
O líder indígena Beto Marubo, integrante da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA), reuniu-se com o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília nesta terça-feira (21/06).
No encontro, Marubo relatou o abandono visto na região por conta do desmonte da Funai e as alegações de falta de recursos por parte das Forças Armadas, o que acaba por dificultar a ação da Polícia Federal.
O indígena também abordou as consequências da atuação das quadrilhas internacionais envolvendo brasileiros, peruanos e colombianos que exploram pesca e caça ilegais na região.
Amigo do indigenista Bruno Pereira – assassinado na região juntamente com o jornalista britânico Dom Philips –, Beto Marubo diz que Bruno foi morto por ter mapeado as atividades ilegais e a logística adotada, e encaminhado tanto ao Ministério Público Federal (MPF) como à Polícia Federal em Tabatinga.
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O líder indígena precisou sair da região por ter sido ameaçado de morte, juntamente com o irmão Eliezio Marubo, o indigenista Orlando Possuelo e Francisco Cristóvão, da equipe técnica de indigenistas.
Beto Marubo esteve acompanhado da subprocuradora-geral da República Eliana Torelly, responsável pela câmara do Ministério Público Federal (MPF) que cuida de temas indígenas.
“Estamos perdendo a soberania da Amazônia para o crime organizado”, disse Barroso, que mostrou interesse em saber mais da realidade local para eventuais providências na ADPF 709, na qual é relator.
Segundo Beto Marubo, Bruno mais de uma vez comentou que a ADPF 709 havia trazido alento e visibilidade à causa, apesar da resistência da União em cumprir todas as determinações.
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