Negócios e jornalismo da Folha

A Plural até pode ter razão na sua pendência com o INEP, quando diz que a segurança das provas era de responsabilidade da empresa incumbida de aplicar o ENEM.

Mas a sucessão de matérias da Folha contra o MEC mostra que Otávio Filho esqueceu completamente as lições de Otávio, pai, e passou a misturar ostensivamente negócios ou quizílias pessoais com assassinatos de reputação.

Lembra a ameaça de Roberto Civita ao então Ministro da Educação Tarso Genro, quando este decidiu democratizar o acesso das pequenas editoras às compras de livros didáticos pelo MEC. Ou os ataques da Veja ao COC, quando a Abril decidiu entrar na área de cursos apostilados.

Há duas ou três semanas, a ombudsman alertou para outro episódio complicado. O jornal fez uma matéria sobre a tal “escola especial” do Objetivo. O curso aproveitou, pegou autorização da redação e programou duas semanas de páginas de publicidade – inclusive extirpando os poucos pedaços de texto que faziam o contraponto.

Os leitores lêem o comentário correto da ombudsman. Depois, folheiam o jornal no domingo, na segunda, terça, toda semana, depois na semana seguinte. E lá está a matéria como propaganda. Algo que seu Frias jamais teria permitido, mesmo perdendo faturamento, porque sabia que estava sacando contra o futuro do jornal, que vive de credibilidade.

É complicado esse jogo, veneno na veia da credibilidade.

E comprova o que venho batendo aqui há anos: o uso do assassinato de reputação como arma de desforra ou de estratégia comercial por parte da velha mídia.

Luis Nassif

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador