Delator reduz propina de 3% para 1%

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O executivo Julio Gerin de Almeida Camargo, delator na Operação Lava Jato, afirmou que pagou mais de R$ 12 milhões em propina a Renato Duque [foto], ex-diretor da área de Engenharia e Serviços da Petrobras. Segundo Camargo, ele mesmo negociava as transações ilegais em torno de 1% dos contratos obtidos junto à estatal. Outros delatores afirmaram que a taxa de pagamento a ex-executivos da Petrobras ligados a partidos políticos chegavam até 3%.

Delator afirma ter pago propina de R$ 12 milhões para Renato Duque

Do Estadão

O executivo Julio Gerin de Almeida Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou à Justiça Federal no Paraná na segunda-feira, 2, que pagou propina de R$ 12 milhões ao ex-diretor da área de Engenharia e Serviços da Petrobrás Renato Duque e ao ex-gerente Pedro Barusco durante negociação de contrato da Refinaria de Araucária (PR). Ele atuou junto ao Consórcio CCPR, das empresas Camargo Corrêa e Promon.

Julio Camargo depôs como testemunha de acusação. Ele agia em nome do Grupo Toyo Setal, segundo a força tarefa da Lava Jato. Como executivo do grupo intermediava pagamento de propinas a diretores da Petrobrás.

“Tinha como regra 1%, mas isso era muito flexível e muitas vezes isso era negociado. No meu caso, sempre negociei para menor e nunca para maior. Eu paguei em torno de R$ 12 milhões. A maioria dos pagamentos eram feitos em contas indicadas no exterior e outra parte em reais aqui no Brasil”, afirmou Julio Camargo.

Ele afirmou que não teve conhecimento sobre pagamentos de propina da área de Abastecimento para este contrato. Na área de Engenharia, no entanto, foi incisivo ao apontar Duque e Barusco como recebedores de propinas. “Na área de Engenharia, especificamente, doutor Renato Duque e doutor Pedro Barusco.”

Segundo ele, suas empresas foram utilizadas para o pagamento de propinas. “Havia uma regra do jogo. Se você não pagasse propina à área de Engenharia e de Abastecimento, o senhor não teria sucesso ou não obteria seus contratos na Petrobrás.”

À Justiça, Camargo confirmou o que havia dito sobre a obra do Comperj (Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro)em sua delação premiada. Segundo ele, houve pedido de propina das áreas de Abastecimento, comandada na época pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, e de Engenharia, por Renato Duque.

“Não fiquei responsável por nenhum pagamento neste caso, porque o meu contrato neste caso não tinha como custo, como ônus, nem o pagamento da área da Engenharia e nem a área de Abastecimento. UTC e Odebrecht (ficaram responsáveis pelo pagamento da propina), para ambas as áreas.”

UTC, Odebrecht e Toyo faziam parte do Consórcio TUC, responsável pela obras do Comperj. O consórcio foi contratado sem licitação pelo valor inicial de R$ 3,8 bilhões.

“Não tenho conhecimento como foi operacionalizado (pagamento da propina), mas tudo leva a crer que foi operacionalizado, porque o contrato ocorreu, foi assinado, as obras seguiram muito bem e estamos no final da obra.”

Camargo disse que os pedidos de propina partiam dos diretores da Petrobrás diretamente a ele. Segundo o executivo, caso os pagamentos não fossem feitos, os contratos poderiam não ocorrer.

“Chegou um determinado momento em que essa conversa (pedidos de propina) não era mais necessária, era regra do jogo. Era uma confirmação daquilo que já existia. Pagava-se pela vontade de se obter sucesso”, disse.

COM A PALAVRA, A ODEBRECHT

“A Odebrecht nega veementemente ter feito qualquer tipo de pagamento para executivos ou ex-executivos para obter contratos com a Petrobras. Todas os contratos conquistados, há décadas, pela Odebrecht, junto a Petrobras são produto de processos de seleção e concorrência previstos em lei. A empresa ainda repudia afirmações caluniosas, confessadamente baseadas em suposições, feitas por réu confesso no processo que corre na Justiça Federal do Paraná.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

17 Comentários

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  1.  
    Eu quero saber o seguinte

     

    Eu quero saber o seguinte dos digníssimos doutos do blog:

            Se eu chnatagear e cobrar 1 por cento, minha pena será menor se cobrar 3 por cento?

               Eu preciso saber, pra chantagear o sorveteiro da minha esquina residencial, que vende em lugar imprópio.

                  Cobro 1 ou 3 sorvetes dele? Com um um sorvete fico impune e com 3 vou preso?

    1. Sugestão

      Peça três picolés de chuchu. Eles vêm desidratados, e você só terá o trabalho de adicionar água da Sabesp para consumi-los. E quem chantageia, idependentemente da quantia (ou quantiddade), chantagista é. E “anarquista sério” me parece “imprópio”.

    2. E eu quero saber de um

      E eu quero saber de um irônico anarquista de quanto será a diferença final do dinheiro desviado se a propina for de 1%?

  2. Vale tudo pelo poder, até quando?

    Será mesmo, esse o caminho mais eficiente encontrado pelos governos de LULA  e da DILMA ambos do PT para que todos os casos de investigação da corrupção no Brasil deva ter total independência dos orgãos envolvidos? parece que a PF e o MPF, se aliaram aos corruptos para sangrar o estado brasileiro e proteger os verdadeiros culpados. Desde o início pensávamos que esse seria uma investigação séria, parece tudo mais um jogo político, e como sempre só os do PT serão sacrificados, será que valeu a pena? será que valerá?

    1. Vale tudo mesmo!

      Vantuil, tenha certeza, além desta barbaridade política comandada pela república do paraná (onde eu desconfio sinceramente dos 98% de votos dados ao candidato derrotado Aecio), brevemente começaremos a identificar dentro da Petrobras empresas com capital social ínfimo e lotadas de laranjas, pegando serviços da ordem de Milhoes (quiça Bilhoes). Não demora….

    2. Vale tudo mesmo!

      Vantuil, tenha certeza, além desta barbaridade política comandada pela república do paraná (onde eu desconfio sinceramente dos 98% de votos dados ao candidato derrotado Aecio), brevemente começaremos a identificar dentro da Petrobras empresas com capital social ínfimo e lotadas de laranjas, pegando serviços da ordem de Milhoes (quiça Bilhoes). Não demora….

  3.  A se seguir esta linha esta

     A se seguir esta linha esta lina nesta famigerada Operação Lava a Jato, daqui a pouco não terão sido pagas nenhuma propina e até mesmo os corruptos diretores pagavam do próprio bolso por contratos com as empreiteiras (corruptores) honestíssimas e cheias de boa vontade. Alberto Youssef será canonizado na segunda viagem de Papa Francisco ao Brasil. Só tem santo nesta história!

  4.  
    Até parasse que as suas

     

    Até parasse que as suas Excrescências, digo, Excelências, em especial, as do poder judiciário, acabam de desembarcar junto com a comitiva de Dom João VI na Bahia. Ainda não se deram conta, do quanto de metros cúbicos de água já passaram por baixo da ponte.

    Atuam nos dias de hoje, com as mesmas capas horrorosas, gestos e ritos, pra lá de ambrosiano. Até ai, incomoda, o cheiro acre de mofo insuportável. O diabo, é o que fazem com a justiça, mantendo-a como uma peça de faz de conta, elitizada, corrupta, atenta em proteger os mandantes e enjaular os PPP & P.  Olhem, que isso já deu em merda, lá atrás. Quando as massas desiludidas, se tornaram enfurecidas e guilhotinaram as cabeças de sua alteza e de inúmeros de seus capachos.

    Orlando

     

     

     

  5.  
    Ele não reduziu nada, disse

     

    Ele não reduziu nada, disse que foi 1%, outro delator (Paulo Roberto) disse que foram 3%. É a palavra de um contra a do outro, sendo que Paulo Roberto recebia propina de DIVERSAS empresas, não apenas da desse delator.

    A manchete espertalhona induz o leitor a achar que ele voltou atrás no que disse, sugerindo recalcitrancia, manipulacao etc.

    Tudo para convencer os militontos que a investigaçao é uma “farsa”…

    Depolis nego critica os “leitores de manchete”… 

    Depois nego critica as manipulações da velha midia…

     

    1. Costa disse no popular que “rolava por aí que era 3%”

      Este esta afirmando pessoalmente, como corruptor, não como “ouvi dizer”

      Aí os 3% do “rola por aí de Costa” viraram “fato” (como os “prejuízos de corrupção” de 88 bi)

      Mas só na cabecinha vacuosa de militentas papagueantis…

  6. Olha aí, pessoal. Tá

    Olha aí, pessoal. Tá baixando, tá baixando.

    Falando sério: esta propina tem que subir. Senão como os trapalhões que fizeram o balanço da Petrobrás  vão conseguir chegar aos 88 bilhões.

  7. o cara confessa que corrompeu


    o cara confessa que corrompeu descaradamente.

    se fosse honesto,  poderia ter denunciado a corrupção anrtes de acontecer…

    mas em suma delata só os caras da petrobras e a justiça vai

    engolir só porque o cara virou delator.

    e ainda vai receber benefícios, quem sabe….

  8. Os dados do Moro confirmam 310 milhões e não 2,1 bilhões

    Até agora, com todas as truculências, prisões, delações, ameaças, escândalos, devassas, invasões, quebras de sigilo, pressões, vazamentos e quetais, não há mais do que 1%,ou fração menor, por qualquer critério, seja dos investimentos, dos lucros, do faturamento, ativos, etc.

    Conforme o site do MPF, as denuncias firmes de “desvios” relacionados a propinas (a maioria do “enojado” Paulo Costa) somam 310 milhões num período onde investimentos, lucros e faturamento são todos maiores que 200 blhões (faturamento superior a 3 trilhões).

    Nos 2,1 bilhões das denúncias sendo apuradas há até valores antigos do Banestado, lavage e tráfico de drogas e mais de 1 bi genéricos do paranaense Youseff qeé do mesmo estado do Moro, do Banestado e mesmo do hoje caladinho Álvaro Dias.

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