Petrobras fecha trimestre com prejuízo de R$ 1,25 bilhão

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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EBITDA trimestral cai 2%, enquanto endividamento líquido tem retração de 6%

Jornal GGN – A Petrobras teve prejuízo líquido de R$ 1,246 bilhão durante o primeiro trimestre do ano, revertendo o lucro de R$ 5,330 bilhões contabilizado nos primeiros três meses de 2015. No quarto trimestre de 2015, a perda chegou a R$ 36,938 bilhões.

Entre os motivos listados pela estatal para o prejuízo, estão as maiores despesas com juros e variações do dólar, que atingiram R$ 9,579 bilhões; queda de 7% na produção de petróleo e gás no Brasil e no exterior; queda de 8% na venda de derivados no país; alta de custos com depreciação de bens; e gastos maiores com equipamentos parados, especialmente sondas. Também prejudicou as contas da empresa o preço baixo do petróleo no mercado global.

O lucro bruto registrado caiu 6% em relação ao ano passado, atingindo R$ 21 bilhões. Segundo a companhia, “houve redução na receita de vendas, em função da queda de 8% na demanda de derivados no mercado doméstico, parcialmente compensada pelas maiores margens de diesel e gasolina, e pelo maior volume de exportações de petróleo e derivados (14%)”. Também contribuíram para a menor receita de vendas a queda dos preços das exportações de petróleo e derivados, o menor volume vendido de gás natural, e a redução da geração de energia, devido à queda na demanda do setor termelétrico, além do recuo nos preços de energia elétrica.

O resultado financeiro foi negativo em R$ 8,7 bilhões, registrando uma despesa líquida adicional de R$ 3,1 bilhões em relação ao primeiro trimestre de 2015. Contribuíram para este resultado o maior efeito de variação cambial, a maior reclassificação do hedge accounting para o resultado e o acréscimo nas despesas com juros, refletindo o maior endividamento e o efeito da depreciação do real frente ao dólar.  Já a receita da estatal foi de R$ 70,4 bilhões no trimestre, queda de 5% na comparação com os R$ 74,3 bilhões do mesmo período do ano passado.

De acordo com os dados divulgados pela companhia, o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 2% no trimestre, saindo de R$ 21,5 bilhões para R$ 21 bilhões. A margem EBITDA foi de 30%.

A geração de caixa operacional da companhia atingiu R$ 17,3 bilhões, alta de 5,3% na comparação anual. Ao fim do trimestre, a Petrobras tinha R$ 77,7 bilhões em caixa, comparado ao total de R$ 44,2 bilhões apurado no mesmo período do ano passado.

O índice de Dívida Líquida/ EBITDA ajustado (últimos 12 meses) ficou em 5,03 vezes, ante 5,31 vezes no 4T15. Por sua vez, a alavancagem (Endividamento Líquido / (Endividamento Líquido + Patrimônio Líquido)) atingiu 58%, contra 60% no quarto trimestre de 2015. As disponibilidades ajustadas totalizaram R$ 80,5 bilhões, uma redução de 20% em relação ao quarto trimestre de 2015.

O endividamento líquido da Petrobras chegou a R$ 369,5 bilhões no fim de março, o que representa uma queda de 6% em relação ao endividamento no fim de dezembro (R$ 391,9 bilhões). Com isso, a relação entre dívida líquida e Ebitda (chamada de alavancagem) chegou a 5,03 vezes, ante 5,31 vezes no fim de dezembro.

Os investimentos efetuados no primeiro trimestre somaram R$ 15,6 bilhões, o que representa uma queda de 25% em comparação com o quarto trimestre de 2015 e de 13% em relação aos primeiros três meses do ano anterior. Em dólares, os investimentos atingiram US$ 4 bilhões. A redução reflete a adequação da carteira de investimentos, conforme estabelecida no Plano de Negócios e Gestão 2015-2019. O segmento de Exploração e Produção concentrou 88% dos recursos, focando em projetos de aumento da capacidade produtiva de petróleo e gás, especialmente no pré-sal. 

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

4 Comentários

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  1. Bom

        Melhor que o esperado, pois não deve-se focar apenas no numero de US$ 400 M aprox. de prejuizo contabil, os demais indices de balanço, demonstram que a empresa tem capacidade de gradativamente reduzir sua exposição, decresceu a alavancagem, marginalmente elevou-se a geração de caixa, diminuiu o endividamento efetivo, portanto o fluxo de caixa é positivo, o que mostra que a PBR elevou sua capacidade de renegociação de suas dividas de médio e longo prazo.

         Balanços, apesar de meras demonstrações contabeis, que os burros/ignorantes nomeiam como verdade, devem ser analisados, comparados, são “fotos estáticas” de um momentum, apenas bases de analise, afinal prejuizos contabeis, mesmo que reais, muitas vezes sinalizam, demonstram, a capacidade da empresa para reverter situações.

         P.S.: Balanços, balancetes, são como equações, exatas em sua origem, aritmeticamente perfeitas, matematicamente demonstraveis, mas sujeitas a critica, o “mercado” ( nós, os Demonios ), utilizamos estas demonstrações contabeis, como numeros, um inicio de analise, dados, os quais devem ser interpretados; balanços/balancetes/demonstrações é coisa de contador , os numeros estão lá, qualquer um os vê , é aritmética, ou como meu professor dizia: “partilhas dobradas”, já interpreta-los, é para quem é do “ramo”.

  2. É prejuízo atrás de prejuízo

    É prejuízo atrás de prejuízo e o dinheiro em caixa passa de 44 para 77 bilhões de reais.

    Como diria certo comediante: não precisa explicar, eu só queria entender…

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