ONU promove debate sobre monopólio da mídia no Brasil

Enviado por alfeu

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ONU promove debate sobre regulação da mídia e liberdade de expressão
 
A concentração da mídia no Brasil em modelo oligopolizado – apenas seis famílias controlam as principais empresas no país e 90% da receita publicitária pública e privada – será tema de debate promovido pelas Organizações das Nações Unidas na próxima quinta-feira, dia 6, às 19 horas. São esperados integrantes da mídia alternativa, como o Centro de Estudos Barão de Itararé, jornalistas independentes e entidades de trabalhadores e de defesa dos Direitos Humanos.
 
O Brasil é o país de maior concentração da mídia entre as nações democráticas. Atualmente, apenas seis grupos de Comunicação, tendo o Globo à frente, respondem pela distribuição de notícias em caráter nacional ou regional: Editora Abril, Folha, Grupo RBS (vinculada à Globo), Silvio Santos e Rede Record. Os demais enfrentam sérias crises financeiras e abiscoitam uma fração mínima do bolo publicitário.

 
A alternativa surgida a partir da Internet, por sua vez, com sites independentes e alternativos, é alijada dos mecanismos de receita financeira por duas razões especiais: não integram o Bônus de Volume (BV), capitaneado pelas agências para levar recursos para os grandes grupos de mídia, e também são excluídos da distribuição de verba publicitária oficial – dos órgãos públicos nas três esferas.
 
Somente a partir do governo Lula, o grupo Globo consumiu R$ 16 bilhões em verba de publicidade do governo federal. O cenário tem ferido de morte uma das principais atividades da Comunicação: o jornalismo. Nos últimos três anos quase cinco mil jornalistas foram demitidos e menos da metade conseguiu se restabelecer profissionalmente. Outra consequência é a redução do salário dos profissionais e da faixa etária nas redações. Os profissionais são afastados de algumas empresas antes de completar 60 anos. 
 
Leia a convocação para o seminário da ONU:
 
Mesa-redonda acontece na quinta-feira, 6 de agosto, às 19h00, na sede do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro e contará com a presença do relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, Edison Lanza.
 
O Centro de Informação da ONU (UNIC Rio), em parceira com o Coletivo Intervozes e o Instituto de Estudos Socais e Políticos (IESP) da UERJ e apoio do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, convidam para a mesa-redonda “O papel da regulação da mídia na liberdade de expressão”.
 
O evento acontece na quinta-feira, 6 de agosto, às 19h00, na sede do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro (Rua Evaristo da Veiga, 16 – Centro).
 
A mesa-redonda contará com a participação do relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), Edison Lanza. Também farão parte da mesa a deputada federal Jandira Feghali e a professora Suzy dos Santos, da Escola de Comunicação da UFRJ.
 
O objetivo do encontro é conhecer a experiência latino-americana e internacional de regulação da mídia e seus impactos na liberdade de expressão e discutir a implementação destas políticas no Brasil.
 
Serviço
Mesa-redonda: O papel da regulação da mídia na liberdade de expressão
Local: Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro – Rua Evaristo da Veiga, 16 – Centro
Data: 6 de agosto – 19 horas (Atenção: a entrada do prédio do Sindicato fecha às 20h)
 
Informações para a imprensa
 
Valéria Schilling e Gustavo Barreto
Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio)
(21) 2253-2211 e (21) 98202-0171 | (21) 98185-0582
[email protected] | [email protected]
Redação

6 Comentários

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  1. A atuação do monopólio

    A atuação do monopólio midiático no país é tão escandalosa que até a ONU resolveu colaborar para resolver esse grande problema brasileiro. Quem está de fora consegue enxergar a COISA com mais clareza. Oxalá, esse debate traga bons frutos!

  2. Ontem assisti com muito gosto

    Ontem assisti com muito gosto o programa da Rede Brasil: Observatório da Imprensa. O tema,  A FALTA DE DIVERSIDADE DE IDEIAS. Foram convidados Leonel Aguiar, professor da PUC/RIO; Sílvia Moretzsohn, professora da UFFE e Viviane Mosé, filófofa, comentarista da CBN. 

    Dines pegou pesado com essa mídia, a começar pelos dois últimos golpes baixos da Veja, com aquela capa infame sobre Lula e a reportagem contra Romário. 

    Viviane Mosé, mulher experiente, muito simpática, por sinal, embora fazendo parte da Globo, conseguiu escapar de algumas observações contundentes dos professores. Ficou certamente meio sem jeito quando Leonel Aguiar disse que o PT tem muita culpa nessa onda de maldades promovidas pela imprensa, por ter disponibilizado à Globo os 6 bilhões para as verbas publicitárias. 

    Enfim, espero que por tal debate, promovido pela ONU, surja uma luz no fim do túnel para minimizar essa força maldita de uma mídia desinformativa e profundamente perniciosa para a nossa sociedade.

  3. Manipulação pode vir de muitas fontes

    Nassif, além da manipulação evidente: http://www.pnas.org/content/early/2015/08/03/1419828112.abstract

     

    The search engine manipulation effect (SEME) and its possible impact on the outcomes of elections

    Robert Epstein1 and Ronald E. Robertson

    Edited by Jacob N. Shapiro, Princeton University, Princeton, NJ, and accepted by the Editorial Board July 8, 2015 (received for review October 16, 2014)

    AbstractAuthors & InfoSIMetricsRelated ContentPDFPDF + SI 

    Significance

    We present evidence from five experiments in two countries suggesting the power and robustness of the search engine manipulation effect (SEME). Specifically, we show that (i) biased search rankings can shift the voting preferences of undecided voters by 20% or more, (ii) the shift can be much higher in some demographic groups, and (iii) such rankings can be masked so that people show no awareness of the manipulation. Knowing the proportion of undecided voters in a population who have Internet access, along with the proportion of those voters who can be influenced using SEME, allows one to calculate the win margin below which SEME might be able to determine an election outcome.

     

  4. Um dia, num comentário sobre

    Um dia, num comentário sobre um post que alertava que da Mãos Limpas emergiu Berlusconi, eu escrevi que aqui não vai emergir “um” Berlusconi da Lava Jato. Aqui vai emergir um colegiado de Berlusconis que se manterá indiretamente no poder decidindo quem serão os governates encarregados de executar os desejos dos “chefes”. Mais ou menos como na ditadura quando os generais se reuniam e decidiam quem seria “eleito” pelo colégio eleitoral. Cassando-se o PT -única alternativa eleitoralmente viável contra a direita entreguista- e mantendo-se a amioria da população hipnotizada pela mídia, o Brasil se tornará um imenso Tkanistão, onde o poder está nas mãos da mesma turma há mais de 30 anos. Aqui no Tukanistão, embora exista alternância de partidos, todos são representantes da mesma classe.

  5. *

    O momento atual: “poderosos” contra governo é muito oportuno para se denunciar esse monópolio, e principalmente fortalecer medidas práticas de correção dessa aberração autoritária, restos de ditadura corrupta ! 

    O problema é que muitas vezes, o restos fazem acordos e continuam a farra do circo dos corruptos.

  6. *

    A verdadeira Rede Globo terá o nome de internet.  E só será verdadeira se divulgar VERDADES, que não podem ser escondidas pelo monopólio, indefinidamente. 

    Se os mesmos meios (linguagens) usados para divulgar mentiras e meias verdades,forem usados para divulgar VERDADES, o monopólio já era.

     

     

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