Jornal GGN – O escritor Rubem Fonseca recebeu ontem, na Academia Brasileira de Letras, o Prêmio Machado de Assis. Durante a premiação, o escritor mineiro relembrou seu primeiro livro, escrito aos 17 anos, e falou sobre o uso de palavras obscenas em seu trabalho. “Nós escritores não podemos discriminar as palavras. Não tem sentido um escritor dizer: ‘Eu não posso usar isso’. A não ser que você escreva um livro infantil. Toda palavra tem que ser usada”.
Autor de livros como “Agosto” e “Bufo & Spalanzi”, Rubem Fonseca disse que nunca concorreu a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras por “pura idiossincracia”.
Enviado por antonio francisco
Do G1
Questionado sobre o fato de Machado de Assis e Eça de Queiroz, algumas de suas inspirações, não usarem palavrões em seus textos, ele afirmou que as palavras não devem ser discriminadas.
“Eu escrevi 30 livros. Todos cheios de palavras obscenas. Nós escritores não podemos discriminar as palavras. Não tem sentido um escritor dizer: ‘Eu não posso usar isso’. A não ser que você escreva um livro infantil. Toda palavra tem que ser usada,” afirmou Rubem Fonseca.
O escritor mineiro de 90 anos é considerado um dos maiores da literatura brasileira e costuma ser avesso à eventos públicos. Ele é autor de obras como “Agosto”, “Bufo & Spalanzani” e “O caso Morel”. Ao final do evento, os imortais da Academia Brasileira de Letras fizeram questão de tirar fotos ao lado dele.
Rubem Fonseca também contou que nunca concorreu a uma cadeira na ABL por pura “idiossincrasia”. Ele também revelou que sempre foi questionado por isso, da mesma maneira que Carlos Drummond de Andrade.
Outros prêmios
Os vencedores dos outros prêmios literários da ABL foram Roberto Acizelo de Souza, na categoria “Ensaio, critica e história literária” com o livro “Do mito das musas a razão das letras”; Denise Bottmam, na categoria tradução, pelo livro “Aguapés”, de Jhumpa Lahiri; Nelson Cruz, na categoria “Literatura Infanto-Juvenil”, pela obra “O livro do acaso”; Ana Miranda, na categoria “Ficção”, por Musa Praguejadora; Bolívar Lamounier, na categoria “História e Ciências Sociais”, com Tribunos, profetas e sacerdotes – intelectuais e ideologias no século XX. Na categoria melhor roteiro de cinema, venceram Mauro Lima e Antônia Pellegrino, pelo roteiro do livro Tim Maia.
Os vencedores das medalhas João Ribeiro foram a ensaísta, pesquisadora e escritora Marisa Lajolo e o professor e ocupante da cadeira 31 da Academia Paulista de Educação, Luiz Gonzaga Bertelli.
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