta da triangulação do acesso. “Às vezes ele manda um request para um desvio em outro país e redireciona para o site”, disse.

É preciso cautela para se aventurar nesse mundo. Em primeiro lugar, tenha em mente que os principais caminhos estão em inglês, e é essencial compreender exatamente o que está escrito antes de clicar num link. Além disso, a deep web é feia, porque ninguém ali está preocupado com o layout, então o inglês é duas vezes mais importante, já que não há imagens que te levem a entender o contexto. É tudo bem direto.

O programador nos alertou que alguns dos vírus mais arrojados são testados na deep web, portanto, antivírus e firewall têm de ser bons e estar atualizados. Aqui na redação nós usamos um netbook ligado a um modem 3G para poupar a nossa rede de eventuais problemas; se você não tiver como fazer isso, a dica é criar uma máquina virtual. Há, inclusive, uma versão do Linux, a “Tails”, feita especificamente para esse tipo de coisa. As operações financeiras por lá não são feitas com dinheiro ou cartão de crédito; a maioria dos sites nem aceita opções como PayPal, é tudo em Bitcoin.

E há ainda um outro detalhe. O endereço do que talvez seja o principal site por lá é kpvz7ki2v5agwt35.onion/wiki/index.php/Main_Page e não adianta tentar acessá-lo pelo navegador convencional, ele precisa ter uma configuração específica (como a do Tor) para que o link abra. Trata-se da Hidden Wikki, uma espécie de indicador de sites com cara de Wikipédia que te ajuda a navegar por tema. As URLs são decodificadas dessa maneira e algumas páginas mudam constantemente para não serem achadas, enquanto outras dependem de informações específicas para se modificar e, assim, conceder acesso ao que realmente importa ali.

A maioria dos sites tem o .onion no meio por conta do Tor, mas há scripts que configuram o navegador para que ele abra outras extensões, afinal, essa não é a única forma de driblar o monitoramento da surface web. No ano passado, por exemplo, quatro pesquisadores das universidades de Michigan e Waterloo criaram o Telex, que permite acesso a páginas bloqueadas, embora a tecnologia dependa de aprovação do governo ou provedor para funcionar. Outra alternativa é a Freenet, uma plataforma pela qual se pode compartilhar arquivos, navegar e publicar “freesites” – estes, assim como os .onion, só são acessíveis com o programa específico.

Uma vez na deep web, basta caçar conteúdo. Tem de tudo ali e nós, como dito lá no começo do texto, fomos do bom ao ruim para informá-los. A próxima reportagem da série trata da parte legal (veja aqui) e, na seguinte, mostramos o que há de preocupante nesse pedaço quase invisível da internet (confira).

Redação

3 Comentários

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  1. perseguição do governo

     Se esse aparelho realmente funcionar, ele pode ser perseguido por ¨prejudicar a segurança nacional¨, como foi a pessoa que criou o software de criptografia assimétrica.

     A única maneira desse aparelho chegar ao público é fabricando ele fora dos EUA.

    E é melhor ele colocar o projeto do aparelho em um local a salvo da NSA.

    E arranjar bons advogados.

  2. Segurança!

    Quando seu computador e outras bujigangas mostrar o simbolo abaixo talvez sua privacidade esteja garantida. De outro modo não duvido que achem uma forma de acessar as tralhas desconectadas da WEB.

    Seu Mcafee ficou milionário explorando o filão dos virus, agora surgiu outra chance!

     

    1. sinal de conexão

      Marco, me parece que esse sinal é de queda de conexão. Me corrija, por favor, se eu estiver errado. Quanto ao velho Macafee, é verdade, ele vendeu a empresa de sofware e foi viver numa ilha do Caribe. Porém, gastou tudo em boemia, agora parece que achou uma bandeira que poderá lhe devolver a vida de boêmio. he he..

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