150 anos do nascimento Gustav Mahler

Hoje, 150 anos do nascimento de Mahler

Do Portal Luís Nassif

Os 150 anos de Mahler 


Gustav Mahler (Boêmia, 07-07-1860 – Viena, 18-05-1911)
Pintura de Anton Wagner

Fonte: PARIS (AFP)

Gustav Mahler (1860-1911) será objeto em 2010 e 2011 da celebração do duplo aniversário de um dos mais conhecidos regentes e compositores austríacos.

Em 2010 é comemorado o aniversário de 150 anos do nascimento deste músico pós-romântico, que deixou um notável legado para as grandes orquestras (nove sinfonias e uma décima não concluída).
Mahler voltará a ser comemorado pela segunda vez em 18 de maio de 2011, dia do centenário de sua morte.
Este inédito duplo aniversário não passou despercebido pelas grandes gravadoras do setor (Deutsche Grammophon/Universal, EMI), que acabam de reeditar suas obras na íntegra, nem para os produtores de grandes concertos.

Em Paris, por exemplo, os apreciadores de Mahler não poderão se queixar ante uma excepcional e abundante oferta de concertos. Henry-Louis de La Grange, biógrafo do compositor, constata uma espécie de “bolha Mahler”, que prospera na Europa, na América do Norte e até na região Ásia-Pacífico.
“Nunca pensei que viveria isso”, assegura o musicólogo. “Mas é feita a justiça. Mahler é um dos raros compositores de sua época com uma verdadeira dimensão profunda. É algo que não foi compreendido durante muitos anos”, explica.

“Minha hora chegará!”, costumava dizer o compositor.
Essa hora chegou de fato nos anos 1960-70 graças a diretores de orquestra como Leonard Bernstein e Bernard Haitink. E não apenas pela popularidade da pungente “Adagietto” (Quinta Sinfonia) imortalizada pelo filme “Morte em Veneza” (1971), de Visconti.
“Hoje se tem a impressão de que Mahler ocupa o lugar que teve Beethoven há quarenta anos: é como se fosse indispensável interpretá-lo para demonstrar ser um grande diretor sinfônico”, analisa o crítico musical do jornal francês Le Figaro, Christian Merlin.

Mas o músico nem sempre é unanimidade.

“Pergunto-me se os chefes de orquestram amam sua música pelas boas razões”, acrescentou o crítico. “Temo que o façam porque é do gosto do público”, afirma, apesar de ressaltar os méritos da obra de Mahler, “que nos fala de humanidade” e que exibe “enormes contrastes capazes de passar do primeiro grau à distância e ao pathos”.

“No entanto, o abuso de Mahler pode ser perigoso para a saúde da orquestra”, escreve, por sua vez, o cronista Ivan A. Alexandre, da revista Diapason, que critica o costume de algumas orquestras sinfônicas de “sacrificar Mozart, Haydn e Schubert, juízes implacáveis da interpretação coletiva, por estes enganosos abismos”.

Luis Nassif

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