Netanyahu repete discurso contra nazistas da 2ª GM: “A vitória completa, nada menos”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Israel desmente cessar-fogo e diz que "não há substituto para a vitória completa"

Soldados israelenses sitiados em Khan Yunis, sul de Gaza – Foto: Unidade do porta-voz da IDF, 23/01/24

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje que não aceitará “nada menos” do que “a vitória completa” de Israel. A expressão, apesar de não usar exatamente as mesmas palavras, remete ao célebre discurso do general Eisenhower dos EUA, em 1944, às tropas dos Aliados contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial.

“A maré virou! Os homens livres do mundo estão marchando juntos à vitória! Tenho toda a confiança em sua coragem, devoção ao dever e competência de combate. Não aceitaremos nada menos do que a vitória completa!”, dizia o general na ordem que se tornou histórica para encorajar os soldados Aliados na Operação do Dia D.

A Operação militar do Dia D foi a mais importante das tropas dos países Aliados na 2ª Guerra Mundial, quando mais de 850 mil soldados norte-americanos, britânicos e canadenses desembarcaram na Normandia, França, para lutar contra os nazistas.

Curiosamente também dirigido a militares, a fala de Netanyahu nesta terça-feira (23) foi feita a cadetes das Forças de Defesa de Israel (FDI), afirmando que a sua principal expectativa é “a vitória completa, nada menos. Não há substituto para a vitória.”

E continuou: “Ouço nos estúdios de TV, comentaristas e todos os tipos de apresentadores falarem que ‘não é possível’ e ‘não é necessário’. É possível, é necessário e não temos outra escolha. Esses monstros serão derrotados até o fim. Não há substituto para a vitória.”

Rumores de cessar-fogo

A declaração ocorre, ainda, depois que jornais teriam informado que altos representantes do governo de Israel indicaram uma proposta de trégua de dois meses por parte de Netanyahu em Gaza, em troca de reféns.

Mais cedo, o próprio porta-voz do governo israelense, Eylon Levy, havia desmentido a notícia: “Não haverá acordo de cessar-fogo que deixe o Hamas no poder em Gaza.”

Mas confirmou que havia esforços e estratégias em andamento para conseguir a libertação dos reféns, sem trazer detalhes, dizendo que “vidas estão em jogo”.

Com mais informações, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, explicou que “não são negociações”, mas “conversas sobre o que é possível” para um acordo de reféns.

Kirby afirmou que os EUA apoiam uma longa trégua humanitária que permitisse a libertação de reféns e a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. Corrigindo, foram 850 mil soldados norte-americanos, britânicos e canadenses desembarcando na Normandia, França, para impedir que o Exército Vermelho ocupasse a Europa e particularmente a Alemanha, a cereja do bolo. Os nazistas estavam derrotados desde a rendição do VI Exército de von Paulus em Stalingrado, no começo de 1943. Agora, imaginem Stálin controlando a Europa Oriental e o parque industrial alemão, deixado quase que totalmente intocado pelos bombardeios aliados, voltados quase que exclusivamente para alvos não industriais…vide https://www.bbc.com/portuguese/geral-51486829

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