Juiz que deu voz de prisão a fiscal concedeu 8% de Búzios a um advogado

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O mesmo juiz que ganhou os holofotes da mídia por dar voz de prisão a uma agente de trânsito que o abordou por dirigir sem placa e sem documentos será investigado por ter concedido uma área equivalente a 8% de Búzios a um advogado. A cessão da área foi anulada há duas semanas, e o juiz que teve a iniciativa classificou o caso como a maior “fraude imobiliária” da região. 

Juiz que deu voz de prisão a fiscal será investigado

Da Folha

O juiz do Rio que deu voz de prisão a uma agente da Lei Seca após ela dizer que ele não era Deus será investigado sob suspeita de improbidade administrativa por uma decisão tomada quando atuava em Búzios, um dos principais roteiros turísticos do Estado.

O Ministério Público abriu inquérito civil para apurar a decisão de João Carlos de Souza Correa de conceder a um advogado uma área equivalente a 8% de Búzios, onde ele atuou de 2004 a 2012.

Trata-se do mesmo magistrado que, em 2011, foi parado em uma blitz da Lei Seca e anunciou a prisão da fiscal Luciana Tamburini após ouvir que “juiz não é Deus”.

Na época, ele dirigia um carro sem placa e sem habilitação na zona sul do Rio.

A agente entrou na Justiça contra Correa alegando ter sido ofendida –mas acabou sendo condenada neste ano a pagar a ele uma indenização de R$ 5.000 por danos morais por abuso de poder.

Em Búzios, Correa foi responsável por conceder a um advogado a propriedade de uma área de 5,6 milhões de metros quadrados –incluindo ruas e uma série de imóveis particulares, além do único hospital público da cidade.

A cessão da área foi anulada há duas semanas pelo juiz Marcelo Villas. Em sua decisão, ele considerou ter havido a “maior fraude imobiliária de Búzios”. A informação foi divulgada na manhã de quarta (26) pela “Globonews”.

Segundo Villas há incompatibilidade entre a área relacionada nos termos de posse e a região efetivamente adquirida pelos supostos réus.

Em seu parecer, a Promotoria chegou a mencionar que a ação não tratava “da floresta Amazônica e sim de um bairro de Búzios” onde um advogado e sua mulher adquiriram uma propriedade com “medidas imprecisas”.

Para a Promotoria, a decisão judicial possibilitou determinar aleatoriamente a área cedida ao advogado.

OUTRO LADO

A assessoria do Tribunal de Justiça do Rio informou que Correa não iria se pronunciar. Ele atua no Fórum de Campo Grande, na zona oeste do Rio.
 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

11 Comentários

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  1. Meo Deos

    Já descobriram de aonde saia o numerário que permitia ao juiz comprar “à vista” um Land Rover?

    (Fosse financiado não sairia da concessionária sem placas por conta da clausula de alienação)

    O juiz sabe que não é Deus. Mas do alto do seu carrão ele se sentia como se fosse!

  2. juiz que deu voz…

    O que deveria espantar é o fato de um ser desonesto desde sua primeira delinquência ter sido mantido a fazer “justiça”. Parece que esse poder virou a casa de maria joana com bandidos em todos os niveis e instâncias. Foi preciso haver repercussão midiática de uma palhaçada sua para despertar seus sonolentos superiores? E o seu cumplice desembargador que lhe deu deificação e condenou a agente? Ficará rindo da cara dos brasileiros até quando?

     

  3. Infelizmente ainda somos em

    Infelizmente ainda somos em muitos pontos,  uma Republiqueta de Bananas, onde juizes como este, e pior, como o Gilmar Neves e Joaquim Barbosa (Toffoli?), certos membros do PSDB, pig, etc., se considerarem acima dos pobres mortais. Deuses ou demônios, como disse um comentarista.

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