Lava Jato vaza para Veja “a evidência mais contundente” contra Dilma

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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“A mensagem [evidência] pode ser mentirosa, uma invenção? Até pode, por mais estranho que seja, mas os investigadores também acham que não é o caso”, escreveu a revista Veja

Jornal GGN – A revista Veja diz, na edição deste final de semana, ter tido acesso exclusivo a um e-mail que comprova que o “Planalto” tinha conhecimento de que empresas de publicidade eram “achacadas” para pagar propina via caixa 2 para a campanha de Dilma Rousseff (PT). Mas a própria revista questiona a veracidade da “evidência mais contundente” que se tem contra a presidente afastada até agora. Ainda assim, a publicação atribui a Dilma, mais uma vez, que ela “sabia de tudo”.

Segundo Veja, a mensagem que representa uma ameaça à Dilma é uma conversa entre Valdir Barbosa, vice-presidente da Borghi Lowe (agência de publicidade que detinha contratos milionários com a Caixa) e seu superior em Londres, Michael Wall. Valdir teria sido pressionado pelo diretor da Caixa, Clauir Santos, a convencer a Borghi a fazer doações para a campanha de Dilma, no início da disputa eleitoral de 2015.

Ricardo Hoffmann, também representante da Borghi Lowe em Brasília, teria participado da mesma “reunião sigilosa” com Clauir Santos, responsável pelo marketing do Caixa. “Ouviram dele um pedido de dinheiro, não para ele mesmo, mas para a campanha eleitoral do PT. E o pedido não partira do tesoureiro do partido ou da campanha. Clauir Santos disse que estava cumprindo ordens do Palácio do Planalto”, escreveu Veja.

“Antes de qualquer providência, Valdir Barbosa preferiu consultar seu superior, Michael Wall. Em um e-mail, escrito em inglês, informou: ‘O diretor-presidente da Caixa foi chamado ao Palácio do Planalto e solicitado a pedir aos fornecedores da Caixa que fizessem contribuições políticas ao partido do governo (PT). O próprio diretor-­presidente, que trabalhou como servidor público durante toda a sua carreira profissional, se sentiu completa e totalmente constrangido e desconfortável com tal solicitação’.” Na época, o diretor-­presidente da Caixa era Jorge Hereda, que deixou o cargo no início do segundo mandato de Dilma. Hereda tem mais de trinta anos de serviço público, destacou a revista.

Na mesma mensagem, Valdir diz ter informado a Clauir que “as normas da Borghi Lowe proibiam contribuições políticas, ao que o funcionário retrucou lembrando que as outras três agências [que têm contratos de publicidade com a Caixa] aceitariam o ‘convite’. Era uma insinuação de que a Borghi Lowe poderia sofrer algum tipo de retaliação no futuro caso virasse as costas às necessidades do PT”, endossou Veja.

“Expliquei ao Clauir o con­teú­do da Política Anticorrupção e disse a ele que nós somos absolutamente proibidos de fazer este tipo de contribuição ou qualquer contribuição semelhante a esta. Ele obviamente lembrou-nos que provavelmente as três outras agências deveriam aceitar o ‘convite’ e fazer contribuições, ao que eu repliquei que elas eram agências 100% brasileiras e que, portanto, podiam fazer o que quisessem sem consultar ninguém”, escreveu Valdir.

Ainda segundo ele, Clauir tentou justificar que havia “base legal” à contribuição. “A Borghi Lowe é brasileira, com um sócio estrangeiro, mas, pela legislação da época, poderia, de fato, fazer contribuições eleitorais, desde que legais”, reconheceu Veja.

Em seguida, a revista indica que a própria Lava Jato admite questionamentos sobre a veracidade da mensagem. “Em poder da força-tarefa da Lava-­Jato em Curitiba, a mensagem obtida por VEJA é a evidência mais contundente até o momento de que o Palácio do Planalto atuou como uma central de arrecadação de recursos ilegais para o caixa dois do PT e, para tanto, constrangia graduados servidores públicos a trabalhar como achacadores. A mensagem pode ser mentirosa, uma invenção do vice de uma agência de publicidade? Até pode, por mais estranho que seja, mas os investigadores também acham que não é o caso.” 

Na visão dos investigadores, há um esquema de corrupção envolvendo as empresas de publicidade que têm contratos com o governo. Elas sofreriam influência do ex-deputado do PT, André Vargas, preso na Lava Jato, assim como Hoffmann.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

18 Comentários

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  1. Teria – futuro do pretérito ( condicional)

    Valdir teria sido pressionado pelo diretor da Caixa, Clauir Santos,  a convencer Borghi a fazer doações para a Campanha de Dilma,  no início da disuputa eleitoral de 2015. Veja bem: terido sido pressionado: futuro do pretérito ( condicional ).

    E ainda: Ricardo Hoffman também representante da Borghi Lowe em Brasília, teria participado da mesma reunião sigilosa com Clauir Santos. Novamente, teria participado: futuro do pretérito ( condicional) 

    Ora, esta reunião foi realizada ou não, é de se indagar, pois o futuro do pretérito, ou o antigo condicional, é um talvez que, se não confirmado, sequer é prova, pois tudo que ele indica é apenas uma presunção.

    Agora, por que a Dilma teria que saber de tudo isto, é  a pergunta final, ou, novamente o futuro do pretérito, “teria que saber”.

    Novamente, a presunção.

    Só podia saber: teoria do domínio do fato!

    Mesmo sem provas cabais.

    O interessante é que só o PT teria sido, o PT teria participado, a candidata do PT deveria saber ( presunção, baseadas em acucondicionais )

    O fató é que os outros particidos participam do governo, mesmo o federal, como nas unidades da federação, municípios e estados, poderiam claramente forçar a arrecadação de contribuições para a campanha. E não é por isto que os chefes de executivos de municípios e estados também poderia saber  ( presunção e mais presunção ).

    O importante é prova cabal, inquestionável.

    A mídia também poderia, por que não, estar recebendo e muito dinheiro para  fazer acusações como esta que novamente a VEJA faz.

     

     

  2. Tiro de festim, nada mais.

    Prezados,

     

    Enquanto isso, nem sérgio moro nem outros da ORCRIM da Farsa a Jato conseguiram os endereços de Cláudia Cruz e Daniele Cunha, mulher e filha do bandido eduardo cunha, para que os oficiais de justiça pudessem entregar a elas as intimações, já que são rés em acção penal que corre na VJF em que sérgio moro trabalha.

    A criminosa “óia”, em associação criminosa com a ORCRIM institucional da Farsa a Jato acusa, e condena a presidenta Dilma, mas não se garante e tenta sair pela tangente, já antevendo que poderá ser processada. Se  judiciário brasileiro não fosse essa vergonha, conivente e partícipe desse vergonhoso golpe das oligarquias plutócráticas a serviço do alto comando  internacional, esse tipo de revista já teria sido ido à falência e sido fechado. Mas na república das bananas temos esse esse contubérnio entre a mídia mais mercenária, vil e criminosa, as oligarquias plutocráticas responsáveis pela mais suja e corrupta política e a burocracia estatal que hoje forma a ORCRIM da Farsa a Jato, para aniquilar a Esquerda Polítca e o PT, encarcerar os líderes petistas e derrubar um governo legìtimamente eleito por 54,5 milhões de brasileiros.

  3. Emais são facilmente

    Emais são facilmente falsificáveis, devo avisar. Ninguém em perfeito juízo usa emails como provas de crime, especialmente em um país atrasado e com uma justiça “para inglês ver” como vocês mesmos dizem.

  4. Quer dizer…

    Mostra-se como evidência no início aquilo que pode ser falso no final. A convicção esvazia-se aos poucos.

    Por isto que muitas vezes a parte mais perigosa de um jornal não é a reportagem como um todo, mas a chamada. Pois tem gente que não passa daí.

  5. Pra quem nao notou, o link do

    Pra quem nao notou, o link do NYTimes que eu coloquei antes eh tao absolutamente canalha que ate menciona a Petrobras!!!

    O assunto nao tem a ver com, evidentemente.  Mas foi ordem externa.

  6. Emails são facilmente

    Emails são facilmente adulterados por órgãos investigadores e perícias. O que se sabe é que a Borghi Love tinha fortes relações com o TSE, com a oposição e com o Vem Pra Rua, fez propaganda de graça para o TSE usando propaganda dissimulada do Vem Pra Rua, lembram-se. E por falar em crime por email, não foi o Fux que no julgamento do “mensalão” condenou uma mequetrefe que carimbava cheques de um banco, só por ter mandado um beijo por email. Tudo isso é muito tosco, estamos lidando com Instituições transformadas em crime organizado a seriço de um golpe de Estado muito bem articulado.

    https://jornalggn.com.br/blog/iv-avatar/golpe-tse-via-borghi-lowe-e-cia-faz-propaganda-dissimulada-para-marina

    1. É o que tenho dito e escrito. E agora também você.

      José Carlos e demais leitores.

       

      Precismamos deixar de ser cerimoniosos. A burocracia estatal, tão cara e cheia de poder e sem nenhum cntrole (inclua aí PF, MP e PJ) está eivada de ORCRIMs; a da Farsa a Jato é uma das mais perigosas e que precisa  ser debelada. Se as FFAA não estivessem omissas e coniventes com o golpe de Estado, elas deveriam intervir e prender TODOS os conspiradores (sejam eles da PF, do NP ou do PJ), ao mesmo tempo que a presidenta legítima deveria ser reconduzida a o cargo, convocar eleições gerais e uma ANC, para reformas política, do judiciário e outras.

  7. Esses vazamentos da lava jato

    Esses vazamentos da lava jato é mesmo de sempre. Tem atacar o PT e seu governo. Grande parte da população já fica desconfiada. E a resvintinha, alguma vez ela teve a honradez de dizer que Lula, Dilma e o PT não sabiam de algo?

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