Empresário nega chantagem e diz que os R$ 6 milhões não vieram do PT

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – O empresário dono do Diário do Grande ABC, Ronan Maria Pinto, acusado de receber os R$ 6 milhões de empréstimo do pecuarista José Carlos Bumlai junto ao banco Schahin, admitiu que tomou o empréstimo, mas disse que o valor não veio nem de Bumlai, nem do PT.
 
Em depoimento ao juiz da Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, Ronan disse que a quantia foi emprestada da empresa ViaInvest e acusou os procuradores da força-tarefa da Lava Jato de terem se equivocado.
 
“Entendo que o Ministério Público se equivocou. Na verdade, (o empréstimo) não tem nada a ver com o PT, não tenho nem essa relação, não faria algo relacionado ao PT ou a outros partidos. Meu negócio (empresas de ônibus) me colocou em condição de trabalhar com várias administrações públicas, de todos os partidos. Sou empresário político, mas não partidário. Não teria nenhuma razão para pegar dinheiro do PT e colocar em risco meu próprio negócio”, disse.
 
Segundo o empresário, no ano de 2004, ele precisava de um empréstimo de R$ 6 milhões para suas empresas de ônibus. Por não conseguir créditos em bancos “de primeira linha”, uma vez que sofria “um problema de exposição política, por fatos ocorridos em 2002, pelo assassinato do prefeito e propina”, recorreu ao ViaInvest.
 
O empresário foi condenado em novembro como participante de um esquema de corrupção na Prefeitura de Santo André, que em uma das linhas também investiga a morte do ex-prefeito Celso Daniel. Após negociar com a ViaInvest, Ronan já teria recebido outros R$ 5,7 milhões da Remar, que para o empresário pertencia ao mesmo grupo empresarial.
 
A tese da Lava Jato é que tanto a Remar, quanto a ViaInvest foram intermediárias do empréstimo conseguido por Bumlai junto ao Banco Schahin, que segundo os investigadores, era como forma de pagar a chantagem de Ronan ao ex-presidente Lula, José Dirceu e Gilberto Carvalho sobre a morte do ex-prefeito.
 
“Não tenho nenhum conhecimento, não conheço essas pessoas (que teriam viabilizado o empréstimo), nunca tive nenhum contato. Quando vi um dia um gráfico que mostrava por onde esse dinheiro teria passado, pensei: ‘podia ter ido no banco Schahin diretamente'”, afirmou. 
 
Do total de 54 parcelas, o empresário disse ter pago apenas oito, com dinheiro efetivo, devido a uma crise os juros “exorbitantes”. Quando os investigadores perguntaram se as empresas – Remar e ViaInvest – não cobraram a dívida, Ronan contou que não, mas que tenta negociar uma forma de pagar o que deve.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

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  1. Cara, vc não pode falar a verdade. Deixa de ser maluco

    Depoimento como este não serve. Assim, nunca vai deixar de ser conduzido para curitiba.

    Volta e meia vão bater na sua porta

    1. Eu e você

      Somos políticos. Eu não tenho partido. Se você tem, é partidário. Se não, continua sendo político, como qualquer outro ser humano, mesmo que não assuma isso. Ele diz que é empresário político e não partidário. O negócio dele depende de decisões políticas. É um operador de concessão pública. Só isso.

  2. O recurso “Celso Daniel”

    Esses negocios, que às vezes gravitam no limite da legalidade, passam por vias que podem ser complexos. O que faz a força-tarefa da LV? Dar ar de ilegalidade a tudo, prende todo mundo e responsabiliza Lula e o PT.

  3. O juiz da globo serviu pra

    O juiz da globo serviu pra uma coisa. Expurgar do FasciBurro os hoax sobre Lula. Explico. Depois de 2 anos de investigação ele provou para os coxinhas que: O Lula não é e nunca foi dono da Friboi, Br Oi, Fazenda, Jato, Iate, conta na Suiça. Essas até agora são as únicas provas verdadeiras que a turma de Curitiba conseguiu. O resto é conversa pra coxinha ruminar.

  4. Ronan mentiroso!

    Esse Ronan se diz empresário político, mas não partidário? A quem ele pensa que engana? Usa o seu jornal DGABC para fazer uma campanha descarada contra o PT aqui na região do ABC e se diz não partidário? Desde que o sr. Luiz Marinho do PT assumiu a prefeitura de SBCampo em 2009, o DGABC não tem feito outra coisa a não ser perseguir a administração petista. Ultimamente a vítima tem sido o prefeito Donizete Braga de Mauá, também do PT. Todo santo dia esse DGABC só falava mal do Marinho e agora do Donizete. E adivinha de quem o sr. Ronan fazia uma propaganda favorável para prefeita de Mauá em 2012? Da sra. Vanessa Damo, atual Superintendente do Ibama em SP, cuja nomeação foi arquitetada pelo sr. Temer, já que a dita cuja é do PMDB e teve seu mandato como deputada estadual de SP cassado pelo TSE em abril deste ano. Esse Ronan só não se mete a besta pra falar mal do PT aqui de S.André, pois se falar, pode perder sua concessão para explorar o serviço de transportes públicos da cidade. Ora, sr. Ronan, não venha querer enganar os incautos com esse papo de não partidário.   

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