Fachin pede que PGR se decida sobre acusações da J&F contra Temer

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reuters
 
Jornal GGN – Quatro executivos da J&F podem ter o acordo de delação premiada rescindido após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas nem o ministro Edson Fachin, relator da ação no STF, nem os investigadores da Lava Jato pretendem anular as provas produzidas até agora com estas colaborações.
 
Uma delas, inclusive, diz respeito ao presidente Michel Temer. Nesta quarta (27), Fachin pediu à Procuradora-Geral da República (PGR), que se manifeste sobre o que quer fazer com as acusações de Florisvaldo Caetano de Oliveira, um dos delatores, contra Temer.
 
Florivaldo narrou, entre outras coisas, que entregou em dinheiro vivo R$ 1 milhão no escritório do coronel João Batista Lima Filho, amigo de Temer, um dos arrecadadores da campanha do emedebista e apontado como a principal ponte de propina do mandatário.
 
A entrega teria ocorrido em 2014, juntamente com o diretor da J&F Demilton Castro, orientados pelo diretor Ricardo Saud, que havia pedido, ainda, “agilidade” pela “importância de seu destinatário”.
 
“No ato da entrega, o coronel determinou que colocassem os valores no porta-malas de um carro estacionado em frente ao edifício. Relembra que Ricardo Saud recomendou agilidade na entrega dos valores, diante da importância de seu destinatário”, narrou Florivaldo.
 
O trecho foi usado por Fachin para pedir uma posição de Dodge sobre o que fazer com tais acusações. Enquanto isso, contudo, as defesas dos investigados dos acordos da J&F – além de Temer, outros peemedebistas e o senador Aécio Neves (PSDB) – buscarão tentar anular as provas produzidas alegando irregularidades para se fechar os acordos com o MPF.
 
Conforme divulgou o GGN, as irregularidades para se fechar o acordo do grupo juntamente com o advogado e ex-procurador Marcelo Miller poderiam colocar em risco as provas produzidas até agora. Mas para fugir desse cenário, PF e MPF tentam estratégias diferentes [leia aqui].
 
Entre as solicitações da PGR, Dodge quer que tal declaração seja anexa ao inquérito sobre o decreto dos Portos e pediu que o depoimento seja separado para se pensar em providências. Fachin cobrou da procuradora as medidas que quer tomar, a partir de agora.
 
Além disso, Edson Fachin autorizou dividir os depoimentos de sete executivos da J&F em 80 partes: cada uma delas poderá virar um inquérito ou integrar uma mesma investigação. Entretanto, algumas já foram desmembradas para outras instâncias da Justiça, como de Brasília, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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